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Austrália, “tira as mãos do petróleo de Timor”, diz campanha internacional

Categorias: Austrália, Timor Leste, Mídia Cidadã, Política, Protesto, Relações Internacionais
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Campanha Internacional Timor Sea Justice de 21 a 25 de Marco. Foto: Timor Sea Justice / Domínio público [1]

Milhares de timorenses saíram às ruas de Díli (22.03) em forma de protesto contra o Governo da Austrália que se tem mostrado irredutível [2] aos pedidos do Governo Timorense para voltar à mesa das negociações a fim de se redefinir a linha mediana que delimita a fronteira marítima entre os dois países.

Enquanto se mantém a disputa [3] da fronteira marítima, a Austrália continua a explorar os recursos naturais do Mar de Timor que pertenceriam, na sua totalidade, a Timor-Leste caso o direito que lhes comunga pelo domínio da fronteira marítima, perante a Lei Internacional entre os países vizinhos, estivesse definido. “Trata-se de uma prioridade nacional,” refere o primeiro-ministro Timorense Rui Araújo ao declarar que:

Para o povo de Timor-Leste garantir as fronteiras marítimas permanentes é a continuação da nossa longa luta pela Independência e plena soberania. Aliás, pedimos nada mais do que aquilo a que temos direito, de acordo com o direito internacional.

A manifestação que saiu à rua foi também captada pelas câmaras do Centro de Arquivo Audiovisual Max Stahl [4] (CPA).

Manifestacao de 22 de Março em Dili. Imagens publicadas pelo Centro Audio Visual Max Stahl. [5]

Manifestação de 22 de Março em Dili. Imagens CPA

Mais de 6.000 manifestantes marcharam hoje para a embaixada australiana, em Dili, exigindo o respeito pelos direitos de Timor-Leste como nação independente e pela da lei internacional no mar Timor, onde as reservas de petróleo e gás são reivindicados por este país. Representantes dos principais partidos políticos timorenses, internacionais solidários com a causa, estudantes e veteranos declararam que a luta pelo reconhecimento das fronteiras marítimas a nível internacional, trata-se da continuação da longa guerra de 24 anos pela plena independência do território terrestre e marítimo de Timor-Leste. Discussões sobre a localização das fronteiras marítimas estão ainda para ser acordadas entre os Governos de Timor-Leste, Austrália e Indonésia.

Para reafirmar ainda mais esta luta, a ETAN (East Timor Action Network) [6] organiza uma forma de protesto online pedindo ao público que partilhe nas redes sociais uma “selfie” – foto – a segurar um cartaz com as hashtags: #medianlinenow ou #HandsOffTimorsOil.

Junta-te ao protesto. Segura o cartaz, tira a foto, publica a foto.

O protesto rapidamente ultrapassou todas as fronteiras chegando a Lisboa, em Portugal:

O activista Ivo Gunner Tilman, membro da Organização Juventude de Timor-Leste (OJETIL [16]) informa através de uma publicação no Facebook [17] :

Ohin, 22 Marsu Timor oan rihun ba rihun halibur-an iha Embaixada Australia nia oin hodi eziji konaba liña mediana ne’ebé justu.

Hoje, 22 de Março, milhares dos timorenses estão reunindo perante a Embaixada da Austrália em Díli, exigindo o tratamento mais justo na linha mediana.

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Manifestantes protestam em frente à Embaixada da Austrália em Díli, Timor-Leste. Foto: Acácio Pinto [18], publicação autorizada

O calendário do movimento cívico internacional [1] esta superlotado com protestos desde 21 a 25 de Março, tendo como alvo as cidades de Díli, Melbourne, Sydney, Jacarta, Manila, Camberra, Adelaide e Kuala Lumpur. No Twitter, prepara-se a manifestação de Melbourne:

Protesto, Melbourne, Austrália 24 Mar, 12.30, junto à DFAT (…)