Não é segredo que a região do Pacífico está na linha de frente das mudanças climáticas. Num lugar como Kiribati, os efeitos imediatos do ambiente sobre as pessoas são altamente visíveis, impactando as suas vidas diárias de várias maneiras. Por todo o Pacífico, a mudança climática está aumentando a intensidade dos eventos meteorológicos extremos, fazendo com que os níveis do mar subam e as secas sejam exacerbadas. Como se isso não fosse suficientemente assustador, se o mundo continuar queimando combustíveis fósseis, como atualmente se planeja fazer, isso é só o começo para Kiribati, devendo ficar apenas pior.
No mês passado, eu viajei para Kiribati para ajudar a facilitar um programa do Climate Warrior Training [en] para jovens, na ilha de Tarawa. Durante o meu período como ativista do clima, Kirabati sempre foi usado como exemplo de um país insular de baixa altitude lutando contra os efeitos da mudança climática.
No Global Power Shift [en], uma convergência para treinamento de líderes climáticos em Istambul, no ano passado, eu conheci um jovem chamado Toani Benson, que falou com emoção sobre o impacto da mudança climática no seu povo. Isso validou minha crença que o esforço global na redução das emissões de gás de efeito estufa para o limite seguro de 350 partes por milhão (ppm), é, indiscutivelmente, imperativo.
Uma geração de guerreiros do clima defendem o Pacífico
Globalmente, o 350.org está se preocupando com setor do combustível fóssil e é hora do 350 Pacific se juntar nessa luta também. Se nos sentarmos e deixarmos que o setor do combustível fóssil siga com suas aspirações econômicas, então será hora de darmos adeus às nossas lindas ilhas do Pacífico, junto com as suas populações, culturas e conhecimentos tradicionais.
Uma grande parte do que molda essa batalha contra o gigante do setor do combustível fóssil depende de como formamos e lidamos com a base do poder público que temos como insulanos do Pacífico e como nações.
Uma geração de guerreiros do clima está surgindo em defesa do Pacífico e na construção das nossas verdades autênticas e inerentes, das forças e aspirações.
Precisamos inspirar a inovação e a criatividade nos nossos jovens guerreiros do clima, e colocar um ênfase – como nunca antes– na unidade da nossa região.
Esse momento nos dá a oportunidade de mostrar ao mundo que essa é uma luta baseada na cooperação regional e no amor puro pela nossa terra. Não estaremos lutando sozinhos. Nossos aliados são muitos, e coletivamente somos poderosos.
Estamos diante de um ponto importante da nossa história onde temos a oportunidade de incitar a energia guerreira das 14 nações insulares e territórios do Pacífico, na criação de um momento poderoso que ecoará na eternidade, declarando ” Não estamos afundando. Estamos lutando”.
Estamos desenvolvendo a capacidade dos jovens por toda a região no cumprimento das obrigações e no teste dos limites um pouco mais além, levando a nossa luta de confronto para o setor do combustível fóssil.
Esse treinamento não se limita apenas no aumento da conscientização mas na tentativa de construir a resiliência dos jovens fazendo-os entender as verdades climáticas e a prezarem o coração do movimento climático global. Estamos dando a esses jovens líderes a chance de terem uma participação nos futuros que eles tão legitimamente merecem. Estamos conferindo poderes a eles para que possam se tornar parte da solução tornado-os agentes eficazes das mudanças dentro de suas próprias comunidades.
Como Pelenise Alofa, um membro de longa data do 350 Kiribati relata:
Essa geração de jovens tem sorte. Eles têm os meios e a oportunidade de superar a ignorância. Para os nossos ensinamentos, não há a exigência deles terem dinheiro. Ensinamos o conhecimento tradicional e como eles podem combinar o entendimento cultural com o ativismo dos dias modernos para fazer a mudança exigida. Eles podem receber capacitação e em troca capacitar outros. Eu tenho esperança em um futuro onde os habitantes de Kiribati possam não apenas existir, mas viver – no sentido real sentido da palavra.