Teve lugar no dia 25 de Abril, em Maputo, uma marcha em repúdio aos actos de xenofobia [1] que vêm sendo protagonizados contra cidadãos estrangeiros, desde o início do corrente mês, na África do Sul.
A marcha [2]foi agendada por três organizações da sociedade civil, nomeadamente, a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos [3] (LDH), o Parlamento Juvenil [4] (PJ) e a Solidariedade Islâmica (SI):
Ao abrigo do artigo 51 da Constituição da República e nos termos da Lei da Manifestação, a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, o Parlamento Juvenil e a Solidariedade Islâmica comunicam a realização de uma marcha pacífica contra a onda de xenofobia na África do Sul, a ter lugar no próximo sábado, dia 25 de Abril, com início marcado para as 07H30.
A marcha partirá da estátua de Eduardo Mondlane, no Alto-Maé, seguindo pela Avenida com o mesmo nome até à Embaixada da África do Sul, onde será entregue uma petição de protesto contra este mal que vem ceifando vidas de muitas pessoas naquele país.
Para alem de manifestar a nossa indignação e repudio, no final da marcha pretendemos fazer a entrega de donativos as vítimas Moçambicanas.
Na véspera da realização desta marcha, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, respondeu [5] à carta [6] aberta do escritor e poeta moçambicano Mia Couto que repudia os actos de xenofobia perpetrados contra os imigrantes moçambicanos.
Abneusa Stefania [7] fez o convite para que a marcha tivesse adesão massiva por parte da população:
Vamos todos a Marcha …Reclamar pelos nossos direitos…e pela dignidade dos nossos irmãos que foram vítimas da xenofobia na África do Sul – Amanhã, 25 de Abril de 2015 – Estátua Eduardo Mondlane – 7h30
O protesto acabaria por não cumprir o itinerário previamente estabelecido, uma vez que a lei moçambicana não permite manifestações em frente às instalações das missões diplomáticas. David Nhassengo [8] disse o seguinte:
E a marcha definitivamente terminou no Infantário 1o de Maio e não na Embaixada da África do Sul em Moçambique conforme o previsto. Os organizadores citam leis para a mudança do itinerário.
Ady Vasco [10], uma moçambicana radicada em Portugal mostrou-se orgulhosa com a marcha:
Tá decorrer hoje em Moçambique a marcha #abaixa [11] #xenofobia [12].
Sinto-me orgulhosa de ser africana, meus antepassados todos nasceram a que, filhos legítimo do mundo rainha minha África oie oie . Parabéns a todos Moçambicanos pela atitude e nunca se esqueçam que a nossa República popular da-se o sangue do povo . marcha popular pacífica
Ainda houve espaço para o testemunho de uma das vítimas dos actos xenófobos que tiveram lugar na África do Sul:
Neste momento está intervindo um cidadão moçambicano que foi vitima dos actos xenófobos protagonizados por Sul Africanos. #Moçambique [13]
— Alexandre Zerinho (@Zerinho_b4) 25 abril 2015 [14]
No final da marcha, foi entregue uma carta à Embaixada da África do Sul, endereçada ao líder sul-africano, Jacob Zuma.