Este post faz parte da nossa cobertura especial Europa em Crise [1].
O PP (Partido Popular) de Espanha ganhou as eleições com maioria absoluta. A contagem de 100% dos votos deu a vitória ao partido de ideologia neoliberal. Quem assistia às celebrações na Rua de Génova em Madrid [onde a sede do PP é localizada], deu mostras do que se espera que aconteça a partir de agora em Espanha: cortes sociais, cortes laborais, e mais cortes com o fim de contentar os mercados e os eleitores.
De notar o número de abstenções e votos nulos que chegou aos 10.000.000, representando a segunda força política do país, ainda que sem reflexo nos resultados reais ou nos meios de comunicação.
@VicenteVallesTV [2] Gritos de “quita el aborto” mientras Rajoy habla en el balcón de Génova.
@VicenteVallesTV Gritos de “abaixo o aborto” enquanto Rajoy fala na varanda de Génova.
Durante o dia houve também várias controvérsias. Em muitas escolas onde as eleições decorriam, professores da chamada mareaverde [3] [es] (Onda Verde – defensores da educação pública contra os cortes de professores e na educação) que se preparavam para votar com uma camisola de cor verde foram impedidos de exercer o seu direito [4] [es], por estarem a infringir o despacho enviado pela Junta eleitoral que proibia os constituintes da mesa eleitoral de levarem slogans, embora nada dissesse sobre os eleitores.
[5]Camisolas proibidas em várias escolas onde decorriam eleições.
@democraciareal [6]#votodenuncia [7] La Junta Electoral da orden de prohibir votar a quien lleve #camisetaverde [8]#20n [9]# mareaverde [10]#votar [11]#mesas20n [12]
“Se um votante for à sua escola eleitoral e não o deixarem votar por ir com a camisola da onda verde, tem duas opções: Ou tira a camisola ou apresenta uma reclamação e não vota”, comentava um vogal de mesa de voto.
Aconteceu também um caso em que durante várias horas os votantes de um partido político (PACMA) a favor dos direitos dos animais não tinham cédulas [13] [es] para exercer o seu direito ao voto. Um representante do Ministério do Interior viu-se obrigado a intervir devido às irregularidades da negação do presidente da mesa de voto em assinar a queixa apresentada, justificando com a seguinte razão: “não assino por baixo de anti-touradas”.
Pelo menos em duas ocasiões, jornalistas foram expulsos de escolas onde as eleições decorriam [14] [es] devido à insistência dos presidentes de mesa na recusa de aparecerem em fotografias, incluindo quando os fotógrafos explicavam que só estavam a fotografar os deputados que tinham ido votar.
Nas últimas semanas houve uma série de estratégias de contra-campanha [15] [es], como a chamada do colectivo de hacktivistas Anonymous com #Op20N [16] a “hackear as eleições” e a pedir o voto contra o bipartidarismo do PP-PSOE [17] [es] (Partido Popular-Partido Socialista Trabalhista Espanhol) ou o voto nulo; diversas ações populares como Doriyakitú [18], com a qual se propunha ao eleitorado que apresentasse reclamações; e queixas contra a votação e o escrutínio com base no Art. 19 da Lei Eleitoral devido à vulnerabilidade do pluralismo político ou contra a injusta ley electoral (Lei D'hont [19] [es]), entre outras razões.
Podem verificar-se os resultados das eleições de 2011, na página oficial [20].
Este post faz parte da nossa cobertura especial Europa em Crise [1].