Rússia, Tadjiquistão, Cazaquistão: O Aniversário de Lenin

Em 22 de abril, Vladimir Lenin teria completado 138 anos — vários blogueiros russófonos ainda se lembram da data.

Oleg Panfilov — usuário oleg_panfilov no LiveJournal, diretor do Centro de Jornalismo em Situações Extremas [Ru] — decidiu escrever sobre sua cidade nativa — Khujand, no Tadjiquistão — que se chamou Leninabad de 1939 até 1992:

“You know, [Soviet/Russian scholar Dmitry Sergeyevich Likhachev] once supported the idea – put forward by myself and my colleagues – to return the ancient name to my native city. And it successfully made it back into history as Khujand, not as Leninabad, which it had been for over 50 years, even though Comrade Lenin had never visited it.

To me, April 22 is now the day when I can smile sarcastically – perhaps he lived and used to be alive [allusion to these lines by poet Vladimir Mayakovsky], but he'll no longer be in my city. Thank God!”

“Você sabe, [o estudioso soviético/russo Dmitry Sergeyevich Likhachev] apoiou certa vez a idéia – propalada por mim e meus colegas – de devolver o antigo nome à minha cidade natal. E ela conseguiu voltar à história como Khujand, e não como Leninabad, como foi chamada por 50 anos, embora o camarada Lenin nunca a tenha visitado.
Para mim, 22 de abril é agora o dia em que posso sorrir sarcasticamente – talvez ele viva e sempre vá viver [alusão a estes versos do poeta Vladimir Mayakovsky], mas ele não estará mais em minha cidade. Graças a Deus!”

Mark Grigorian — usuário markgrigorian no LiveJournal, um jornalista e analista político armênio radicado em Londres — publicou suas reflexões [Ru] sobre Lenin e seu legado em Shymkent, Cazaquistão:

“For some reason, I continue to notice his statues, busts, portraits.

That typical pointed goatee, a huge bold spot, “an eagle's look” – or, depending on the customer's demand, the “kind eyes” – which painters and sculptors from different countries tend to portray in their own ways.

Or, to be more precise, used to portray. But in such quantities that even now, nearly a whole generation since the Soviet Union disappeared from the map, you can run into him anywhere. Or, nearly everywhere.

And here, in southern Kazakhstan, not far from the city of Shymkent, formerly known as Chimkent, there is a monument to the former leader, with one leg and one arm missing, at the warehouse behind the Mankent boarding house. […]

[photo omitted]

This monument used to stand [in front of] the boarding house. But times have changed, and it has been replaced with a stylized yurt that holds three busts of the leaders of three Kazakh […] tribes, who are looking at a stone cradle with this inscription in blue on it (translation may be imprecise): “If you want to be the nation, start from the cradle.”

[photo omitted]

Many people here speak of Lenin and his monument with affection.

“My son is a third-year student now,” a warehouse worker told me. – “When he was in the second grade, I placed him onto Lenin's lap and took a picture of him. Now this photo is in my album at home. Could I have known that this monument would ever be spoiled like this? What had he done to them? Could be left standing…”

[photo omitted]

Of course, this was a cult similar to religious worship. Many people have noted this: among the elements of worship were the holy trinity [Lenin, Marx, Engels], and devoted disciples who were spreading “the light of the true teaching,” and holy books, and cult-like celebrations… And, of course, what I see now are the remains of the cult.

[…]

[photo omitted]

[…]”

“Por alguma razão, eu continuo vendo suas estátuas, bustos e retratos.
A típica barbicha pontuda, a grande e viril mancha, ‘o olhar de águia’ – ou, dependendo do desejo do freguês, os ‘olhos bondosos’ – que pintores e escultores de diferentes países tendem a retratar a seu próprio modo.
Ou, para ser mais preciso, costumavam retratar. Mas em tais quantidades que mesmo agora, quase uma geração inteira depois que a União Soviética desapareceu do mapa, você ainda pode encontrar com ele em qualquer lugar. Ou, quase qualquer lugar.
E aqui, no sul do Cazaquistão, não muito longe da cidade de Shymkent, antes conhecida como Chimkent, há um monumento ao antigo líder, com uma perna e um braço faltando, no depósito que fica atrás da pensão de Mankent.[…]
[foto omitida]
Este monumento costumava ficar na frente da pensão. Mas os tempos mudaram, e ele foi substituído por um ger estilizado que exibe os três bustos dos líderes de três tribos cazaques, que estão olhando para um berço de pedra com uma inscrição em azul onde se lê (e a tradução pode ser imprecisa): ‘Se você quer ser uma nação, comece do berço’.
[foto omitida]
Muitas pessoas aqui falam de Lenin e seu monumento com afeição.
‘Meu filho agora é um estudante de terceiro ano’, disse uma trabalhadora do depósito para mim. – ‘Quando ele estava na segunda série, eu o coloquei no colo de Lenin e tirei uma foto dele. Agora esta foto está em meu álbum em casa. Como eu poderia saber que este monumento seria destruído desta forma? O que ele fez para eles? Poderiam ter deixado lá…’
[foto omitida]
Claro, isso era um culto similar à devoção religiosa. Muitas pessoas perceberam isso: entre os elementos de devoção estavam a santa trindade [Lenin, Marx, Engels], e os devotados discípulos que estavam espalhando ‘a luz do verdadeiro ensinamento’, e livros sagrados, e celembrações que pareciam cultos… e, claro, o que eu vejo agora são os resquícios deste culto.
[…]
[foto omitida]
[…]”

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