Síria: Blogueira do ‘Gay Girl in Damascus’ é capturada

Esse post faz parte de nossa cobertura especial Protestos na Síria em 2011 [en].

Atualização (9 dejunho de 2011): Desde que este post foi publicado, surgiram dúvidas quanto a verdadeira identidade de “Amina Arraf”. Ficou provado que a foto abaixo é de uma croata residente de Londres. Leia mais aqui.

Amina Arraf chegou rápido à fama. Blogando [en] no Gay Girl in Damascus [Garota Lésbica em Damasco] sob o pseudônimo de Amina Abdullah, ela escreve sobre política, os últimos protestos e como é a vida de uma lésbica na Síria. Cidadã de dois países, Estados Unidos e Síria, as potentes palavras usadas pela blogueira têm mostrado a realidade das ruas da Síria nas últimas semanas.

Hoje, no próprio blog de Amina, foi publicada a notícia de que ela foi capturada pelas autoridades. A prima dela, Rania O. Ismail, escreve [en]:

Earlier today, at approximately 6:00 pm Damascus time, Amina was walking in the area of the Abbasid bus station, near Fares al Khouri Street. She had gone to meet a person involved with the Local Coordinating Committee and was accompanied by a friend.

Amina Arraf

Amina told the friend that she would go ahead and they were separated. Amina had, apparently, identified the person she was to meet. However, while her companion was still close by, Amina was seized by three men in their early 20’s. According to the witness (who does not want her identity known), the men were armed. Amina hit one of them and told the friend to go find her father. 

One of the men then put his hand over Amina’s mouth and they hustled her into a red Dacia Logan with a window sticker of Basel Assad. The witness did not get the tag number. She promptly went and found Amina’s father.

The men are assumed to be members of one of the security services or the Baath Party militia. Amina’s present location is unknown and it is unclear if she is in a jail or being held elsewhere in Damascus.

Hoje mais cedo, por volta das 18 horas, horário de Damasco, Amina estava andando nas proximidades do terminal de ônibus de Abbasid, perto da rua Fares al Khouri. Ela estava indo se encontrar com uma pessoa envolvida com o Comitê de Coordenação Local e estava acompanhada por uma amiga.

Amina disse à amiga que iria na frente e as duas se separaram. Amina havia, aparentemente, identificado a pessoa com quem iria se encontrar. No entanto, enquanto a amiga ainda estava por perto, Amina foi capturada por três homens de cerca de 20 anos. De acordo com a testemunha (que não quer que sua identidade seja divulgada), eles estavam armados. Amina bateu em um deles e disse para a amiga ir procurar seu pai.

Um dos homens então tapou a boca de Amina com a mão e a empurrou para dentro de um Dacia Logan vermelho com um adesivo de Basel Assad [en] na janela. A testemunha não conseguiu anotar o número da placa. Ela prontamente saiu para procurar o pai de Amina.

Os homens são considerados membros de um dos serviços de segurança ou da milícia do Partido Baath. A localização atual Amina é desconhecida e não está claro se ela está em uma prisão ou em cativeiro em outro lugar de Damasco.

Poucas horas depois do post, a prima de Amina atualizou o blog [en] com mais notícias:

I have been on the telephone with both her parents and all that we can say right now is that she is missing. Her father is desperately trying to find out where she is and who has taken her.

Unfortunately, there are at least 18 different police formations in Syria as well as multiple different party militias and gangs. We do not know who took her so we do not know who to ask to get her back. It is possible that they are forcibly deporting her.

From other family members who have been imprisoned there, we believe that she is likely to be released fairly soon. If they wanted to kill her, they would have done so.

That is what we are all praying for.

Estive no telefone com o pai e a mãe dela e tudo o que podemos dizer agora é que ela está desaparecida. O pai está desesperadamente tentando descobrir onde ela está e quem a levou.

Infelizmente, há pelo menos 18 formações diferentes da polícia na Síria, assim como várias milícias e gangues de partidos diversos. Não sabemos quem a levou portanto não sabemos a quem pedir para soltá-la. É possível que a estejam deportando à força.

Falando com outros familiares que já estiveram presos lá, acreditamos que é provável que ela seja libertada muito em breve. Se a quisessem matar, teriam assim feito.

Estamos orando para que ela seja libertada.

Amina ficou famosa depois que teve seu perfil [en] publicado no jornal britânico The Guardian há poucas semanas, em um artigo que a chamava de “improvável heroína da revolta de um país conservador”.

No Twitter, os amigos e apoiadores de Amina estão enviando mensagens de solidariedade usando a hashtag #FreeAmina [en] e uma página no Facebook [en] foi criada para encorajar cidadãos em todo o mundo a contactar embaixadas americanas em seus países, além de jornalistas e pessoas públicas.

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