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Antes do referendo na Crimeia, repressão russa se faz presente

Categorias: Europa Oriental e Central, Rússia, Ucrânia, Guerra & Conflito, Liberdade de Expressão, Meio Ambiente, Mídia Cidadã, Protesto, RuNet Echo
Vladimir Zhirinovsky, bemoaning the lack of "calm" on Russia's streets, images mixed by Kevin Rothrock.

Vladimir Zhirinovsky, lamentando a falta de “calma” nas ruas da Rússia, imagens mixadas por Kevin Rothrock.

[Todos os links levam a links em russo exceto quando especificado o contrário]

Meses de protestos na Praça da Independência, em Kiev, Ucrânia e o político russo Vladimir Zhirinovsky faz um discurso [1] [ru], no pavimento do parlamento, atacando blogueiros russos e membros da oposição por pertubar a “calma”da nação. Zhirinovsky, um líder inflamado do partido erroneamente chamado de Partido Liberal Democrático da Rússia, escolheu a ativista ambientalista Yevgeniya Chirikova, o político Boris Nemtsov e o blogueiro que combate a corrupção Alexey Navalny como bodes expiatórios, argumentando que os dois últimos deviam estar em prisão domiciliar, para a calma na Rússia ser restaurada. (Zhirinovsky citou a prisão domiciliar do conhecido manifestante Sergei Udaltsov como um precedente para retirar ‘baderneiros’ políticos das ruas.)

No momento do discurso de Zhirinovsky, Nemtsov estava cumprindo pena de dez dias, após ter sido preso em uma demonstração não autorizada em Moscou. Um tribunal prontamente condenou Navalny, que já estava na prisão com Nemtsov, a prisão domiciliar sob acusações duvidosas de que ele havia violado limites impostos ao movimento dele dentro de Moscou. O blogueiro mais importante da Rússia está agora impedido de usar a internet ou falar com qualquer pessoa que não seja da família dele.

Estes acontecimentos ocorreram na mesma semana em que a violência aumentou na Crimeia, onde o Kremlin supostamente teria enviado milhares de soldados, violando o acordo básico com o governo ucraniano. O novo partido político de Navalny, aliás, declarou veementemente oposição [2] à intervenção russa na Ucrânia

Em um post [3] do Facebook, semana passada, Nemtsov também manifestou oposição à uma guerra com a Ucrânia:

Пока я под арестом, Совет Ярославской Думы (!!!!)поддержал решение Совета федерации о вводе войск на территорию Украины. Единогласно. Так вот, господа депутаты. Я категорически против ввода российских войск. Я категорически против братоубийственной войны с Украиной.

Enquanto estou preso, o Conselho de Oblast de Iaroslavl (!!) confirma a decisão do Conselho da Federação de invadir o território da Ucrânia. Por unanimidade. Então, queridos deputados, sou categoricamente contra as tropas russas. Eu sou totalmente contra a guerra fratricida contra a Ucrânia.

No começo desse mês, a organização em “defesa do meio ambiente” de Chirikova assinou [4] uma declaração conjunta [5] [ru] contra a guerra feita por várias ONG's ucranianas .

[6]

“15 de março de 2014, Moscou, Marcha pela paz,” banner do evento no Facebook.

Em meio a repressão aos líderes da sociedade civil russa, a atenção agora volta-se para o 15 de março, quando cidadãos de Moscou ião participar de uma demonstração contra a intervenção da Rússia na Ucrânia, um dia antes dos eleitores da Crimeia decidirem entre a secessão e a expansão da autonomia. No momento que esse post estava sendo escrito, cerca de 2.600 usuários do Facebook haviam confirmado presença [7] para a demonstração em Moscou. Outras 22.000 pessoas haviam sido convidadas.