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Global: Protestos em Apoio à Flotilha da Liberdade Continuam

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Nos dias seguintes à invasão das Forças de Defesa de Israel [1] sobre o [navio] Mavi Marmara [2] que deixou nove pessoas mortas e várias feridas, o mundo tem visto uma onda de apoio a Gaza. Vários países, incluindo a Turquia [3], Equador [4] e África do Sul [5], chamaram seus embaixadores de Israel, enquanto outros [6] apelaram para uma investigação independente dos acontecimentos por uma parte neutra. A Nicarágua [4] foi um passo além, cortando relações diplomáticas com Israel.

Ao mesmo tempo, manifestações vêm ocorrendo em todo o mundo. De Estocolmo a São Paulo, ativistas e cidadãos interessados foram às ruas para protestar contra a violência e o contínuo bloqueio de Israel sobre Gaza.

Nas proximidades de Beirute [capital do Líbano], os manifestantes foram vistos carregando bandeiras turcas em apoio ao Marmara Mavi [navio de origem turca].

[7]

Manifestantes em Beirute levaram bandeiras turcas em apoio ao Mavi Marmara. Foto de Mokhtar Joundi.

Do outro lado do mundo, em Boston, os manifestantes americanos se reuniram do lado de fora do consulado israelense, agitando bandeiras palestinas e pedindo ao presidente Obama para denunciar as ações de Israel.

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Bostonianos se reuniram do lado de fora do consulado israelense. Foto de Anas Qtiesh.

Manifestantes na capital da Bulgária, Sofia, levaram uma enorme bandeira palestina para demonstrar sua solidariedade com Gaza.

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Manifestantes búlgaros com uma enorme bandeira palestina. Foto de Ruslan Trad.

Manifestantes na cidade de Nova Iorque encheram a movimentada Times Square com bandeiras palestinas e cartazes de apoio.

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Manifestantes em Nova Iorque com um cartaz em que se lê: "Israel mata civis em auto-defesa". Foto de asterix611.

Em Londres, o rapper e poeta Lowkey [11] estava à frente de uma das demonstrações, cantando “we are sick of it!” [“Estamos cansados disto!”] com outros manifestantes. Um blogueiro, Have a Good Time [Divirta-se], escreve [12] sobre a presença de Lowkey:

Lowkey starts by reminding his British audience of their complicity in the Israeli attack on the Flotilla and the Israeli siege on Gaza. “We were there through our taxes: our taxes were in the bullets that were fired into our friends and our brothers and our sisters…our taxes were there, our Balfour Declaration was there.” But Lowkey transitions from this depressing reminder of complicity to a vision of solidarity. “When they drop white phosphorous bombs on Gaza, they drop white phosphorous bombs on us…we must express our solidarity with those people, because they are us.” We are not only the Freedom Flotilla: we are Gaza. In addition to knowing that we cause harm to befall Gaza, we also feel that harm as if it affects us.

Lowkey começa por recordar o seu público britânico de sua cumplicidade com o ataque israelense à Flotilha e do cerco israelense em Gaza. “Fomos lá através dos nossos impostos: os nossos impostos eram as balas que foram disparadas em nossos amigos e nossos irmãos e irmãs… nossos impostos estavam lá, a nossa Declaração de Balfour [13] estava lá.” Mas Lowkey transitou deste lembrete deprimente de cumplicidade para uma visão de solidariedade. “Quando eles soltam bombas de fósforo branco em Gaza, eles soltam bombas de fósforo branco em nós… devemos manifestar a nossa solidariedade para com as pessoas, porque eles somos nós.” Nós não estamos só a Flotilha da Liberdade: somos Gaza. Além de saber que causamos danos em Gaza, também sentimos  o dano como se ele nos afetasse.

A manifestação foi gravada:

O autor do Global Voices Raphael Tsavkko Garcia tirou fotos do protesto em São Paulo, Brasil, que ele postou em seu blog [14] junto com a descrição do protesto.

[14]

Manifestantes em São Paulo usaram camisetas onde se lia "I am Palestinian." "Eu sou palestino" em português. Foto por Raphael Tsavkko Garcia

O protesto em si foi breve, durou cerca de uma hora, mas os discursos foram enérgicos e emocionados. Gritos de “Israel Genocida”, “Israel Nazista” e “Palestina Livre” eram constantes e distribuímos muitos folhetos entre quem passava. Estes, aliás, em geral nos apoiava, acenando, comentando que era um absurdo a situação dos Palestinos e repudiando Israel e suas ações criminosas.
[…]
Foi um ato pequeno mas cheio de significado. Pelo menos algumas poucas pessoas mostraram seu desagrado, seu repúdio e deixaram claro que não tolerarão mais agressões.

Finalmente, Israel não era imune à crítica de seus próprios cidadãos. Em Tel Aviv, manifestantes levaram cartazes protestando contra a ocupação. De acordo com o fotógrafo [15], um dos manifestantes foi detido, como também foi um cidadão contrário ao protesto.

[16]

Clique na imagem para ver o original e a tradução dos cartazes em hebraico. Foto de Dan Halutz.

Manifestantes também se reuniram [17] na cidade portuária de Ashdod, apesar de alegadas tentativas da polícia de os levarem de volta a Tel Aviv.

[17]

Linha de manifestantes na praia em Ashdod. Foto de Mya Guarnieri.