Não é segredo que a região do Pacífico está na linha de frente das mudanças climáticas. Num lugar como Kiribati [2], os efeitos imediatos do ambiente sobre as pessoas são altamente visíveis, impactando as suas vidas diárias de várias maneiras. Por todo o Pacífico, a mudança climática está aumentando a intensidade dos eventos meteorológicos extremos, fazendo com que os níveis do mar subam e as secas sejam exacerbadas. Como se isso não fosse suficientemente assustador, se o mundo continuar queimando combustíveis fósseis, como atualmente se planeja fazer, isso é só o começo para Kiribati, devendo ficar apenas pior.
No mês passado, eu viajei para Kiribati para ajudar a facilitar um programa do Climate Warrior Training [3] [en] para jovens, na ilha de Tarawa. Durante o meu período como ativista do clima, Kirabati sempre foi usado como exemplo de um país insular de baixa altitude lutando contra os efeitos da mudança climática.
No Global Power Shift [4] [en], uma convergência para treinamento de líderes climáticos em Istambul, no ano passado, eu conheci um jovem chamado Toani Benson, que falou com emoção sobre o impacto da mudança climática no seu povo. Isso validou minha crença que o esforço global na redução das emissões de gás de efeito estufa para o limite seguro de 350 partes por milhão (ppm), é, indiscutivelmente, imperativo.
Uma geração de guerreiros do clima defendem o Pacífico
Globalmente, o 350.org está se preocupando com setor do combustível fóssil e é hora do 350 Pacific se juntar nessa luta também. Se nos sentarmos e deixarmos que o setor do combustível fóssil siga com suas aspirações econômicas, então será hora de darmos adeus às nossas lindas ilhas do Pacífico, junto com as suas populações, culturas e conhecimentos tradicionais.
Uma grande parte do que molda essa batalha contra o gigante do setor do combustível fóssil depende de como formamos e lidamos com a base do poder público que temos como insulanos do Pacífico e como nações.
Uma geração de guerreiros do clima está surgindo em defesa do Pacífico e na construção das nossas verdades autênticas e inerentes, das forças e aspirações.
Precisamos inspirar a inovação e a criatividade nos nossos jovens guerreiros do clima, e colocar um ênfase – como nunca antes– na unidade da nossa região.
Esse momento nos dá a oportunidade de mostrar ao mundo que essa é uma luta baseada na cooperação regional e no amor puro pela nossa terra. Não estaremos lutando sozinhos. Nossos aliados são muitos, e coletivamente somos poderosos.
Estamos diante de um ponto importante da nossa história onde temos a oportunidade de incitar a energia guerreira das 14 nações insulares e territórios do Pacífico, na criação de um momento poderoso que ecoará na eternidade, declarando ” Não estamos afundando. Estamos lutando”.
Estamos desenvolvendo a capacidade dos jovens por toda a região no cumprimento das obrigações e no teste dos limites um pouco mais além, levando a nossa luta de confronto para o setor do combustível fóssil.
Esse treinamento não se limita apenas no aumento da conscientização mas na tentativa de construir a resiliência dos jovens fazendo-os entender as verdades climáticas e a prezarem o coração do movimento climático global. Estamos dando a esses jovens líderes a chance de terem uma participação nos futuros que eles tão legitimamente merecem. Estamos conferindo poderes a eles para que possam se tornar parte da solução tornado-os agentes eficazes das mudanças dentro de suas próprias comunidades.
Como Pelenise Alofa, um membro de longa data do 350 Kiribati relata:
Essa geração de jovens tem sorte. Eles têm os meios e a oportunidade de superar a ignorância. Para os nossos ensinamentos, não há a exigência deles terem dinheiro. Ensinamos o conhecimento tradicional e como eles podem combinar o entendimento cultural com o ativismo dos dias modernos para fazer a mudança exigida. Eles podem receber capacitação e em troca capacitar outros. Eu tenho esperança em um futuro onde os habitantes de Kiribati possam não apenas existir, mas viver – no sentido real sentido da palavra.