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Grandes expectativas para a reforma da imigração nos Estados Unidos

Categorias: América do Norte, Estados Unidos, Direitos Humanos, Etnia e Raça, Mídia Cidadã, Mídia e Jornalismo, Migração e Imigração, Política

As temperaturas escaldantes da cidade de Washington não desanimaram manifestantes, ativistas e líderes comunitários de tomar as ruas no início do mês, em suporte à uma reforma na lei de imigração para legalizar uma média de 11 milhões de imigrantres sem documentação que vivem nos Estados Unidos. E parece que a causa foi ouvida por um grupo bipartidário de senadores, os quais propuseram, essa semana, uma nova lei para a imigração.

La reforma migratoria vuelve a ser noticia este mes. Foto tomada de Flickr/nathangibbs (CC-BY-NC-SA 2.0)

Reforma da Imigração é  notícia de primeira página esse mês. Foto extraída da conta de Flickr, do nathangibbs (CC-BY-NC-SA 2.0)

A chamada “gangue dos oito” (formada por quatro republicanos e quatro senadores democratas), tem trabalhado para elaborar um projeto de lei desde fevereiro desse ano [1] [en]. Entre outras ações, o projeto de lei S.744 [2][en] inclui a criação de um programa provisório que visa assistir imigrantes, que atendem a certos requisitos, a iniciar as suas aplicações para o direito de residência; disposições para aumentar a força de segurança nas fronteiras; o estabelecimento de um sistema de promoção por mérito, que concede “green cards” (documento que permite residência nos Estados Unidos) com base na escolaridade e na estabilidade do trabalho; o desenvolvimento de um sistema de verificação eletrônico e-verify [3] [en], o qual empregadores utilizariam para verificar a legalidade do aplicante; e um sistema que iria rastrear todos os estrangeiros existentes no país. Sem dúvida, algumas dessas medidas são um tanto quanto controversas e problemáticas.

O que ainda precisa ser analisado, entretanto, é como os ataques à maratona de Boston, em 15 de abril, irão influenciar no sucesso dessa lei. Os irmãos suspeitos do crime, Tamerlan (26 anos) e Dzhokhar (19 anos), são originários de Chechênia, no sul da Rússia, embora tenham vivido nos Estados Unidos por quase dez anos. Na verdade, Dzhokhar Tsarnaev é cidadão americano. Tamerlan faleceu na noite de quinta-feira, em um tiroteio com a polícia no subúrbio de Boston, enquanto Dzhokhar (detido sexta-feira após a cidade e os arredores terem sido fechados por uma perseguição policial) continua em estado crítico em um dos hospitais da cidade.

Para alguns, como aqueles em Encuentro [4] [es] a proposta de lei é apenas o primeiro passo:

Lo que significa es que ahora hay mucho más que hacer. Tenemos que asegurar que el plan detalle bien que si va ver un camino muy claro hacia la ciudadanía, que no hay barreras discriminatorias que impidieran a muchos en nuestra comunidad. Queremos lo mejor, porque nuestro esfuerzo han sido grandes y unidos. Encuentro quiere destacar los esfuerzos desde Albuquerque a Alabama, porque esos esfuerzos llegaron a los corazones del país entero. Queremos celebrar con ustedes, pero también, hay reconocemos que hay mucho que hacer, especialmente salir a apoyar las celebraciones del trabajador emigrante yendo a la marcha del 1ro de Mayo!

Isso significa que existe muito para ser feito. Agora, temos que nos certificar de que o plano seja detalhado com o mais claro caminho para a cidadania, de que não haverá barreiras discriminatórias para inibir as pessoas em nossa comunidade. Nós queremos o melhor, porque a nossa luta tem sido grande e conjunta. O Encuentro quer salientar que essa luta vem acontecendo do Albuquerque ao Alabama e em muitos outros lugares, e está finalmente chegando aos corações das pessoas de todo o país. Nós queremos celebrar com todos vocês, mas ao mesmo tempo, reconhecemos que há muito a ser feito, principalmente durante esse ano, como sair ás ruas e celebrar o trabalhador imigrante e ir ás marchas e celebrações do dia do trabalho.

