Este artigo faz parte de nossa cobertura especial das Eleições na Nigéria 2011. [en]
2011 vai entrar para a história da Nigéria como o ano da terceira eleição presidencial [en] desde sua independência. Na primeira metade do ano passado, a blogosfera esteve movimentada com a discussão sobre a eleição, protestos, campanhas, debates [en], o papel da tecnologia [en], os preparativos para a eleição, o dia da eleição [en].
No caminhar da eleição, o norte da Nigéria irrompeu-se em ondas de violência, esperando estragos para a nova era. Apesar de pequenas vitórias nos panoramas político e cultural, a última parte do ano foi encoberto pela violência intolerante no norte do país.
Uma eleição histórica
A Nigéria tem tradição de rotatividade na presidência entre dois candidatos, entre o norte de maioria muçulmana e o sul de maioria cristã. Este arranjo ruiu [en] quando o então Presidente Umaru Yar'Adua faleceu em seu escritório, levando seu sucessor, o sulista Goodluck Jonathan, a ocupar o cargo.
A presidência de Jonathan em 2011 irritou muitos nortistas, que sentiram que o norte tinha sido enganado em sua vez no poder.
A eleição foi amplamente aclamada como sendo “livre e justa”, apesar de algumas pequenas irregularidades e fraudes. Nigerianos celebraram este sucesso sem precedentes em todo o país e fora dele. Kunle Durojaiye resumiu [en] o sentimento geral:
One cannot deny that there is a sense of a wind of change. People voted, and waited behind to witness the counting and collation of votes; media stations ran a live coverage of the elections while it lasted, and very importantly, young people influenced the exercise with the flood of information available via twitter, facebook and blackberry messaging. Without mincing words, change is inevitable, but one just wonders if the stage is truly set.
Violência Intolerante
Entretanto, o sucesso da eleição aparentou ser um pequena vitória em meio a violência que seguiu. A tensão entre a região Norte e Sul do país em relação à eleição voltou ao topo de uma situação já carregada no norte da Nigéria, onde ataques violentos e atentados ganharam impulso desde que as forças policiais entraram em confronto com grupo islâmico Boko Haram em 2009.
Logo após a vitória de Jonathan, a violência novamente irrompeu no norte da Nigéria, com uma série de atentados em Abuja e em outros lugares [en] assumidos pelo Boko Haram. Como o ano foi passando, a intensidade do aumento da violência, deixou centenas de mortos e forçou milhares a deixarem suas casas.
@jongambrellAP descreveu a situação:
@jongambrellAP: Things remain incredibly tense in rural Kaduna state as townspeople around here flee with their belongings. #nigeriadecides
Pequenas vitórias
Apesar da violência, a última parte do ano também trouxe uma evolução positiva. Muitos nigerianos ficaram animados sobre a nomeação de Ngozi Okonjo-Iweala, ex-diretora administrativa do Banco Mundial, como ministra das finanças da Nigéria.
Com um artigo titulado, Nigéria: A deriva, esperando a chegada de uma Mulher, Nwachukwu Egbunike reagiu respondendo [en] a nomeação de Okonjo-Iweala, incluindo este de Nmachi Jidenma [en]:
For corrupt and undisciplined government officials: ‘wahala dey’. It looks like ‘the trouble woman’ is back in town! This is of course good news for Nigerians and most of us would be happy to have her back.
Em um outro artigo, Egbunike apontou a Sahara Reporters, apelidado de “Wikileaks Nigéria”, como um bastião da liberdade de expressão em um cenário conturbado pela liberdade de imprensa.
O 419 Positive Project[en] coletou as evoluções como esta e desafiou pessoas a dizerem algo positivo sobre a Nigéria, na esperança de mudar a imagem negativa do país.
@gbengasesan escreveu sobre o projeto:
I have travelled across Nigeria, and met Nigerians around the world and I have noticed a kind of ‘Nigerian energy’ about them — the ability to get things done under unbelievable circumstances. It may be related to the challenges they have had to endure, but no one can deny the fact that when a Nigerian sets their mind on a goal, little can discourage them.
Este artigo faz parte de nossa cobertura especial sobre Eleições na Nigéria 2011. [en]