Teve lugar no dia 25 de Abril, em Maputo, uma marcha em repúdio aos actos de xenofobia que vêm sendo protagonizados contra cidadãos estrangeiros, desde o início do corrente mês, na África do Sul.
A marcha foi agendada por três organizações da sociedade civil, nomeadamente, a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), o Parlamento Juvenil (PJ) e a Solidariedade Islâmica (SI):
Ao abrigo do artigo 51 da Constituição da República e nos termos da Lei da Manifestação, a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, o Parlamento Juvenil e a Solidariedade Islâmica comunicam a realização de uma marcha pacífica contra a onda de xenofobia na África do Sul, a ter lugar no próximo sábado, dia 25 de Abril, com início marcado para as 07H30.
A marcha partirá da estátua de Eduardo Mondlane, no Alto-Maé, seguindo pela Avenida com o mesmo nome até à Embaixada da África do Sul, onde será entregue uma petição de protesto contra este mal que vem ceifando vidas de muitas pessoas naquele país.
Para alem de manifestar a nossa indignação e repudio, no final da marcha pretendemos fazer a entrega de donativos as vítimas Moçambicanas.
Na véspera da realização desta marcha, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, respondeu à carta aberta do escritor e poeta moçambicano Mia Couto que repudia os actos de xenofobia perpetrados contra os imigrantes moçambicanos.
Abneusa Stefania fez o convite para que a marcha tivesse adesão massiva por parte da população:
Vamos todos a Marcha …Reclamar pelos nossos direitos…e pela dignidade dos nossos irmãos que foram vítimas da xenofobia na África do Sul – Amanhã, 25 de Abril de 2015 – Estátua Eduardo Mondlane – 7h30
O protesto acabaria por não cumprir o itinerário previamente estabelecido, uma vez que a lei moçambicana não permite manifestações em frente às instalações das missões diplomáticas. David Nhassengo disse o seguinte:
E a marcha definitivamente terminou no Infantário 1o de Maio e não na Embaixada da África do Sul em Moçambique conforme o previsto. Os organizadores citam leis para a mudança do itinerário.
Ady Vasco, uma moçambicana radicada em Portugal mostrou-se orgulhosa com a marcha:
Tá decorrer hoje em Moçambique a marcha #abaixa #xenofobia.
Sinto-me orgulhosa de ser africana, meus antepassados todos nasceram a que, filhos legítimo do mundo rainha minha África oie oie . Parabéns a todos Moçambicanos pela atitude e nunca se esqueçam que a nossa República popular da-se o sangue do povo . marcha popular pacífica
Ainda houve espaço para o testemunho de uma das vítimas dos actos xenófobos que tiveram lugar na África do Sul:
Neste momento está intervindo um cidadão moçambicano que foi vitima dos actos xenófobos protagonizados por Sul Africanos. #Moçambique
— Alexandre Zerinho (@Zerinho_b4) 25 abril 2015
No final da marcha, foi entregue uma carta à Embaixada da África do Sul, endereçada ao líder sul-africano, Jacob Zuma.
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