No Togo, país de África ocidental, a luta dos estudantes por melhores condições na educação atingiu agora a sua 5ª semana [en], e apesar da recente trégua, tensões seguem elevadas na capital Lomé.
Um vento apaziguador parecia ter soprado nas demonstrações organizadas pelo Mouvement pour l'Épanouissement des Étudiants Togolais – MEET (Movimento pela Realização dos Estudantes Togoleses), quando os estudantes tentaram obter das autoridades a reintegração [fr] do presidente da associação estudantil em 30 de junho. Abou Seidou, estudante da Universidade de Lomé, havia sido anteriormente expulso por alegações de ter causado problemas no campus.
A reintegração era esperada para abrir caminho para negociações. Apesar desta primeira vitória simbólica, e apesar do subsequente chamado do MEET para que não houvesse manifestação na sexta-feira, 1º de julho de 2011, uma parcela da população estudantil decidiu manter a pressão contra o governo e saiu em protesto.
Charles Le Bon, um blogueiro local [fr], descreveu os eventos de 1º de julho em um post no dia seguinte. Segundo ele:
en craignant que cette journée ne soit un vendredi noir, vu le soutien de la quasi totalité des parti politiques, de la société civile et des organisations de défenses des droits de l’homme, le gouvernement est revenu dans la nuit du jeudi 30 juin sur la décision d’exclure pour six (6) ans le président du MEET.
Uma cena violenta que mostra forças de segurança batendo em estudantes foi gravada em 1º de julho e publicada no YouTube em 4 de julho por Sylvio Combey, um jornalista togolês. Combey alega também ter sido espancado por forças públicas enquanto filmava o vídeo. No minuto 0:25 pode-se ouvir um policial pedindo em francês para que ele entregue a câmera, a que o jornalista se recusa a fazer, dizendo “Por quê, porque estou trabalhando?”:
Por enquanto, estudantes togoleses ainda não tiveram êxito em suas principais demandas para melhores condições de educação – entre elas, estão o aumento e o pagamento de suas bolsas de estudo.