Este post faz parte de nossa cobertura especial sobre as Protestos no Bahrein em 2011 [1].
Desde os início dos levantes no mundo árabe, nos acostumamos a ver as imagens de milhares de manifestantes ocupando ruas e praças.
Frases como a Marcha do Milhão [2] foram adicionadas a dicionários, e cenas como a retratada abaixo tornaram-se emblemáticas da “Primavera Árabe”.
No entanto, exige mais coragem fazer parte de manifestações menores, nas quais aparece um número menor de pessoas que possam defender umas às outras e um número menor de meios de comunicação para relatar sobre possíveis repressões. Sendo assim, o que dizer de uma única manifestante realizando um protesto pacífico por conta própria, como a que vemos nesta imagem?
Zainab Alkhawaja [5] [en] é vista na imagem acima numa manifestação solitária no dia 21 de abril, do lado de fora do Financial Harbor (Porto das Finanças, em inglês) em Manama [6], a capital do Bahrein. Seu pai, Abdulhadi Alkhawaja [7] [en], é um famoso ativista pelos direitos humanos preso desde 9 de abril de 2011 e sentenciado, dois meses depois [8], juntamente com outros líderes da oposição, à prisão perpétua. Ele está numa greve de fome desde o dia 8 de fevereiro de 2012 para chamar atenção para sua detenção e maus tratos. Recentemente, internautas mundo afora expressaram grande preocupação [9] [en] com o seu estado de deterioração.
Zainab, que tuíta como @angryarabiya [10], está na prisão desde ontem [11], 21 de abril de 2012. Sua irmã, Maryam AlKhawaja, relata [12] [en] que ela se recusou a ir ao Ministério Público. Vale a pena mencionar que esta não é a primeira vez que Zainab é detida [13], e nem a primeira vez que ela, sozinha, defendeu sua posição [14].
Ainda estou me perguntando como ela pode ter tamanha coragem, mas suponho que nada pode responder melhor minha pergunta do que aquilo que ela escreveu como sua bio no Twitter [10]:
When ur in chains, living with no dignity or rights, bowing to criminal dictators, the first step is to forget ur fear & realize that its ur right.. to be angry
Este post faz parte de nossa cobertura especial sobre as Protestos no Bahrein em 2011 [1].