Em 8 de abril, 14 milhões de cingaleses estavam preparados para votar nas eleições parlamentares para eleger um novo governo. Nalaka Gunawardene at Groundviews escreve:
The election campaigns for the past many weeks have seen the usual glut of rhetoric and promises. Our endlessly bickering political parties rarely agree on anything, so it’s refreshing to see a broad consensus on what this election is fundamentally about: future prosperity.
A eleição viu uma baixa taxa de participação (aprox. 55%), muito menor do que para as eleições presidenciais de Janeiro (aprox. 75%). Há relatos de que a milhares de pessoas deslocadas internamente (PDI) foi negado o voto no norte [do Sri Lanka, área de maioria Tâmil]. Também contribuiu para a baixa participação na votação o fato de que muitos da minoria Tâmil se abstiveram de votar.
A eleição parlamentar foi marcada pela violência enquanto vários incidentes foram registrados durante o dia. O Center For Monitoring Election Violence (CMEV) [Centro para Acompanhamento de Violência eleitoral] informa que houve 84 incidentes graves no dia da eleição e lista os detalhes de 13 de tais incidentes. Os votos em 18 urnas serão recontadas em 20 de abril. O CMEV também mapeou os incidentes para uma melhor navegação:
View Parliamentary Election – 8 April 2010 (Election day violence) in a larger map
Serendipity sompartilha suas frustraçoes em relação ao processo eleitoral, que não é sobre manifestos, mas sobre abuso de poder e riqueza para ser eleito:
It is a very sad time indeed in our Serendipitous Isle, for ‘Good Governance’ that we hold a General Election, where no one knows what the individual parties stand for, and which if truth be told, the Governing Alliance did not even bother to publish a manifesto, being confident that they will win.
The election therefore has been reduced to one of people, with all ‘Media Advertising’ as well as posters and cutouts concentrating merely on individuals to be elected to represent a district.
Individuals therefore have had to raise funds, use public resources unashamedly, a perfect example being the foreign minister using the resources of his ministry to plug himself as the savior of SL, and somehow fight to get the preferences. You judge whether he deserves to win.
É um momento muito triste em nossa “Serendipidística” Ilha, por “boa governança” que temos uma eleição geral, onde ninguém sabe o que os lados individuais defendem, e que, verdade seja dita, a Aliança Governista nem se preocupou em lançar um manifesto, confiantes de que iam ganhar.
A eleição, portanto, foi reduzida a uma [eleição] de pessoas, com todos os “Propaganda Midiática”, bem como cartazes e recortes concentrando apenas em indivíduos a serem eleitos para representar um distrito.
Os indivíduos, portanto, tiveram de levantar fundos, [tiveram de] usar recursos públicos desavergonhadamente, um exemplo perfeito é o ministro das Relações Exteriores usando recursos de seu ministério para conectar-se como o salvador do Sri Lanka, e de alguma forma lutar para obter as preferências. Vocês julgam se ele merece ganhar.
A blogueira termina com uma esperança:
I hope common sense will prevail, and I pray the voter will remember not to vote for the person who bought his last meal, but the person who best can represent his or her interests in Parliament for six long years and not defect to another party!!!!
O concerned citizen [didadão preocupado] no Groundviews chama esta de pseudo-democracia no Sri Lanka. A democracia e a política não é orientada para a população rural, que são forçados a permanecer atingidas pela pobreza, marginalizadas e mal informadas politicamente para exercitar seus direitos democráticos:
It is no secret that poverty and ignorance is a politically expedient condition, as in feudal times, to keep the masses in a state of subservience. By not playing a proactive role in advocacy and awareness building among the vast majority of rural polity who live in enforced ignorance, the moderates of this country have failed to uphold democracy. [..]
The current regime appears to be following in the footsteps of totalitarian regimes such as Burma, Iran, Libya, Russia and China who have taken advantage of similar conditions of rural poverty and ignorance in brain washing a captive polity in order to hold the nation in thrall. [..]
A politically passive and impoverished Sri Lankan polity has steadily paved the way, under consecutive regimes, towards a state of totalitarianism which has borne a despotic regime which recognizes no limits to its authority and strives to regulate every aspect of public and private life wherever feasible.
Não é nenhum segredo que pobreza e ignorância é uma condição politicamente conveniente, como nos tempos feudais, para manter as massas em um estado de submissão. Por não desempenhar um papel pró-ativo na defesa e conscientização entre a grande maioria das lideranças rurais que vivem na ignorância imposta, os moderados do país não conseguiram defender a democracia. [..]
O atual regime parece estar seguindo os passos de regimes totalitários como a Birmânia, Irã, Líbia, Rússia e China, que se aproveitaram das condições semelhantes de pobreza rural e da ignorância fazendo uma lavagem cerebral a fim de introduzir um regime cativo para manter a nação na servidão. [..]
Uma classe de lideranças cingalesas politicamente passiva e empobrecia tem firmemente pavimentado seu caminho, sob regimes consecutivo, para um estado de totalitarismo, que tem suportado um regime despótico, que não conhece limites à sua autoridade e se esforça para regulamentar todos os aspectos da vida pública e privada, sempre que possível.
Os resultados eram esperados enquanto o atual partido governista United People's Freedom Alliance (UPFA) [Aliança Unida da Liberdade do Povo] está na frente com 117 assentos (60% dos votos) e o competidor mais próximo é o oposicionista United National Front (UNF) [Frente Unida Nacional] com 46 assentos e 30% dos votos. Espera-se que a UPFA ganhe ao menos metade dos 45 resultados restantes que ainda devem ser declarados. A UNF foi desmoralizada pela prisão de seu candidato à Presidência, General General Sarath Fonseka and seu apoio popular está minguando.
Os resultados também mostraram que os Tâmil tem menos confiança na maioria do governo cingalês, relata o Journalists For Democracy In Sri Lanka [Jornalistas para a Democracia no Sri Lanka]:
The president had campaigned in the Tamil heartland of Jaffna and Wanni with promises of billions of dollars to rebuild the regions worst affected by the long war with the separatist Liberation Tigers of Tamil Eelam (LTTE).
But his party failed to win a single Tamil district, with Tamil voters instead electing 12 MPs from the moderate Tamil National Alliance, which wants greater autonomy for the Tamil minority.
O presidente fez campanha no coração Tâmil de Jaffna e Wanni com promessas de bilhões de dólares para reconstruir as regiões mais afetadas pela longa guerra com o separatista Tigres de Libertação do Tamil Eelam (LTTE).
Mas seu partido não conseguiu vencer em sequer um distrito Tâmil, com esta população preferindo eleger 12 MP's [parlamentares] da moderada Tamil National Alliance [Aliança Nacional Tâmil], que demanda uma maior autonomia para a minoria Tâmil.
Lanka Rising posta uma análise crítica dos resultados da eleição. O blog também lista as 10 principais prioridades do governo do Sri Lanka que inclui “garantir a lei e a ordem e oportunidades iguais para todos”. De qualquer maneira, sem conseguir engajar mais e mais membros da minoria Tâmil em atividades políticas, os objetivos vão continua ilusivos e a divisão não poderá ser emendada.