Duro, ruim ou de bombril. Esses e outros adjetivos pejorativos são usados para descrever os cabelos de quem é afrodescendente no Brasil. Quem já foi vítima de comentário racista pelos cabelos que possui, terá a chance de compartilhar o relato no documentário “Qual é o pente que te penteia? [1]“. Idealizado por Ana Esperança, 25, estudante de cinema e vídeo da Faculdade de Artes do Paraná (Fap/Unespar), o vídeo pretende combater o preconceito. Os interessados em participar podem enviar depoimentos por e-mail [2] ou através de formulário no site [3] do projeto.
Por e-mail, Ana conversou com o Global Voices e disse que foi a partir da própria experiência que veio a ideia do filme, além da necessidade de ter um projeto para a disciplina Direção II do curso dela:
Desde muito cedo fui submetida aos tratamentos químicos e cresci com essa ideia de que o meu cabelo era estranho, que eu era uma pessoa feia, portanto, passei um bom tempo da minha vida sem aceitar muito bem a minha imagem (…) Atualmente, tenho orgulho de dizer que sou o que quero ser e não o que o que me disseram que deveria ser.
O nome Qual é o pente que te penteia vem da música da década de 40 de David Nasser e Rubens Soares, regravada por artistas brasileiros como Elis Regina [4] e Planet Hemp [5].
Leia também: Mulheres Afro-Brasileiras, Cabelo Crespo e Consciência Negra [6], publicado a 20 de novembro de 2012 no Global Voices.