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Um dos lugares recomendados de Medellín [pt] para conectar-se com as pessoas com vontade de fazer coisas ou difundir as próprias é a Morada ou Casa Morada (Casa Moradia, em português), como também é conhecida. A casa é muito concorrida e está localizada em uma parte agradável do bairro de San Javier, que contrasta com a complexidade social da Comuna 13, de onde faz parte, e é a sede de um coletivo com suas próprias ideias de como criar e de como promover a arte e a cultura:
Somos un colectivo en red sin ganas de hacer negocios, sin ánimo de formalizarnos, ni de corporatizarnos. Somos un colectivo con emisora, con un espacio (o morada material), con actividades, con alianzas para crear, para disfrutar, para encontrarnos.
Nos mueve el placer, nos unen unas sensaciones.
Nos movemos en red por el voz a voz, tejiendo uno a uno, no somos un espacio público, ni una sede cultural del gobierno.
Si tiene un proyecto artístico, cultural, periodistico, investigativo y necesita un lugar para crear, para el intercambio, ¡Bienvenido!
Somos um coletivo em rede sem vontade de fazer negócios, sem ânimo de formalizarmo-nos, nem de nos corporativizar. Somos um coletivo com emissora, com um espaço (ou estadia material), com atividades, com alianças para criar, para aproveitar, para nos encontrar.
Somos movidos pelo prazer, unidos pelas sensações.
Movemos-nos em rede pelo boca a boca, tecendo ponto a ponto, não somos um espaço público, nem uma sede cultural do governo.
Se você tem um projeto artístico, cultural, jornalístico, de pesquisa e precisa de um lugar para criar, para o intercâmbio, bem vindo!
Em uma entrevista para o jornal El Colombiano por causa do primeiro ano da Casa Morada, em atividade desde 2012, o membro líder do coletivo Lucas Jaramillo comentava:
Aquí venimos a crear. Desde la libertad del hacer queremos sentar una posición crítica hacia una ciudad que despierta amores y odios.
Viemos aqui para criar. Desde a liberdade do fazer, queremos estabelecer uma posição crítica em relação a uma cidade que desperta amor e ódio.
A casa, em si um projeto da Fundación Casa de las Estrategias e outras organizações, gerencia várias atividades para cada dia da semana. Por exemplo, às segundas-feiras costuma realizar oficinas de informática e pesquisa; às terças, de escrita e divulgação de novos autores; às quartas tem poesia e música; já às quintas, aulas de canto seguidas de cinema; e às sextas, oficinas de desenho e rádio. Finalmente, aos sábados, “agroarte” e escola de grafite. Pessoas de diversos pontos da cidade comparecem a estas atividades, principalmente jovens, mas adultos também.
Ao longo de sua existência, a casa tem dado abrigo a vários projetos culturais e de arte urbana, como o do hip-hopper e gestor cultural Jeihhco, que de alguma forma também se tornaram testemunhas involuntárias da violência ainda presente na cidade, como ficou registrado em nota de 2012 sobre assassinatos de rappers da área:
En la Casa Morada del barrio San Javier se respiraba silencio, se respiraba miedo. El ambiente que se vivía, a tan sólo 3 días de la muerte de “El Duke” (conocido cantante de hip hop de la zona), asesinado el martes 30 de octubre, era de tensión. Al parecer, los líderes y raperos allí reunidos buscaban la intervención de un sacerdote que buscara una solución al problema de seguridad tras las amenazas recibidas el día anterior. […] El motivo de la visita a la Casa Morada, […] era conocer más de cerca el pasado de Élider Varela, (conocido como) “El Duke”, como rapero y líder comunitario.
Na Casa Morada, do bairro de San Javier, respirava-se silêncio, respirava-se medo. O ambiente vivido, apenas três dias depois da morte de ‘El Duke’, assassinado numa quarta-feira, 30 de outubro, era de tensão. Aparentemente, os líderes e rappers reunidos ali buscavam a intervenção de um sacerdote que procurava uma solução para o problema da segurança depois de ter sofrido ameaças no dia anterior. […] O motivo da visita à Casa Morada, […] era conhecer mais sobre o passado de Élider Varela, ‘El Duke’, como rapper e líder comunitário.
