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FOTOS: ‘Theyyam’, a festa dos deuses na Índia

Categorias: Sul da Ásia, Índia, Arte e Cultura, Fotografia, História, Mídia Cidadã
Vishnumoorthi at Narikode. Image by Shaji Mullookkaran, used with permission [1]

Vishnumoorthi em Narikode. Imagem por Shaji Mullookkaran, usada com permissão

Na Índia, junto com o início do inverno no litoral de Kerala e na região ao redor, começa o ritual de Theyyam [2] [en], que é realizado em mais de mil templos, sendo conhecido pelas batidas dos tambores, danças indígenas e narrativas encantadas.

As castas mais populares participam do festival e, por isso, todas as histórias e músicas revelam a crueldade do sistema e das castas mais altas. O ritual Theyyam é a manifestação de deus num ser humano, que recebe um status divino.

No livro “Nine Lives [3]” (Nove vidas) [en], William Dalrymple escreveu sobre esta manifestação divina:

It’s only during the Theyyam season — from December to February. We give up our jobs and become Theyyam artists. For those months we become gods. Everything changes. We never eat meat or fish and are forbidden to sleep with our wives. We bring blessings to the village and the villagers, and exorcise evil spirits. We are the vehicle through which people can thank the gods for fulfilling their prayers and granting their wishes. Though we are all Dalits (untouchables) even the most bigoted and casteist Namboodiri Brahmins worship us, and queue up to touch our feet.

Apenas durante a temporada de Theyyam – de dezembro a fevereiro. Deixamos nossos empregos e nos tornamos artistas. Nós nos tornamos deuses nestes meses. Tudo muda. Não comemos carne ou peixe e estamos proibidos de dormir com nossas esposas. Trazemos bençãos para a aldeia e os aldeões, e também exorcizamos os maus espíritos. Nós somos o veículo através do qual as pessoas podem agradecer aos deuses por atenderem suas orações e concederem seus desejos. Apesar de sermos todos Dalits (intocáveis), até mesmo o mais intolerante e discriminador Namboodiri Brâmanes vêm nos adorar, entrando na fila para tocar nossos pés.

Há muitas histórias e pesquisas sobre o Theyyam, mas o ritual continua a ser um mistério para muitas pessoas que não pertencem à região. A maioria deles são realizados à noite e alguns restringem até participação das mulheres como observadoras.

O festival também tem uma presença na mídia social. No Facebook, as pessoas adicionam fotos de Theyyam através da hastag NarikodeTheyyam2014 [4]. Animesh Xavier [5] [hi], um artista e blogueiro no google plus (Google+), escreveu um comentário sobre o evento [6] [hi] para o site de uma rede de TV e fez alguns desenhos a partir de cenas [7] [hi] das festividades.

Shaji Mullookkaran [8] [hi], um ávido fotógrafo e blogueiro, postou um convite em seu Google Plus convidando a todos para juntarem-se à ele no Theyyam deste ano na sua cidade natal Narikode, em Kerala, para uma ‘caminhada fotográfica’ (photowalking [9]) [en], como foi feito nos últimos anos.

Picture by Shaji Mullookkaran, used with permission [1]

Um Theyyam representando um deus. Imagem de Shaji Mullookkaran, usada com permissão

Cerca de vinte ou mais de pessoas, que participam das mídias sociais, aceitaram o convite e acompanharam Shaji para registrar algumas das principais performances, que resultaram em algumas fotografias extraordinárias deste mundo intrigante, onde deuses descem à terra.

Na visita em Kerala, Kumar Upasana [10] [en], que vive no Kuwait, documentou a Puthiya Bagavathy Theyyam em um vídeo curto:

As fotografias [11] de Seena Viovin [12] [hi], uma engenheira de software, mostram o ponto de vista de uma mulher:

Picture by Seena Viovin, used with permission [13]

Theyyam abençoando um devoto. Imagem de Seena Viovin, usada com permissão.

Photograph by Seena Viovin, used with permission [13]

Ajudantes preparando um adereço para a cabeça do Theyyam. Imagem de Seena Viovin, usada com permissão.

Photograph by Seena Viovin, used with permission [13]

Dois Theyyams no templo. Imagem de Seena Viovin, usada com permissão.

[A edição deste post em língua portuguesa foi feita por Davi Padilha Bonela]