Catequistas da Igreja Católica das Américas foram detidos pela policia angolana depois de protestarem contra o encerramento da sua igreja em frente à sede do Governo da província de Cabinda. A manifestação acabou em confrontos entre os protestantes e a policia.
A noticia [1] refere que dezenas de igrejas foram mandadas fechar pela policia nacional por estas não estarem em conformidade com a lei vigente em Angola.
O responsável pela Igreja das Américas, Padre Casimiro Congo, acusa a Policia Nacional de ter “violentado” mulheres e detido catequistas indefesos [2]. O sacerdote denuncia que a policia invadiu e destruiu as instalações da igreja quando catequistas e mulheres estavam a rezar “e como este povo já esta cansado dessas tiranias todas avançou para o comissariado para dizer da sua justiça.” [3]
As reações no Twitter denunciam a forte presença policial em frente à Igreja do Padre Casimiro:
Última: Cabinda, forte presença policial em frente a igreja Católica das Americas do Padre Casimiro Congo, no… http://t.co/DC2VApJz1K [4]
— Correntes Do Kwanza (@corretedokwanza) November 9, 2014 [5]
Casimiro Congo denuncia detenção de catequistas em Cabinda http://t.co/iD0C95A8yh [6]
— Club-k Angola (@clubk_angola) July 8, 2014 [7]
Os protestantes acusavam o governo de perseguição religiosa e de ignorar a liberdade de religião garantida pela Constituição da República quando se deu o confronto com a policia.
A residência do Padre Congo já tinha sido cercada pela policia em Agosto último [9] por este ter acusado a “Igreja Católica de perseguição”. [10] O clérigo afirma que os cristãos “estão amordaçados em Cabinda” e declara não compreender a razão da “perseguição a cristãos”. [10]
Cabinda [11] é um enclave situado entre a República do Congo e a República Democrática do Congo. Foi protectorado de Portugal desde 1885. Em 1920 passou a ser território integrante da então Província Ultramarina. Atualmente, é uma das 18 províncias da República Democrática de Angola. Contudo, Cabinda tem vindo a lutar pela independência desde 1960, primeiro sobre Portugal e posteriormente sobre a Angola. [12]
O enclave é rico em recursos naturais como petróleo no entanto, a sua população vive abaixo do limiar da pobreza. O território tem sido alvo de forte violência “fruto da excessiva presença de tropas angolanas” [16] acusa a Frente de Libertação do Estado de Cabinda(FLEC) [17] que tem apelado à “comunidade internacional mediação para forçar a Angola a terminar com a violência em Cabinda.” [18]