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Argélia: Manifestantes feridos enquanto a polícia tenta acabar com protestos

Categorias: Oriente Médio e Norte da África, Argélia, Ativismo Digital, Direitos Humanos, Liberdade de Expressão, Mídia Cidadã, Protesto

Várias pessoas ficaram feridas [1] [en] quando a polícia e as gangues pró-governo na Argélia enfrentaram manifestantes ao tentar quebrar uma manifestação organizada por organizações de direitos humanos e outros grupos da sociedade civil, em Argel, no sábado, 19 de fevereiro.

Há relatos conflitantes sobre o número de manifestantes que vieram a Praça 1 de maio para a manifestação de sábado. A Al Jazeera em  Inglês informou [2] [en] que centenas de manifestantes saíram [às ruas] enquanto um grupo de direitos humanos colocou o número [3] [en] em 5.000. A polícia usou um grande número de efetivos e, ocasionalmente, cassetetes, na tentativa de manter o centro de Argel aberto ao tráfego. O número relativamente reduzido de manifestantes – pelo menos em comparação com a demonstração da semana passada, que trouxe cerca de 10.000 manifestantes e 26 mil policiais – foram atribuídos ao fato de o governo proibir manifestações de grande porte. O serviço de trem do país foi quase completamente desligado.

Peaceful protesters encircled by police [4]

Partidos de oposição não participaram oficialmente do protesto de 19 de fevereiro.

Manifestantes na Argélia estão protestando contra a corrupção [5] [fr], desemprego elevado e um aumento nos preços de bens essenciais, apesar do país ser o quarto maior exportador [6][en] de petróleo na África e um importante produtor de gás natural. Os manifestantes também pediram a renúncia do presidente Abdelaziz Bouteflika, que está no poder desde 1999, e os seus aliados mudaram a Constituição para ele poder concorrer à eleição para um terceiro mandato, que ele venceu em 2009. O governo diz [7] que os manifestantesf são uma minoria da população da Argélia.

Loubna Aggoun argumenta [8] [en]que certos aspectos da política argelina vão tornar difícil uma mudança completa:

[8]

@laggoun: O problema na Argélia é que o exército é parte do governo, e é realmente corrupto, então será difícil conseguir seu apoio.

No entanto, o primeiro-ministro do país disse que até o final de fevereiro vai suspender o estado de emergência, que está em vigor desde 1992. As leis de emergência chegaram ao poder durante os primeiros dias de uma década de guerra civil que começou depois que o governo cancelou as eleições que teriam sido ganhas pela Frente Islâmica de Salvação. Isto levou a um golpe miliar – e uma revolta violenta, que durou até 2002. Estima-se que 200.000 pessoas morreram durante o conflito.

A história recente do país é tema em alguns tweets:

@weddady: [9] @lars_akerhaug In #Algeria the issue is a bit more complex, no trigger yet, but the potential is there. @themoornextdoor.

@lars_akerhaug: [10] @weddady @themoornextdoor I would imagine that in #Algeria there is still a felt fear of more violence, bloodshed.

@HishLaHaine: [11] Ones have to admit the situation in Algeria is different. The movement in arab countries is enough to make the regime fold.

@thewa7sh: [12] Its amazing with all their money & ‘experience’ dictators still don't realize the power of the people or the definition of insanity #Algeria

@laggoun: [13] I think in the town where my family lives in Algeria, 98% voted for Bouteflika. As if we were going to believe that.

@weddady: [14] @lars_akerhaug Na Argélia o problema é um pouco mais complexo, nenhum gatilho ainda, mas o potencial está lá. @themoornextdoor.

@lars_akerhaug: [15] @weddady @themoornextdoor Imagino que na #Argélia ainda existe um receio de mais violência, [de] derramamento de sangue.

@HishLaHaine: [16] Deve-se admitir que a situação na Argélia é diferente. O movimento nos países árabes é suficiente para dobrar o regime.

@thewa7sh: [17] É incrível que com todo o seu dinheiro e “experiência”, ditadores ainda não perceberam o poder do povo ou a definição de insanidade # Argélia

@laggoun: [18] Eu acho que na cidade onde minha família vive na Argélia, 98% votou em Bouteflika. Como se fôssemos acreditar nisso.

Outros comentaram sobre a presença da polícia no centro de Argel.

@fouad_marei: [19] How come #Algeria is capable of preempting protests and marches every Saturday?

@forumeditor: [20] AJE. Algiers Hospital staff have received orders from the security services not to issue any paperwork for the injured protesters. #Algeria

@mumke: [21] State cracks down on protests in #Algeria مظاهرات بالجزائر تدعو للتغيير « 3arabawy http://t.co/Mww1PqS

@fouad_marei: [19] Como é que a #Argélia é capaz de equacionar os protestos e marchas todos os sábados?
@forumeditor: [20] AJE. Pessoa do Hospital de Argel recebeu ordens dos serviços de segurança para não emitir qualquer documento para os manifestantes feridos. #Argélia
@mumke [21]: Estado parte pra cima de manifestantes na #Argélia. Manifestações em Argel pedem pro mudanças

Esse é o link para um vídeo dos protestos mostrando o grande número de policiais:

watch?v=0hDR417pV3s [22]

Aqui está um vídeo diferente, online em 19 de fevereiro.

watch?v=kCagQG80N20 [23]