
Captura de imagem da conta do Twitter de Afonso Dhalakma, lider da RENAMO
Falar de paz em Moçambique começa a ser a palavra que mais se apregoa entre os moçambicanos nos últimos tempos. Na noite do dia 12 de Setembro, na zona centro – província de Manica – deu-se um ataque à comitiva que transportava o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama. A notícia foi veiculada inicialmente pela Lusa, dando conta que o ataque provinha de forças governamentais e logo de seguida surgiram especulações à mesma.
Gilberto Correia, antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, questiona a suposta emboscada a Dhlakama:
Um atentado no qual as balas passam a mais de 30 metros do alvo principal e atingem um carro de apoio: ou é notoriamente desastrado ou não é um verdadeiro atentado!
Claudio Mapulango comentou da seguinte maneira:
O próprio comandante disse que não é possível que bandidos possam assaltar uma escolta bem armado, em outras palavras só um grupinho tera perpetrado essa ação, e o POVO sabe muito bem quem fez isso.
Alguns círculos de opinião falam de desinformação por parte da comunicação social pública:
A comunicação social publica, geralmente conotada com a Frelimo, esta a ignorar o ataque a comitiva de Afonso Dhlakama enquanto alguns propagandistas tentam banalizar o incidente!
A Bancada Parlamentar da Renamo, reagiu da seguinte forma:
Vemos todos manifestações apelando a paz, a mando do regime do dia, e o mesmo regime ordena um ataque para matar a Voz do povo, e onde estão os órgãos que cantam que querem paz,onde estão os intelectuais…Se a Renamo responder irão dizer que somos contra paz…Reflitam, porque está claro aqui que quem não quer a Paz não é a Renamo mais sim um grupo que pensa que o País é apenas seu.
Existem rumores de um suposto “plano B” para a Renamo iniciar a guerra simulando o ataque contra si mesma:
A RENAMO E O SEU **Plano B** CONTRA SI MESMA
Uma vez que a Renamo e o seu líder buscam e não encontram motivos para iniciar uma outra guerra contra o Estado moçambicano, eis que agora o «plano B» enveredam por instruir os seus próprios homens armados para simular ataques à “caravana” do “líder” para depois atribuir a autoria desses ataques às forças governamentais moçambicanas. Esta táctica já era previsível (…).
No dias que se seguem, será frequente a simulação de ataques à “caravana” do Afonso Dhlakama, tudo para fazer crer que o país já está em guerra. E ao que tudo indica este «plano B» dos inimigos da independência de Moçambique—que usam a Renamo e seu “líder” como instrumentos de desestabilização para conduzir este país à uma nova guerra—inclui o “suicídio” de Afonso Dhlakama. Sim, numa das “emboscadas” o “líder” será morto pelos seus próprios “comandos” e autoria da acção será atribuída ao Governo de Moçambique.
Manha macabra dos mentores da instabilidade política em Moçambique, a descoberto há muito tempo… Quem “aconselhou” o “líder” para “dispensar” a protecção que lhe era oferecida pelo Estado, sabia o que estava a fazer!
E agora…? Estejamos vigilantes, compatriotas amantes da paz e do progresso!”
Uma outra versão, sobre o suposto ataque à comitiva de Dhlakama, refere que foi provocado pelo rebentamento de um pneu:
Uma outra versão sobre o suposto ataque à comitiva de #Dhlakama http://t.co/KkxMSkHCvr #Moçambique #Renamo
— Alexandre Zerinho (@AlexandreMZz) 13 setembro 2015
A Polícia da República de Moçambique (PRM), refuta acusações que o ataque tenha sido das forças governamentais, segundo o Blog Macua:
A polícia moçambicana negou hoje a autoria da emboscada no sábado contra a caravana do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, atribuindo o ataque a um grupo de desconhecidos. Quem disparou não consigo descortinar, afirmou, em declarações à Lusa, Armando Mude
Enquanto isso, o Jornal aVerdade dá eco à reacção de Afonso Dhlakama:
Afonso Dhlakama atribui “emboscada planificada” ao partido Frelimo http://t.co/hQD9EA0wiR#Moçambique — Jornal a Verdade (@verdademz) 13 setembro 2015
Até agora não houve pronunciamento do Presidente da República, daí que surja alguma ansiedade sobre a sua posição, em relação ao ataque:
Qual poderá ser o comentário de #Nyusi após a emboscada de ontem contra a caravana da #Renamo? #Moçambique #Dhlakama pic.twitter.com/Q9TBjdgYAu
— Tomás Queface (@tomqueface) 13 setembro 2015
Mas o partido Frelimo, do qual Filipe Nyusi é líder, reagiu da seguinte maneira:
FRELIMO REITERA O APELO AO BOM SENSO AO SENHOR DHLAKAMA
1. Depois de muitos anos, finalmente a verdade veio ao de cima, tal como o povo diz que a mentira tem pernas curtas. O povo moçambicano ficou a saber que afinal o senhor Dhlakama não é e nunca foi Pai da democracia; afinal ele é um malandro qualquer, tal como recentemente e em conferência de imprensa ele próprio confirmou ao dizer: “se eu morrer pode vir um outro malandro pior que Dhlakama.”
2. Haverá alguma dúvida que o simulado ataque, em Manica, é mesmo obra de um malandro como o senhor Dhlakama?
3. A FRELIMO condena e repudia veementemente a postura do senhor Dhlakama, Presidente da Renamo, e distancia-se das acusações difamatórias ao nosso Partido de orquestrar o seu assassinato ou qualquer atentado a sua integridade física;
4. Que fique claro, duma vez por todas, para o senhor Dhlakama, que a FRELIMO não é um partido de malandros; a FRELIMO não é organização criminosa como aquela organização que liderada por um malandro, cometeu diversos crimes, durante 16 anos de guerra de desestabilização do nosso País. (…)
Entretanto, os Estados Unidos já vieram a publico condenar estes actos de guerrilha, de acordo com a Agência Lusa:
Os Estados Unidos manifestaram preocupação com o ataque no sábado a uma coluna transportando o líder da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, e condenam a violência para se alcançar fins políticos.
Com este ataque cresce a inquietação no país face ao perigo de regressar à guerra. Recorde-se que Afonso Dhlakama tem vindo a desafiar o governação de Nyusi reclamando para o seu partido a governação das regiões onde recebeu maior número de votos, nas últimas eleições.
1 comentário