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Moçambique: Diferentes formas de usar camisinhas

Categorias: África Subsaariana, Moçambique, Desenvolvimento, Esforços Humanitários, Filme, Humor, Juventude, Mulheres e Gênero, Saúde

Somewhere on a dusty soccer pitch in Mozambique, a group of boys are playing a game of soccer. Suddenly a man runs onto the field shouting. He stops the game and accuses the boys of stealing his condoms. There are different ways to use condoms. In Mozambique, young boys are great consumers of them…

Em um campo de futebol empoeirado em algum lugar de Moçambique, um grupo de garotos está jogando uma partida de futebol. De repente, um homem invade o campo gritando. Ele interrompe a pelada e acusa os garotos de roubarem suas camisinhas. Há formas diferentes de usar camisinhas. Meninos são os grande consumidores delas.

Em um país que luta para combater a AIDS, vinte milhões de preservativos são distribuídos a cada ano. Considerando que pelo menos 4 milhões de homens são sexualmente ativos em Moçambique, dentro de um universo de 17,4 milhões de habitantes, a quota pessoal é de cinco camisinhas para o ano inteiro. Dirigido pelo cineasta moçambicano Orlando Mesquita, A Bola [1] [en] foi um dos filmes exibidos no PangeaDay [2] e apresenta um ponto de vista leve – e surpreendente – sobre o uso de camisinhas no país: milhares delas acabam se transformando em bolas de futebol, um dos muitos exemplos de como as crianças se divertem com os preservativos.

A Bola [1] é parte de uma coletânea de vídeos do Steps for the Future [3] [en], um coletivo de cineastas internacionais e da África Austral com três objetivos:

“To produce a collection of 40 documentaries and short films that examine the lives of people living in Southern Africa whose lives have been affected by the HIV/AIDS pandemic.
To provide invaluable training to Southern African filmmakers with the support of some of the best filmmakers drawn from around the world.
To distribute the films to regional AIDS organisations for use in AIDS education and training.”

“Produzir uma coletânea de 40 documentários e filmes de curta metragem que examinem as vidas das pessoas na África Austral que tenham sido afetadas pela pandemia do HIV/AIDS.
Fornecer um treinamento inestimável aos cineastas da África Austral com o apoio de alguns dos melhores cineastas do mundo.
Distribuir os filmes a organizações regionais que lidam com a AIDS para o uso em educação e formação”

Estima-se que 16% da população, cerca de 1,5 milhões de moçambicanos, sejam soropositivos. De acordo com o site da UNAIDS [4], os números estimados de HIV e AIDS são:

Quantidade de pessoas vivendo com HIV: 1.500.000 [1.300.000 – 1.700.000]
Taxa de prevalência entre adultos entre 15 a 49: 12,5% [10,9% – 14,7%]
Adultos a partir de 15 anos vivendo com HIV: 1.400.000 [1.200.000 – 1.600.000]
Mulheres a partir de 15 vivendo com HIV: 810.000 [690.000 – 960.000]
Crianças entre 0 e 14 vivendo com HIV: 100.000 [87.000 – 120.000]
Mortes causadas por AIDS: 81.000 [67.000 – 98.000]
Órfãos por causa da AIDS entre 0 e 17: 400.000 [280.000 – 590.000]

O grupo de maior risco é o de mulheres entre 15 e 24. Um carregamento de 700 milhões de preservativos femininos, adquiridos pelo governo em parceria com a UNAIDS, está para chegar em Moçambique [5] e será distribuído gratuitamente pelo país. Vasikate va Moçambique [6] recebe bem a idéia e pede que outras mulheres lancem mão do método:

Mas, sendo que não há bela sem senão: ele pode fazer um pouco mais de barulho durante a relação sexual. A colocação não é tão simples quanto a versão masculina, exigindo um pouco mais de concentração na colocação. Depois de colocada, uma pequena parte fica visível fora da vagina, criando uma aparência um pouco esquisita para quem não está acostumado tal como o preservativo masculino que também já deve ter causado quando começou a ser utilizado! Mulheres, joguem com os vossos trunfos! Se na hora da negociação não conseguirem se impor, usem a única alternativa para a mulher se proteger quando um parceiro não quer usar preservativo masculino: o preservativo feminino pois o poder de decisão na hora do sexo, que é uma escolha de vida, ainda está em nossas mãos.

A camisinha feminina. © Asian Community AIDS Services [7]. A pergunta é: será que elas também dão boas bolas de futebol?