Um debate acalorado teve início no dia 19 de julho de 2012 quando Mahmoud Baroudi, um dos membros da Assembléia Nacional Constituinte (NCA, em inglês) descreveu [ar] o Presidente Interino Moncef Marzouki, como “Presidente de uma República das Bananas.” A declaração causou uma desordem completa dentro do NCA. Parlamentares ligados à coalizão governamental de três partidos exigiram que Baroudi retirasse o que havia dito. Ele se recusou. “Somente quando vocês tiverem um Presidente de uma República, que de fato represente a República, podemos voltar a conversar. Não retirarei o que disse Sr.Presidente [referindo-se ao Presidente da Assembléia]. É uma República das Bananas e todos vocês [parlamentares] representam uma República das Bananas,” disse Baroudi em resposta aos parlamentares ofendidos.
Baroudi usou o termo “República das Bananas” ao comentar sobre a controversa decisão presidencial de demitir o Presidente do Banco Central [en]. Basicamente, ele estava menosprezando um documento presidencial que designava um novo Presidente do Banco Central. O documento era datado de 11 de julho 2012 – ou seja, uma semana antes que a decisão de demitir o ex-presidente fosse aprovada pela NCA.
O Dicionário Oxford da língua inglesa define uma “República das Bananas” como sendo “um pequeno Estado que é politicamente instável devido a sua economia ser dominada por um único produto de exportação controlado pelo capital externo.” Este termo depreciativo é usado com frequência em ciência política para designar países politicamente instáveis, particularmente na América Central, que dependem de um único produto de exportação, como, por exemplo, a banana.
Tunísia: “Uma República das Bananas Fascista?”
O autor do Le blog Boukornine acrescentou o adjetivo “Fascista” ao termo “República das Bananas” para descrever a “nova Tunísia.” O autor explica sua escolha [fr]:
“République bananière” parce qu'aucune institution n'est respectée et qu'il n'y a aucune hiérarchisation des décisions et aucun respect de la légalité même des plus hautes sphères du pouvoir.
“Fasciste” envers les TUNISIENS non-musulmans, envers les TUNISIENS athées, les TUNISIENS juifs, chrétiens, agnostiques, déistes, diabétiques, insuffisants rénaux… envers ceux qui ne veulent tout simplement pas jeûner et qui ont tout à fait le droit de se rendre librement dans un café pendant le ramadan ! (…)
De País das Azeitonas à “República das Bananas”:
A Tunísia, uma grande produtora e exportadora de azeitonas, é agora uma “República das Bananas”, escreveu Ali Gannoun para o jornal Tunis Tribune [fr]:
Le pays de l'olivier est tout simplement devenu une république bananière ou des singes règnent en maitres et des citoyens qui subissent à longueur de journées les turpitudes d'une bande de malfrats et d'imbéciles…Pauvre Tunisie!
O jornal Tunis Tribune também publicou uma versão photoshop da logomarca do Movimento Ennhdha. Ennahdha preside a atual coalizão tri-partidária do governo na Tunísia e controla mais de 40 porcento dos assentos da NCA.
Na versão photoshop, uma banana substitui o pombo, e quatro outras bananas completam um círculo ao redor da estrela da bandeira da Tunísia. O Movimento Ennhdha (Ennahdha significa Renascimento) é substituído pelo Movimento Nakba (Nakba significa Catástrofe, é é normalmente usado para se referir ao Dia Nakba em 1948, quando milhares de Palestinos foram retirados de suas casas). “Liberdade, justiça, desenvolvimento” é o mote do partido. Foi substituído por “Bananas, bananas, bananas. Nada além de bananas.”
Hino Nacional da “República das Bananas”:
No YouTube, netizens também puderam partilhar o hino nacional da República das Bananas: