Obesidade e imagem corporal são dois tópicos que raramente são discutidos no Marrocos. O país, que ainda é considerado “em deselvolvimento” em vários aspectos, parece ter sempre cultivado uma relação saudável com a comida. A cozinha do Marrocos, muito conhecida em todo o mundo, usa muitas carnes frescas, frutas, vegetais e azeite de oliva. Mas esta relação saudável parece estar mudando, assim como em muitos outros lugares do mundo, conforme o Marrocos recebe um crescente influxo de cadeias de fast-food e de produtos alimentícios industrializados. Embora alguns estudos [En] tenham sido realizados, o tema foi muito pouco abordado na blogosfera, ao menos até agora.
Em uma série de seis blogadas, Margot the Marrakesh Mystic lança um olhar mais aprofundado sobre como os corpos marroquinos (e consequentemente a imagem corporal dos marroquinos) está mudando. Na primeira blogada da série, a blogueira reflete [En] sobre a obesidade e sobre o aumento da diabetes no Marrocos:
According to the WHO Global Database on Child Growth and Malnutrition, “the percentage of overweight children in Morocco more than tripled between 1987 and 2004.” This is attributed to the dual trend of decreasing physical activity levels, and a shift in diets to include more fats and sugars. The trend of overweight children is happening far more in cities, and mostly among the middle and upper classes
I have a Moroccan friend who is an assistant in one of the classes at the local American School. Children in this school are mostly from the upper-middle and upper classes. I asked him, “Out of the 21 Moroccan children in his own class (foreigners excluded from the count), how many were overweight?“
He responded, “Five are quite fat, seven are rather chubby, but not yet obese; and the remaining nine are of normal weight.” So that means 57 percent of the class is overweight, or obese; while 43 percent are of normal weight.
Eu tenho um amigo marroquino que é assistente em uma das turmas da Escola Americana local. As crianças desta escola são em grande maioria das classes alta e média-alta. Eu perguntei a ele, ‘Das 21 crianças marroquinas em sua turma (crianças estrangeiras foram excluídas da contagem), quantas estão acima do peso?’.
Ele respondeu, ‘cinco são bem gordas, sete são um tanto fofinhas, mas ainda não obesas; as outras nove tem peso normal’. Então isso significa que 57% dos alunos está acima do peso, enquanto 43% tem peso normal.”
Enquanto a segunda e a terceira blogadas da série tratam de questões similares (o aumento de supermercados e de eletrodomésticos modernos no Marrocos), a quarta blogada lida com um tópico interessante: o desejo das jovens marroquinas de ganhar peso. Nesta blogada, a blogueira compartilha uma anedota sobre sua irmã mais nova:
My little sister THINKS she is too skinny (at least she’s teased by the girls at school who say she is, but they are chubby, so it’s probably jealousy). So she wears four pairs of pants under her jeans. I ask her why she is doing this, especially when it is over 100°F outside! She says it’s so that the thigh area of the jeans will not look “loose,” but filled out, and tight all around, like her friends look in their jeans. All I can say is that I remember being this age (fourteen) and how important it is at that age to dress like your friends.
A parte cinco [En] trata dos restaurantes de fast-food no Marrocos. Curiosamente, a blogueira conclui:
There were no fast-food restaurants until recently. But in my opinion, they are NOT contributing to the problem of obesity in Morocco. Instead, they have enhanced our lifestyle considerably. We want these choices available here too, as they are available in the more developed countries.
A parte seis, que ainda não foi publicada, irá atacar a questão do diabetes no Marrocos [En]. Algo que, embora não seja novidade, é um problema crescente no país.
2 comentários
Thanks for translating this Daniel! I hope it will be of interest to the lusosphere!
You’re welcome, Jillian. :)
It’s a great article. But I am a little surprised about the blogger’s position about the fast-food chains, and her desire to “have the choices available to the more ‘developed’ countries”. I’m afraid the “alimentary globalization” has a lot to do with the growing obesity and alimentary-related diseases in the “developing” countries. Marrocos had a wonderful traditional cuisine in the past, and the arrival of the “western” food and alimentary habits at the same time obesity and diabetes is rising in the country sounds as more than mere coincidence.
Best,
D.D.