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Por vezes, extensionistas das comunidades rurais na Índia precisam viajar vários quilômetros entre muitas aldeias, em um dia, na Índia. Seria possível tornar esse trabalho mais fácil, usando a tecnologia para se chegar até às estruturas organizacionais existentes?
O que começou como um projeto de pesquisa do grupo Tecnologia para Mercados Emergentes da Microsoft Research Índia, em 2006, evoluiu para um projeto independente sem fins lucrativos, apenas dois anos mais tarde. Ao levar tecnologia para os trabalhadores do campo, (pessoas também conhecidas como extensionistas), o Digital Green pode transformar a vida dos menos favorecidos ao redor do mundo. Como? Com vídeos feitos por e para membros da comunidade e exibidos localmente com a presença de um mediador. O Digital Green trabalha com parceiros para “comunicar boas práticas à comunidade através de vídeos produzidos localmente e de uma divulgação mediada”. Aqui está um dos vídeos:
Desde 2010, o Digital Green alcançou mais de 3.100 vilas e envolveu uma audiência única de 234.360 visitantes. Em agosto de 2012, eles começaram a intensificar esforços, na expectativa de alcançar 10 mil aldeias e um milhão de agricultores na Índia nos próximos três anos. Eles produziram mais de 2.600 vídeos em 20 idiomas diferentes.
Lakshmi Iyer é a Diretora Adjunta de Estratégia e Inovação do Digital Green. Através de uma entrevista pelo Skype, Iyer descreveu o Digital Green como uma “organização educacional”, o que significa que a própria organização aprende e se adapta à medida que analisa dados. Ela afirma que o poder está com a comunidade e que o programa é…
…80% about community and 20% about technology. It is really more about layering technology to amplify the effectiveness of what is already in place.
…80% sobre comunidade e 20% sobre tecnologia. É realmente mais sobre dispor a tecnologia para ampliar a eficácia do que já existe.
Iyer descreve a tecnologia como uma camada extra para grupos, mediadores e equipes de produção de vídeo, que fazem o Digital Green, serem eficientes no terreno. O treinamento de produção de vídeo para membros da comunidade envolve a criação de storyboard, o trabalho de câmera e edição, com 3 a 4 pessoas sendo treinadas em cada distrito – geralmente aquelas que já são alfabetizadas.
O fundador Rikin Gandhi falou sobre os participantes no the Hindu,
As they learn video production, they also develop greater self-confidence. They are seen as professionals in their communities.
À medida que eles aprendem a produzir vídeos, eles também desenvolvem uma maior auto-confiança. Eles são vistos como profissionais em suas comunidades.
Enquanto outras organizações, tais como Farm Radio International e AgroInsight possam vir a fazer coisas parecidas, Iyer diz que não acha que quaisquer outras organizações estejam se envolvendo com vídeo na mesma medida – um compromisso resultante de um extenso estudo publicado no jornal de Tecnologias de Informação para o Desenvolvimento Internacional.
Digital Green, constantemente, está alerta ao monitoramento e análise, coletando dados sobre como vídeos estão sendo compartilhados e adotados – e, em seguida, respondendo a esses dados. Se houver questões consistentes e semelhantes, um novo vídeo pode ser feito ou revisto para garantir uma clara transmissão da informação.
Aqui pode se encontrar um exemplo desses extensos relatórios. Neste exemplo do ano passado, 81% dos telespectadores são mulheres e 19% homens da Índia, em parte devido a um projeto de trabalho para alavancar grupos comunitários de mulheres já existentes.
Embora o foco inicial tenha sido a agricultura, a organização está agora abrangendo nutrição e saúde. Iyer diz:
We realized that in order to improve the livelihoods and lives of individuals we work with, it would be necessary to include nutrition and health as converging topics to agriculture.
Percebemos que, a fim de melhorar as condições de vida e subsistência das pessoas com as quais trabalhamos, seria necessário incluir nutrição e saúde como temas complementares à agricultura.
Digital Green recebeu fundos para educação do DFID India para testar a eficiência da abordagem dentro de novas geografias (Etiópia e Gana) e expandi-la para os âmbitos da saúde e nutrição. Focando na melhoria da capacidade dos profissionais de saúde do governo, a ideia é “alavancar a força dos prestadores de serviços locais.” Atualmente, o programa de saúde destina-se à saúde materna e infantil.
Em novembro, o Digital Green foi incluído no 2013 Nominet Trust 100 como um exemplo de organização “que usa a tecnologia para acelerar a mudança social.” Iyer disse que um dos pontos fortes tem sido a análise de dados e a [capacidade] de resposta. “Temos estado abertos e temos sido uma organização de aprendizagem. De maneira alguma é uma forma de bolo padrão a ser seguida”.
Com o apoio da Fundação Bill e Melinda Gates e do Governo da Índia, bem como parceiros da região no próprio local, Digital Green está pronto para expandir sem perder o foco com a raiz do projeto.