Longe de intimidar aos membros do coletivo, esta experiência os impulsionou a responder com criatividade e solidariedade a estes infelizes acontecimentos. Carlos Mario Cano, escrevendo para diarioadn.co, relata:
dos actos simbólicos de ciudad fueron gestados desde Morada: una semana después de las amenazas en contra de 25 raperos en la 13, en noviembre del año pasado (2012), la emisora salió a las calles para dar un ‘Abrazo morado’: encuentro con la gente para recordarles que todos debían acoger a estos jóvenes a quienes les vulneraron sus derechos.
El segundo acto nació luego del asesinato del mimo Julián Taborda en el corregimiento de Altavista. En esa ocasión, a principios de febrero de este año (2013), la Federación Parcharte –también nacida en Morada– decidió hacer un evento con diversas expresiones culturales en este corregimiento azotado por la violencia.
dois atos simbólicos da cidade foram gestados pela Morada: uma semana depois das ameaças contra os 25 rappers da 13, em novembro do ano passado (2012), a emissora saiu às ruas para dar um ‘abraço roxo’: encontro com as pessoas para lembrar-lhes que todos deveriam acolher a estes jovens que tiveram seus direitos violados.
O segundo ato nasceu depois do assassinato do mímico Julián Taborda, na aldeia de Altavista. Nesta ocasião, no começo de fevereiro deste ano (2013), a Federação Parcharte – também nascida na Casa Morada – decidiu fazer um evento com diversas expressões culturais neste distrito assolado pela violência.
A referida estação no parágrafo anterior é a Morada Estéreo, um dos projetos mais populares da Morada. Em suas próprias palavras:
Con Morada Estéreo estamos apostando a un medio independiente, completamente libre, sin censura. Encontramos la identidad y la línea editorial desde las personas con las que nos juntamos, por sus búsquedas, por lo que crean, por cómo ayudan. […] Sin voces impostadas, sin guiones insulsos, sin brutalidad, sin prisa somos una red de locutores y realizadores que vibramos. Aquí encontrará gente proponiendo, muchos de ellos inconformes, siempre explorando con la generosidad del intercambio.
Intentamos también prestarle la voz a los que no tienen voz, estamos en contra de la discriminación y la segregación, contribuyendo a abrir una Medellín que muchos hacen, sin fronteras, en trueque con el mundo.
Com a Morada Estéreo estamos apostando em um meio independente, completamente livre, sem censura. Encontramos a identidade e a linha editorial desde as pessoas com as quais nos juntamos, por suas buscas, pelo que acreditam, pelo quanto ajudam. […] Sem vozes falsas, sem scripts, sem brutalidade, sem pressa, somos uma rede de locutores e realizadores que vibramos. Aqui se encontra gente propondo, muitos deles inconformados, sempre explorando com a generosidade do intercâmbio.
Também tentamos dar voz àqueles que não a têm, estamos contra a discriminação e a segregação, contribuindo para a abertura de uma Medellín que muitos fazem, sem fronteiras, em troca com o mundo.
Sobre este projeto radial tive a oportunidade de conversar com o encarregado Walter González. Vamos ouvir o que ele nos diz a respeito (vídeo em espanhol):
Outro dos projetos em destaque da Morada é o Agroarte, um projeto que une a agricultura, a terra, a educação e a estrutura social da cidade. Neste canal de Youtube da Morada Estéreo há uma entrevista com @agroarte, o cantor de hip hop que lidera este projeto (em espanhol):
Para conhecer mais da Morada, podem visitar sua página web, sua página no Facebook e seu Twitter. A Morada Estéreo, além de ouvida, também pode ser seguida no Facebook, via seu canal no YouTube e em Mixcloud.