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Estudantes universitários mexicanos em greve devido à tragédia de Ayotzinapa

Categorias: América Latina, México, Direitos Humanos, Guerra & Conflito, Mídia Cidadã, Protesto
Ayotzinapa en la UNAM 1 foto TRC

“Eles foram levados vivos, queremo-los de volta vivos!” Ayotzinapa na Universidade Nacional Autónoma do México. Foto do autor J. Tadeo

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O governo Mexicano continua a sofrer pressão devido ao assassinato dos estudantes da Escola Rural Raúl Isidro Burgos [1] em Ayotzinapa, Guerrero, no sul do México, e à exigência de que os estudantes que desapareceram há mais de 26 dias sejam devolvidos vivos.

No início de Outubro, os mexicanos foram para as ruas exigir o regresso dos estudantes [2]. Pessoas de diferentes estratos sociais uniram-se pela causa. Mais tarde, a comunidade estudantil do país entrou em greve por 48 horas.

Várias escolas da Universidade Nacional Autónoma do México [3], que é a maior instituição pública de ensino superior do país, e a Universidade Autónoma Metropolitana juntaram-se ao movimento. O website de notícias e análise Animal Político [4] partilhou a lista de escolas e faculdades que estão a participar na greve.

Comunicado de las acciones a emprender por la Facultad de Derecho con motivo del paro nacional. Foto cortesía de http://juantadeo.wordpress.com/

Declaração das acções a serem tomadas pela Faculdade de Direito durante a greve nacional. Foto cortesia de http://juantadeo.wordpress.com/

O website Sopitas [5] afirmou que mais de 70 instituições de ensino a nível nacional se juntaram à suspensão temporária de actividades. 

Marco Zavala partilhou a seguinte imagem:

A Faculdade de Direito aderiu à greve nacional pela luta dos Direitos Fundamentais!  

Ana Lilia Mata disse que o Reitor da Universidade Autónoma do Estado de Morelos se uniu à causa:

O Reitor da UAEM lidera o protesto a favor dos professores de Ayotzinapa 

Sanjuana Martínez apelou ao Presidente Enrique Peña a comportar-se de forma respeitosa para com os familiares das vítimas destes crimes: 

Por quanto tempo pensa o governo de Enrique Peña Nieto que pode esconder as vítimas de Ayotzinapa? Respeito pelas famílias dos 43.

No entanto, nem toda a gente foi a favor da greve. Joaquin, utilizador do Twitter, expressou-se do seguinte modo em relação ao movimento: 

Pensar que uma greve nacional ajuda a melhorar as coisas é prova do pensamento medíocre que impede este país de seguir em frente

Neste contexto de descontentamento generalizado, a tempestade política [14] não pode ser subestimada. O jornalista Ciro Gómez Leyva [15] disse que 22 de Outubro de 2014 foi um bom dia para o governador de Guerrero sair e começar a preparar uma explicação sobre o porquê de “dentro e fora do México, a noite de Iguala o irá perseguir até ao fim dos seus dias”, referindo-se à noite em que os actos violentos que motivaram os protestos, ocorreram.

Para além das consequências políticas e legais (se houver alguma) dos desastrosos incidentes, a tragédia humana e a dor sentida pelas famílias dos estudantes que perderam as suas vidas e daqueles cujo paradeiro é desconhecido, devem ser mantidas em perspectiva. 

Siga a nossa cobertura aprofundada em Tragam de volta os estudantes mexicanos desaparecidos de Ayotzinapa [16]

Tradução editada por Lú Sampaio [17] como parte do projecto Global Voices Lingua [18]