Dois anos depois da violenta desocupação da comunidade do Pinheirinho, na cidade de São José dos Campos, estado de São Paulo, foi oficialmente lançado para o grande público o curta-documentário “Somos Todos“. O filme, agora disponível online, coleta depoimentos de vítimas do episódio que ficou conhecido como Massacre do Pinheirinho e de ativistas envolvidos com a causa:
Eram seis horas da manhã, em janeiro de 2012, quando oito mil pessoas, assustadas, começaram a chorar. Pinheirinho dali em diante não seria mais o lar que construíram há cerca de oito anos. Somos Todos dá rosto aos Pinheirenses e voz a dor de quem até hoje espera solução para uma reintegração de posse repleta de contradições judiciais e humanas.
“Somos Todos” foi lançado no Recife um ano após a desocupação, em janeiro de 2013, e já foi premiado em diversos festivais, incluindo o Visões Periféricas, no Rio de Janeiro, na categoria Fronteiras Imaginárias e do júri do Porta Curtas. O documentário pode agora ser visualizado na íntegra no Youtube ou no site do projeto.
Confira abaixo o teaser bem como o resumo pela voz das suas diretoras e produtoras, Bruna Monteiro e Nathália Dielú:
Sobre nós, muito mudou depois do Pinheirinho. Crescemos tanto depois de ouvir os pinheirenses, depois de sentí-los. Hoje, olhamos para o lado com muito mais força, muito mais vontade de transformar. Olhamos também para as nossas lutas pessoais de um jeito diferente, mais maduro. As casas do Pinheirinho foram destruídas. Os sonhos dos Pinheirenses, não. E para que haveríamos de nos emudecer, se os sonhos, tão grandes, transformam a vida, o mundo? Nós, Bruna Monteiro e Nathália Dielú, escrevemos cada um dos textos que vocês acabaram de ler. Nós, fizemos as entrevistas nos abrigos, na associação. Nós seguimos nessa direção pelo simples e enorme desejo de fazê-lo nos acompanhar. Não só no Pinheirinho de São José dos Campos, mas nos tantos que estão muito perto dos nossos olhos. Nós só conseguimos porque pessoas especiais nos ajudaram nessa missão. Esse site é resultado de um sonho, o de inspirar pessoas, o de lembrar o Pinheirinho como um episódio triste, que não pode ser abandonado. Nem por você, nem por nós.