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Tradutora da semana: Haifa Alrasheed

Categorias: Oriente Médio e Norte da África, Arábia Saudita, Ideias, Juventude, Língua, Mídia Cidadã, Tecnologia, Blogueiros

Sempre gostei da escolha de artigos para tradução da GV em Língua Árabe [1] feita pela Haifa Alrasheed. Ela agora está envolvida na cobertura da Arábia Saudita no Global Voices Online [2]. Haifa – que disse aqui [3] (Ar) gostar de escrever Haipha como seu nome – é uma estudante universitária a tirar Linguísticas Computacionais e prefere escrever textos em árabe e inglês no seu blogue pessoal chamado Haifa's Notebook [4].

Vamos tentar conversar com a Haifa para sabermos mais sobre ela.

Olá Haifa, podes contar-nos um pouco sobre ti?

Bem… eu sou uma estudante universitária e estudo Linguísticas Computacionais. Interesso-me por tudo desde a filosofia à tecnologia. Quando tenho tempo gosto de ler livros, fazer voluntariado e ultimamente blogo. As línguas também me atraem e a linguística fascina-me! Há pouco tempo juntei-me à familia do GV MENA [5]como autora e tradutora.

Deixa-me perguntar-te, como é que soubeste do Global Voices e o que te atraiu no Projeto Lingua?

Fui parar ao GV através de um blogue – não me lembro qual:-)

O que me atraiu no Lingua foi a oportunidade de interagir profissionalmente tanto com a língua árabe como a inglesa, especialmente porque os textos são escritos por não linguistas. E é também uma oportunidade para praticar as minhas capacidades de tradução.

A tua escolha nos textos para tradução interessa-me bastante, por isso gostaria de saber que tipo de tópicos  do GV consideras mais interessantes. E quais são as tuas leituras favoritas?

Geralmente escolho textos regionais não politizados. O activismo humanitário chama-me sempre a atenção. Também gosto de ler sobre vários tópicos. E no que se refere a livros, os meus favoritos são “The Stuff of Thought [6]” de Steven Pinker, “Samarkand [7]” de Amin Maalouf, “The Prophet [8]” de Khalil Gibran, “The Perfume [9]” de Patrick Suskind and “The Outliers [10]” de Malcom Gladwell. E Steven Pinker é o meu escritor preferido, mas ao mesmo tempo gosto de ler Malcom Gladwell, Amin Maalouf, Dr Ghazi Algosaibi e Anis Mansour.

Podes por favor, falar-nos mais sobre o teu campo de estudo – linguísticas computacionais?

A disciplina de Linguísticas Computacionais está entre a linguagem e a ciência da computação e preocupa-se com os aspectos computacionais da linguagem humana. As componentes são teóricas e aplicadas. A Wikipedia [11]também define as linguísticas computacionais como ciência que “lida com a estatística e/ou a modelagem  baseada em regras  da linguagem natural a partir de uma perspectiva computacional.”

Como podemos ver, o teu campo de estudo lida com linguagens naturais e com computadores,  achas que puderá ter algum efeito no trabalho que fazes para o Lingua? Especialmente porque ao fazê-lo, estás em contacto permanente com línguas e traduções.

Sim, acho. Através da minha curta experiência no Lingua, tive a oportunidade de ver o fluxo da linguagem, para onde se dirige e quais as dificuldades que tradutores e autores têm de enfrentar. E quem sabe, talvez um dia venha a desenvolver um software especialmente para os tradutores do Lingua:-)

Um dos problemas que a maioria dos tradutores enfrenta é a equivalência em inglês, de expressões árabes, especialmente aquelas relacionadas com a tecnologia e palavras recém-inventadas. Achas mais apropriado arabizar antigas expressões inglesas ou utilizares expressões árabes, mesmo que não sejam tão populares quanto as arabizadas?

Acho que depende do contexto. Por exemplo, é bom usar palavras arabizadas informalmente no dia-a-dia, seja virtualmente ou cara a cara; no entanto, acho eu, é inapropriado usá-las formalmente – por exemplo, na imprensa escrita. Alguns contextos requerem ambos (como a comunicação em massa) porque é direccionada a todo o tipo de pessoas. Ao fim e ao cabo, o árabe é uma língua rica, então porque não fazer uso dessa riqueza?

Vejo que usas o Tumblr no blogue e reparei também que actualmente, muitos árabes – em especial os jovens como tu – começam a usar ferramentas como o Tumblr ou o Posterous em vez do Blogguer e do WordPress. Também estás no Twitter [12]. São apenas ferramentas e utilizá-las não faz diferença ou achas que imprimem um estilo especial ao blogue?

Acho que quando tenho vontade de escrever no blogue, faço-o; no entanto, quando não tenho vontade coloco fotografias e vídeos para descrever o meu actual estado de espírito no Tumblr.

E finalmente, existem outras questões que não fiz e qu queiras ver aqui?

Nenhuma. Acho que cobriste tudo.