As principais preocupações dos grupos que se opõem ao Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (mais conhecido como TTIP, ou Transatlantic Trade and Investment Partnership [1]), são a falta de transparência e a forma como o tratado vai afectar as comunidades envolvidas.
Em Madrid, a Assembleia Popular de Tres Cantos [2], um grupo de activistas conhecido pela sua participação [3] em protestos contra a crise económica, lançou um apelo a “jornalistas com coragem” para investigar o tratado entre a União Europeia e os Estados Unidos da América.
Num vídeo publicado no blog da organização, e disseminado pelas redes sociais, aparecem membros da assembleia com fotografias de profissionais que trabalham em grandes meios de comunicação de Espanha, e que têm ignorado o tratado na sua cobertura, lançando-lhes o desafio:
Oficialmente, o TTIP vai facilitar o acesso aos mercados e ao investimento por parte de grandes empresas dos dois lados do Atlântico, e vai ter um impacto positivo na vida dos cidadãos da União Europeia e dos Estados Unidos da América.
No entanto, o sigilo em que o acordo está envolto, a ausência de debate público e o surgimento de documentos vazados são causa de preocupação para aqueles que acreditam que o TTIP significa perda de soberania nacional em prol de grandes corporações multinacionais, deterioração do meio ambiente, erosão dos direitos dos trabalhadores e consumidores e uma grande ameaça aos interesses do público alargado.
No início de Fevereiro, instituições europeias e americanas começaram a oitava ronda de negociações sobre o TTIP. Desde que o tratado começou a ser preparado, em 2012, todas as negociações têm tomado lugar a portas fechadas e sob a pressão das grandes corporações no sector industrial internacional, conforme reportou [4] o Global Voices, citando organizações cívicas e cidadãos dos dois lados do oceano.
Partidos políticos, movimentos sociais e associações espanholas que representam vários interesses uniram esforços para pedir maior transparência nas negociações do tratado e lançaram a plataforma “NÃO ao TTIP [5]” (#NoAlTTIP). Uma das iniciativas online foi um protesto fotográfico ao qual se juntou a Horta Agroecológica Comunitária de Cantarranas [6] com as seguintes imagens:
Alguns meios de comunicação independentes de Espanha têm publicado artigos sobre as negociações em torno do TTIP e apelam à transparência:
ENTREVISTA | Frédéric Viale, de ATTAC Francia: “El TTIP proviene del deseo de los lobbies, no de los pueblos” http://t.co/keIvvc9qn4 [7]
— eldiario.es (@eldiarioes) febrero 22, 2015 [8]
ENTREVISTA | Frédéric Viale, da ATTAC França: “O TTIP baseia-se nos interesses dos lobbies, não nos do povo” http://t.co/keIvvc9qn4 [7]
— eldiario.es (@eldiarioes) February 22, 2015 [8]
El TTIP o cómo venderle tu alma al diablo https://t.co/Kh9eQFJcfV [9] por @ecanrog [10] #TTIP [11] pic.twitter.com/NM6Nd1EXAq [12]
— Diagonal Periódico (@El_Diagonal) febrero 19, 2015 [13]
O TTIP, ou como vender a alma ao diabo https://t.co/Kh9eQFJcfV [9] por @ecanrog [10] #TTIP [11] pic.twitter.com/NM6Nd1EXAq [12]
— Diagonal Periódico (@El_Diagonal) February 19th 2015 [13]
¿Qué es la convergencia reguladora del #TTIP [11]? Conoce las trampas del tratado http://t.co/uNN5oJYIVa [14] vía @lamarea_com [15] #TTIPSecret [16] #NoalTTIP [17]
— Amigos de la Tierra (@AmigosTierraEsp) febrero 11, 2015 [18]
O que é a convergência reguladora do #TTIP [11]? Conheça as armadilhas do tratado http://t.co/uNN5oJYIVa [14] via @lamarea_com [15] #TTIPSecret [16] #NoalTTIP [17]
— Amigos de la Tierra (@AmigosTierraEsp) (Friends of the earth) February 11th, 2015 [18]
Enquanto isso, o website Economía Ciudadana [19](Economia Cidadã) está a tentar obter os registos das negociações junto da Provedoria de Justiça Europeia:
@TeresaRodr_ [20] Registro de la reclamación de Acceso a los Docs del #TTIP [11] por la Defensora del Pueblo Europeo #NoalTTIP [17] http://t.co/aZ4gx7FO8A [21]
— Economia Ciudadana (@citizeneconomy) octubre 21, 2014 [22]
@TeresaRodr_ [20] Registo de reclamação sobre o pedido de acesso aos documentos do #TTIP [11] entregue à Provedoria de Justiça Europeia #NoalTTIP [17] http://t.co/aZ4gx7FO8A [21]
— Economia Ciudadana (@citizeneconomy) October 21, 2014 [22]
Só será possível conhecer o verdadeiro impacto do TTIP quando o público tiver acesso aos registos das negociações e a informações sobre as reuniões que vão tendo lugar entre as instituições e os grupos de interesse. É preciso que os jornalistas se comprometam a investigar o tratado e que as organizações cívicas ofereçam o seu apoio. É por esse motivo que os interessados apelam a um maior envolvimento de “jornalistas intrépidos”.