É pouco provável que nos esbarremos com uma ligação à internet fiável e de qualidade na Guiné Bissau. Não há dúvida que existem cibercafés disponíveis ao público em geral na capital, Bissau, mas a velocidade das ligações e a manutenção das máquinas deixam muito a desejar. E é dessa mesma internet, lenta e cara, que as organizações e instituições dependem para a concretização do seu trabalho. As redes sem fios que meia dúzia de cafés e restaurantes oferecem aos seus clientes, podem estar fora do alcance dos bolsos da média dos guineenses.
De forma a dar resposta a este abismo de acessibilidade, uma ONG local deu o primeiro passo no fornecimento de um acesso mais económico, e de assistência a indivíduos e organizações interessados em explorarem formas de trazerem benefícios ao seu trabalho através de uma melhor ligação à internet.
Este centro informático chamado “CENATIC” e localizado no bairro de Missira é gerido pela ONG Nadel, com o apoio da agência de cooperação espanhola IEPALA. Apesar dos custos de manutenção de um centro destes serem relativamente altos, todos os envolvidos acreditam que se trata de um investimento essencial e que permite assegurar que organizações e indivíduos conseguem assim tirar partido das tecnologias de forma a elaborarem as suas mensagens e alcançarem uma maior diversidade de públicos.
Em Fevereiro de 2012, o CENATIC abriu as suas portas ao Rising Voices numa parceria estabelecida para a realização de uma oficina com ONGs locais, que tinham participado numa formação com Filipa Oliveira da ONG portuguesa ACEP. Esses cursos de formação anteriores estavam integrados nas primeiras actividades levadas a cabo pela Casa dos Direitos. A oficina também contou com a participação de membros do projecto Rising Voices “Vozes dos Jovens de Bandim e Enterramento“, tendo um dos coordenadores do projecto, Ector Diogenes Cassamá, tido um papel activo na instrução individual de alguns dos participantes.
Neste vídeo, Pascoal Nalanquite – o coordenador do centro – faz um resumo dos serviços prestados pelo CENATIC e das suas expectativas para uma futura expansão. Pascoal demonstra também um interesse activo sobre o uso de mídias cidadãs, e tem o seu próprio perfil no Facebook, e também mantem a página de Facebook e o blog do CENATIC.
Outros participantes falaram sobre os seus blogs emergentes e como esperam que uma imersão no mundo da mídia cidadã venha ajudá-los a promover a missão das suas organizações.
Bacar Fati, fundador e vice-presidente da ONG Senim Mira Nassequê:
Agostinho Dias, coordenador do projecto de assistência jurídica para mães e crianças da Liga Guineense de Direitos Humanos:
Mamadu Ali Jalo, da ONG AD – Acção e Desenvolvimento:
Tendo uma das ligações à internet mais rápidas do país, o CENATIC está bem posicionado para vir a tornar-se um recurso de apoio a indivíduos e organizações por toda a cidade. À medida que o coordenador do centro, Nalanquite, continua a aprender mais com a sua própria prática, vai poder tornar-se um formador de mídia cidadã e ajudar os outros.
1 comentário
Muito legal ouvir o sotaque de Guiné-Bissau, obrigada pela tradução, Sarita!