Índia: Tibete, a Tocha Olímpica e o Dalai Lama

No relatório desta semana sobre a Índia virtual, nós olhamos para o Tibete na Índia. Na semana que vem a tocha Olímpica chega à Índia. Primeiro o jogador de futebol indiano Bhaichung Bhutia tirou o corpo fora, e agora foi a vez da superpolicial Kiran Bedi. Contudo, o famoso jogador indiano de críquete Sachin Tendulkar irá carregar a tocha Olímpica, escreve enga. area[en], e completa:

“Sachin actually volunteered himself to carry the torch.Sachin called Indian Olympic Association President Suresh Kalmadi and expressed his wish to join the other sportsmen who are selected to participate in the Olympic torch relay.”

“Na verdade, Sachim se ofereceu para carregar a tocha. Sachin ligou para o presidente da Associação Olímpica Indiana, Suresh Kalmadi, e expressou seu desejo de se juntar aos outros esportistas que foram selecionados para participar da passagem da tocha Olímpica.”

A decisão de Tendulkar em carregar a tocha Olímpica foi recebida com reações diversas. Kartikeya do Desicritics[en] escreveu:


“A great sportsman like Tendulkar should know better than to carry the Olympic torch when others like Kiran Bedi have refused to do so. We can blame the politics of it all, but the simple point is, that it is our Government, and it is our character which is revealed. We ought not to sacrifice it at the altar of “interest”.”

“Um grande esportista como Tendulkar deveria saber que seria melhor não carregar a tocha Olímpica quando outros como Kiran Bedi se recusaram a fazê-lo. Nós podemos colocar a culpa na política por trás de tudo isso, mas a questão simples é que este é o nosso governo, e é o nosso caráter que está sendo revelado. Nós não devemos sacrificá-lo no altar dos ‘interesses’.”

Enquanto várias celebridades indianas se recusaram a participar na passagem da tocha Olímpica, parece que os partidos de esquerda indianos permaneceram consistentes em sua postura de apoiar a China, ou a República Popular da China (RPC). Jokes From Indian Left (literalmente, “Piadas da Esquerda Indiana”, em inglês) escreve em seu post entitulado A Hipocrisia dos Partidos de Esquerda Indianos[en]:

“Concerned that Tibetan protesters may succeed, CPM politburo member Sitaram Yechury called upon the government on Wednesday to see that there were no disruptions. Mr Yethury, It so sounds like you are more worried that Fire may get Hurt when a person attempts self-immolation bids.”

“Preocupado que os protestantes tibetanos pudessem ser bem sucedidos, Sitaram Yechury, membro do politburo do CPM [Partido Comunista (Marxista) da Índia] exortou o governo para que não haja rupturas. Senhor Yechury, está parecendo muito que o senhor está mais preocupado que o fogo se machuque quando alguém ameaça se auto-imolar.”

Prem Panickar[en] ressaltou a dicotomia da postura do Camarada Prakash Karat vis-a-vis com a China e os EUA. Karat é o bem-conhecido líder comunista e é o secretário geral do Partido Comunista (Marxista) da Índia. Panickar escreve:


“The Prakash Karats of this world, who spout reams about “national sovereignty’ when it comes to discussing the India-US civilian nuclear cooperation agreement, seem to be totally a-okay with this—a Chinese team on India soil to take over security responsibilities of a public event that should be the internal concern of India’s police and security apparatus alone…”

“Os Prakash Karats deste mundo, que cospe resmas [de discursos] sobre a ‘soberania nacional’ quando o assunto é discutir o acordo de cooperação nuclear civil entre a Índia e os EUA, parece achar super bacana esta equipe de chineses em solo indiano para se responsabilizar pela segurança de um evento público que deveria ser uma questão interna apenas da polícia e do aparato de segurança indiano…”

O novo livro do bem conhecido escritor de viagens Pico Iyer sobre o Dalai Lama veio em boa hora e novamente chamou a atenção mundial em relação ao Tibete. O novo livro de Iyer: A Estrada Aberta: A Jornada Global do Décimo-Quarto Dalai Lama recebeu algumas críticas maravilhosas e Abhi do Sepia Mutiny (Motim Sépia, em inglês) escreveu:


“Instead of treating him merely as a figure to be awed, Iyer describes him as “Forrest Gumpish,” simple yet revolutionary. He is a religious leader who is actively attempting to weaken the dogma of his own religion.”

“Em vez de tratá-lo meramente como uma figura digna de devoção, Iyer o descreveu como alguém meio ‘Forrest Gump’, simples porém revoluncionário. Ele é um líder religioso que está ativamente tentando enfraquecer o dogma de sua própria religião.”

Leia o resto do post e descubra também o que o novelista Pankaj Mishra tem a dizer sobre o livro de Iyer.

Eu escrevi um post reunindo as várias entrevistas e crítica de Pico Iyer, Dalai Lama e o Tibete[en]:


“What runs as a red skein in the various reviews and interviews with Iyer about Dalai Lama is the non-violent way in which the Tibetan leader seeks to resolve a long-standing issue over the autonomy of Tibet with the People’s Republic of China (PRC). It is close to 50 years since the Dalai Lama fled Tibet and settled in India.”

“O que segue como um novelo vermelho nas várias críticas e entrevistas de Iyer sobre o Dalai Lama é a forma não violenta pela qual o lider tibetano tenta resolver a duradoura questão da autonomia do Tibete frente à República Popular da China (PRC). Já faz quase 50 anos que o Dalai Lama fugiu do Tibete e fixou residência na Índia.”

E os tibetanos que vivem na Índia? O que pensam sobre sua terra natal e sobre voltar a ela? A maior população de tibetanos fora do Tibete vive na Índia. Eles vivem em diferentes partes da Índia em Estados como Himachal Pradesh (onde Dharamsala fica localizada) e Uttaranchal, Karnataka e Nova Delhi. O que passa pela cabeça dos jovens tibetanos que vivem na Índia? Mayank Sufi Austen[en] conversou com um jovem tibetano que voltou a Lhasa e disse;


“I was a foreigner in my homeland. I didn't know Chinese and it was everywhere. In restaurants, menus would be written in Chinese and I would ask stewards what was what. I would pass by the city's only theater that screened Hollywood films, dubbed only in Chinese. It was difficult to make out things. I was lost.”

“Sou um estrangeiro em minha terra natal. Eu não sei falar chinês e ele estava em todo o lugar. Nos restaurantes, os menus eram escritos em chinês e eu tinha que perguntar ao atendente o quê era o quê. Eu passei em frente ao único cinema da cidade que passava filmes de Hollywood dublados apenas em chinês. Foi difícil de entender as coisas. Fiquei perdido.”

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