As mudanças climáticas continuaram a mostrar a sua face horrenda em 2015

November 11, 2015. Ethiopia is experiencing a severe drought due to two consecutive poor rainy seasons, which means that millions of people are now in need of assistance. Photo by European Union/ECHO/Melaku Asefa. CC BY-ND 2.0

11 de novembro de 2015. A Etiópia está a passar por uma grave seca devido a duas estações das chuvas seguidas insuficientes, o que significa que neste momento milhões de pessoas estão a precisar de assistência. Foto da União Europeia/ ECHO/Melaku Asefa. CC BY-ND 2.0

Este artigo baseia-se num texto escrito por Thelma Young para 350.org, uma organização que pretende criar um movimento global pelo clima, e foi republicado no Global Voices enquanto parte de um acordo de partilha de conteúdos.

2015 foi o ano mais quente alguma vez registado. É um título bastante forte e difícil de se processar. Atrás deste título existem milhões de histórias e estatísticas.

2015 foi o ano em que começámos a ver claramente as pegadas das mudanças climáticas em eventos extremos pelo mundo todo. 2015 tem sido considerado um ponto de não retorno para as mudanças climáticas; o primeiro ano em que as temperaturas globais permaneceram mais que 1°C acima dos níveis pré-industriais.

Antes de mergulharmos em pormenores complicados, é preciso dizer que ao longo do ano temos observado muitas vezes que as pessoas têm uma grande capacidade de se ajudarem. Quer se trate de um ciclone colossal ou de terríveis inundações — vimos pessoas se mobilizarem para ajudar aqueles que rodeiam. Um dos nossos exemplos preferidos ocorreu depois do tufão Soudelor, quando um grupo de cidadãos em Saipan proporcionaram acesso a água e outros bens essenciais para os que foram afetados pela tempestade.

Onda de calor atrás de onda de calor

Muitas foram as ondas de calor em 2015, mas poucas foram tão intensas quanto a que ocorreu no Oriente Médio entre julho e agosto. A cidade iraniana de Bandar Mahshahr registou um índice de calor de 73°C (164°F). Para muitos dos milhões de refugiados na região, a onda de calor trouxe camadas adicionais de tensão.

A Índia também teve que enfrentar ondas extremas de calor que custaram mais de 2.300 vidas. As monções sazonais chegaram atrasadas e as temperaturas continuaram a subir por demasiado tempo. Estas imagens captaram a atenção mundial:

Violentos incêndios florestais

Muitos lugares do mundo foram afetados por grandes incêndios florestais durante o ano. No Canadá, 6.000 incêndios florestais queimaram uma área do tamanho da Sicília. Os EUA tiveram uma das estações de incêndios florestais mais devastadoras desde 1960, com mais de 11 milhões de acres queimados (equivalentes ao tamanho da Dinamarca). Milhares de pessoas foram deslocadas das suas habitações.

Demasiadas super tempestades

No Hemisfério Norte, houve um número recorde de grandes ciclones, furacões e tufões — 22 super tempestades de categoria 4 ou 5 no total. O antigo recorde era de 18. Veja a lista completa aqui.

Por exemplo, o furacão Patrícia intensificou-se rapidamente e tornou-se a tempestade mais forte alguma vez registada no Hemisfério Oeste.

Assim é que soa o mais forte furacão alguma vez registado. Imagens de Melaque, Jalisco @UniNoticias #Patricia

El Niño aumenta de intensidade

Um total de 90-95% do calor vindo das mudanças climáticas foi para os oceanos e isto ajudou a fazer com que o fenómeno El Niño de 2015-2016 fosse o pior de sempre. Michel Jarraud, secretário geral da Organização Meteorológica Mundial, afirmou que “Este El Niño está a atuar em territórios inexplorados. O nosso planeta mudou drasticamente por causa das alterações climáticas.”

Isso já causou secas intensas em Papua-Nova Guiné e na África Oriental, assim como graves inundações em todo o mundo – no Paraguai, na Bolívia e em Chennai, na Índia. Saiba mais sobre os impactos aqui.

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Uma cidade e cinco países já declararam o estado de emergência devido ao atual El Niño, enquanto as Nações Unidas disponibilizaram recursos de emergência para mais 10 países. Mapa: 350.org

Mas quanto mais quente?

2015 não foi só um pouco mais quente, foi muito mais quente. A NASA reportou que “As temperaturas médias globais em 2015 ultrapassaram o valor anteriormente estabelecido em 2014 por 0,23 graus Fahrenheit (0,13 Celsius). Até agora só uma vez, em 1998, tinha acontecido que a diferença entre o novo registo e o velho fosse tão grande.”

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15 dos 16 anos mais quentes registados ocorreram depois de 2001. © Scientific Visualization Studio/Goddard Space Flight Center

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