O padre José Eugenio Hoyos explica como ele enxerga a relação que a Igreja Católica tem com a reforma da imigração no seu blog [5]:

Nuestra Iglesia Católica desde los comienzos del Éxodo masivo de inmigrantes dentro de la historia y en la actualidad siempre ha estado acompañado y apoyando a las familias inmigrantes…Las dificultades y sufrimientos de los inmigrantes sobre todo de los indocumentados golpean nuestras conciencias de cristianos y nos invitan a adoptar actitudes iluminadas por la fe y la Palabra de Cristo, especialmente desde nuestra comunidad. Las Sagradas Escrituras nos llaman a ser más sensibles y dar la bienvenida a los extranjeros, a los inmigrantes y a los enfermos (Mateo 25: 31-46).

Desde os primeiros dias de Ëxodo [6] [en], famílias de imigrantes têm dado apoio e participado da nossa Igreja Católica … As dificuldades e o sofrimento dos imigrantes (acima de tudo os imigrantes ilegais) pesam muito para nós como cristãos, nos convidando a assumir posturas fundadas na fé e na palavra de Deus, especialmente em nome daqueles que pertencem à nossa comunidade. A Escritura Sagrada pede que sejamos mais sensíveis e graciosamente recebamos ao faminto, ao estranho e ao doente (Matheus, 25: 31-46).

Esse mês foi marcado, por parte das fontes de notícias americanas, pelo lançamento de uma nova campanha para impedir o uso do termo “imigrante ilegal” em papel impresso. A Associated Press [7] [en], que tomou a iniciativa, alega que o termo “ilegal” implica em crime, e identifica a pessoa como ilegal ao invés de explicar a sua situação no país. Meios de comunicação como o New York Times, Washington Post e outros conglomerados tendem a seguir esse exemplo. Gigantes de mídias sociais, como Mark Zuckerberg, têm recentemente expressado o seu interesse pelo assunto, embora algumas notícias digam que o interesse vai tão longe quanto o ganho de capital humano pelo desenvolvimento demográfico do país, de acordo com o jornal Politico [8] [en]. A proposta de lei e a decisão de eliminar o uso do termo pejorativo em referência a imigrantes têm sido um dos principais tópicos do Twitter. Cindy Y. Rodriguez (@cindyrodriguez [9]) diz:

@cindyrodriguez [9]: Hasta ahora, la campaña contra dicha palabra ha tenido un éxito limitado

@cindyrodriguez [9]: Até agora, esforços para proibir o uso da palavra “ilegal” têm tido pouco sucesso.

Já Alfonso Hernández (@alhezjr [10]) encoraja os seguidores a apoiarem a reforma:

@alhezjr [10]: Apoyemos la Reforma Inmigratoria Comprensiva esta semana de apoyo,15-20 de abril @worldrelief [11] #G92 [12] #ReformaInmigratoria [13]

@alhezjr [10]: Mostre o seu apoio para a reforma compreensiva na imigração essa semana, dos dias 15 a 20 de Abril. @worldrelief [11] #G92 [12] #ReformaInmigratoria [13]

Finalmente, Karina Sánchez Campos (@karisanchezc [14]) cita o Senador Republicano Marco Rubio, um dos oito senadores bipartidários que esboçaram a lei:

@karisanchezc [14]: #ReformaInmigratoria [13] Pagar impuestos mientras tiene este estatus temporal y “demostrar que no son una carga pública” (Marco Rubio).

@karisanchezc [14]: #ReformaInmigratoria [13] Pague impostos enquanto você está em condição temporária, e “prove que você não é uma tarifa pública” (Marco Rubio).