Trinta e seis anos após sua morte, o cantor e compositor chileno Victor Jara teve um funeral apropriado. Uma multidão de milhares de artistas, personalidades, militantes e fãs se reuniram no dia 3 de dezembro em Santiago [es] para homenagear o músico, diretor de teatro e ativista que foi assassinado durante o golpe militar de Pinochet.
O funeral foi assistido também pela presidente chilena, Michelle Bachelet, e a viúva de Jara, Joan Turner. O usuário Medrparada forneceu um vídeo da comunidade chilena marchando em comemoração pela avenida Santos Dumont:
Jara, parte central do movimento Nueva Canción, foi um apoiador de Salvador Allende nos anos 60 e no começo dos 70. Como a investigação de sua morte violenta, em 1973, foi retomada nos últimos anos, um recruta do exército de Pinochet foi acusado do assassinato [en] e o corpo de Jara foi exumado [en] em Junho, para uma autópsia.
Embora a comunidade já soubesse que o cantor foi torturado, os detalhes foram confirmados pelo Servicio Médico Legal (Serviço Médico Legal) em novembro [es]: ele morreu com fraturas produzidas por objetos contundentes, assim como 44 ferimentos a bala em diferentes partes de seu corpo.
O enorme funeral deu ao artista uma forte presença na web, com pessoas de todo o mundo. Como o evento foi transmitido online pela Fundação Víctor Jara, os usuários criaram o seu próprio fluxo das letras de Jara no Twitter, como o Rodrigo (usuário @rtapiap) nos disse [es]:
mi timeline esta lleno de versos de Victor Jara, en breve le pongo play a su discografía (pasando por el VJ Sinfónico)
Nicole (usuária @HenriquezNicole) compartilhou sua devoção pelo cantor folk no Twitter [es] e foi ao funeral:
Mañana caminaré des[d]e Plaza Brazil hasta el Cementerio General.. no lo haría por nadie, solo por Víctor Jara!
O blogueiro espanhol do Ciberculturalia lembrou a causa de Jara e seu custo [es]:
Víctor Jara, un hombre comprometido, solidario, defensor de la libertad que terminó pagándolo con su propia vida.
Em maio passado, o blogueiro Roberto Castillo, em seu blog Notícias Secretas, respondeu à colunista [es] do jornal El Mercurio que confessou, como figura literária, o assassinato de Jara. A coluna levou Castillo a conhecer a relevância da figura do cantor e compositor na memória coletiva do Chile:
La figura de Víctor Jara y su obra incandescente se habían salvado hasta ahora de la corrosión amnésica o de los manejos de imagen que han caracterizado a la eterna transición chilena. El cariño del público y la constancia leal de generaciones de artistas han mantenido el brillo de sus canciones y preservado el recuerdo de la manera en que fue asesinado. El informe de la Comisión Rettig, en su caso, sólo vino a confirmar los detalles horrendos de una historia conocida: la gente no sabía que habían sido cuarenta y cuatro los disparos, pero sí sabía de sus manos quebradas a pisotones y culatazos.
Em seu blog Cuestiónatelo todo, José Luis compartilhou um video em preto e branco com Jara tocando “Te recuerdo Amanda” [es], uma de suas canções mais populares. Eles escreveu:
Hay tantas canciones que escoger de Victor Jara que es una pena colgar sola 3. Siempre cercanas al pueblo, al campo, a la fabrica, a la madre, al dolor del explotado, a la lucha de los mas humildes. Todas ellas se basan en la vida de los obreros y los campesinos chilenos, que en el Chile que construyeron con la llegada de la Unidad al poder eran los verdaderos protagonistas del futuro… Ese futuro que los fascistas segaron en nombre del capitalismo.
Uma influência sem paralelos em artistas e músicos de diversos estilos musicais, Victor Jara dirigiu mais de 15 peças, e lançou 9 álbuns entre 1966 e 1974, incluindo Canto por Travesura com uma seleção de canções tradicionais chilenas.
1 comentário