Milhares de timorenses saíram às ruas de Díli (22.03) em forma de protesto contra o Governo da Austrália que se tem mostrado irredutível [2] aos pedidos do Governo Timorense para voltar à mesa das negociações a fim de se redefinir a linha mediana que delimita a fronteira marítima entre os dois países.
Enquanto se mantém a disputa [3] da fronteira marítima, a Austrália continua a explorar os recursos naturais do Mar de Timor que pertenceriam, na sua totalidade, a Timor-Leste caso o direito que lhes comunga pelo domínio da fronteira marítima, perante a Lei Internacional entre os países vizinhos, estivesse definido. “Trata-se de uma prioridade nacional,” refere o primeiro-ministro Timorense Rui Araújo ao declarar que:
Para o povo de Timor-Leste garantir as fronteiras marítimas permanentes é a continuação da nossa longa luta pela Independência e plena soberania. Aliás, pedimos nada mais do que aquilo a que temos direito, de acordo com o direito internacional.
A manifestação que saiu à rua foi também captada pelas câmaras do Centro de Arquivo Audiovisual Max Stahl [4] (CPA).
Mais de 6.000 manifestantes marcharam hoje para a embaixada australiana, em Dili, exigindo o respeito pelos direitos de Timor-Leste como nação independente e pela da lei internacional no mar Timor, onde as reservas de petróleo e gás são reivindicados por este país. Representantes dos principais partidos políticos timorenses, internacionais solidários com a causa, estudantes e veteranos declararam que a luta pelo reconhecimento das fronteiras marítimas a nível internacional, trata-se da continuação da longa guerra de 24 anos pela plena independência do território terrestre e marítimo de Timor-Leste. Discussões sobre a localização das fronteiras marítimas estão ainda para ser acordadas entre os Governos de Timor-Leste, Austrália e Indonésia.
Para reafirmar ainda mais esta luta, a ETAN (East Timor Action Network) [6] organiza uma forma de protesto online pedindo ao público que partilhe nas redes sociais uma “selfie” – foto – a segurar um cartaz com as hashtags: #medianlinenow ou #HandsOffTimorsOil.
Join @etan009 [7] protest. Hold sign, take pix, post photo. #medianlinenow [8] #HandsOffTimorsOil [9] @TurnbullMalcolm [10] https://t.co/y7UoNcuCkW [11]
— ETAN Timor News (@TimorNews) March 22, 2016 [12]
Junta-te ao protesto. Segura o cartaz, tira a foto, publica a foto.
O protesto rapidamente ultrapassou todas as fronteiras chegando a Lisboa, em Portugal:
Justice for Timor- Australia #medianlinenow [8] #HandsOffTimorsOil [9] @TurnbullMalcolm [10]https://t.co/vFhctMlgQp [13] pic.twitter.com/yyz6p6ieqW [14]
— ETAN (@etan009) March 22, 2016 [15]
O activista Ivo Gunner Tilman, membro da Organização Juventude de Timor-Leste (OJETIL [16]) informa através de uma publicação no Facebook [17] :
Ohin, 22 Marsu Timor oan rihun ba rihun halibur-an iha Embaixada Australia nia oin hodi eziji konaba liña mediana ne’ebé justu.
Hoje, 22 de Março, milhares dos timorenses estão reunindo perante a Embaixada da Austrália em Díli, exigindo o tratamento mais justo na linha mediana.
O calendário do movimento cívico internacional [1] esta superlotado com protestos desde 21 a 25 de Março, tendo como alvo as cidades de Díli, Melbourne, Sydney, Jacarta, Manila, Camberra, Adelaide e Kuala Lumpur. No Twitter, prepara-se a manifestação de Melbourne:
Protest Melbourne, Australia 24 Mar, 12.30, outside DFAT, 55 Collins St #HandsOffTimorsOil [9] #MedianLineNow [19] https://t.co/HGIYqZhGyO [20]
— EstherAnderson (@caileaggaire) March 23, 2016 [21]
Protesto, Melbourne, Austrália 24 Mar, 12.30, junto à DFAT (…)