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Bolívia: o festival de Alasitas

Categorias: América Latina, Bolívia, Arte e Cultura, Indígenas

 

Foto de Cltn [1] e usada sob licença do Creative Commons.

 

Ekeko [2] é uma colega em miniatura com uma grande aptidão. Sua felicidade pode ter algo a ver com a riqueza material que corre em abundância por seus braços. Versões em miniatura de cédulas de dólar, euros, carros atraentes, casas e diplomas de faculdade podem ser vistos ao vivo em Ekeko. Na Bolívia, Ekeko é um personagem associado à abundância e prosperidade, e ele é a figura central no Festival de Alasitas. Este evento tem base na cidade de La Paz, mas também pode ser visto em outras cidades da Bolívia. Cristina Quisbert, do Bolívia Indígena [es] descreve o surgimento de Ekeko [3] e afirma que a sua aparência tem mudado de maneira que reflete características mais mestiças.

Alguns blogueiros em El Alto escrevem sobre este festival. Juan Apaza escreve sobre algumas cenas de Alasitas [4] em El Alto Hoy [es]

las alasitas es considerada una fiesta( es el encuentro de todas las esferas y status sociales ) vivida en miniatuara para conocer el imaginario de la cosmovision aymara…

es facinante ver como los deseos ,inquietudes y planes de la gente adquieren forma:

lujosos departamentos.

autos ultimo modelo.

titulos universitarios…

todos los alimentos….de la cocina…

fajos de billetes…dolares…y euros….pa que nunca falte…

van pasando por el saumerio de las yatiris a las 12 00 del dia ,pa
que se cumpla y se vuelva realidad…(ahi va enfrascada la fe …)

este es un acontecimiemto unico.
ALASITA……….es un vocablo aymara que significa comprame…!
Las Alasitas é considerado um festival (onde é possível encontrar pessoas de todas as classes sociais) especializado em miniatura e para conhecer o imaginário da cosmovisão aimará. É fascinante ver os desejos, expectativas e planos das pessoas que compram: apartamentos de luxo

Os últimos carros

Graus universitários

Itens de alimentação para o lar

Infinitas quantidades de moeda… dólares e euros

As pessoas passam pelo local de Yatiris (medicina tradicional masculina), às 12 horas, para que os seus desejos se tornem realidade .. (Lugar de onde vem a fé)… este é um acontecimento único.

ALASITA é da palavra aymara e significa “Compre de Mim”.

Felipe Puacara, do Tecnología Comunicacional [es] acrescenta mais detalhes para os rituais [5] [es]:

A la hora mencionada mucha gente entre mayores, jóvenes y niños se encontraban ansiosos de adquirir billetes, casas, vehículos, cosas para el hogar, títulos universitarios, y otros, para que puedan ser una realidad durante el año 2008, el deseo personal fue adquirir algunos billetes para que no falte en el bolsillo, lo anecdótico aparte de realizar las compras, fue las ansias de buscar personas, que en el entorno aymara se los denomina “YATIRIS”, que significaría algo así como VIDENTES, para que puedan realizar la CHALLA de las miniaturas adquiridas, complementando de este modo el deseo de realidad. La challa, se constituye en un ritual andino que consiste en la acción de rociar con una bebida (alcohol o vino) y realizar el sahumerio con incencio.

Na hora indicada, velhos, jovens e crianças se animam para adquirir cédulas, casas, veículos, itens domésticos, diplomas de faculdade e outras coisas que eles querem em 2008. O desejo de comprar algumas cédulas é para que o próprio bolso não esteja vazio durante o ano. Além de compras, houve alguma emoção ao encontrar aqueles que, em aimará, são chamados “YATIRIS”, que dizem significar “PSYCHIC”, a fim de que eles possam CHALLAR (abençoar), as miniaturas adquiridas, o que ajuda a tornarrealidade esses desejos. O challa é um ritual andino que respinga esses itens com uma bebida (álcool ou vinho) e as cobre com incenso.

Além das minaturas, Wara Yampara, do El Alto Productivo [es] escreve sobre bancos [6] e seu papel de realizar sonhos em Alasitas.

Las alcancías son muy necesarias para aquellas personas que quieren ahorrar, hay alcancías pequeñas hasta gigantes de más de 50 cm. de alto, estas alcancías al igual que los objetos de estuco, son elaboradas un año antes de las alasitas, es decir que para las alasitas del próximo año, ya en Marzo empiezan a elaborarlas. La costumbre de las alcancías es comprarse una para poner ahí todo nuestros ahorros, la mayoría compra alcancías para los niños, aprendiendo en el año el valor del ahorro.

Para el negocio se compran de alcancías en forma de toro negro esto para la buena fortuna en el negocio, pero también existen puestitos miniatura, es decir tiendas, carnicerías, peluquerías, zapaterías, abarroteras, fruteras, puntos de llamada, etc.

Para el amor la costumbre es regalar a un amigo una gallina, para que aquel amigo tenga su pareja, o una gallina con sus pollitos para que esa pareja de amigos tenga hijos; y si es una amiga entonces debemos regalarle un gallito para su buena fortuna en el amor.

Os bancos são muito importantes para aqueles que querem economizar. Existem bancos pequenos e grandes até 50 cm de altura. Estes bancos também são feitos de estuque e são produzidos um ano antes do festival alasitas em março para serem utilizados no ano seguinte. A tradição dos bancos envolve comprar um para colocar todas as nossas economias. A maioria das pessoas compram bancos para crianças, a fim de ensinar-lhes o valor da poupança.

Para as empresas, bancos, sob a forma de touros negros, são comprados para que haja boa sorte nos negócios, mas também existem barracas em miniaturas, lojas, açougues, barbeiro, lojas de sapatos, fruterias, call centers etc.

Por amor, a tradição é dar uma galinha a um amigo que queira uma parceira, ou uma galinha com pintos para um casal que queira ter filhos. Se é uma mulher amiga, então um galo é dado a ela para que ela tenha boa sorte com o amor.

 

 

Alguns destes blogueiros apreciam que essas tradições pemaneçam fortes, apesar das influências externas. Loyola Larico escreve sobre uma história que foi entregue por seu avô [es] [7] sobre uma história que foi entregue por seu avô [es].

Una me contó mi abuelo que mas o menos cuenta así: En vísperas del 24 de enero una familia de padres con un hijo y su esposa se encontraba en apuros uno porque eran fabricantes de los objetos en miniatura para las alasitas, sucede que el hijo de la familia había sufrido un accidente y la nuera daba a luz justo en esos días, por tal razón no podían terminar de hacer las miniaturas, una noche llego a su puerta un señor mayor regordito de nombre Pancho que pedía pasar la noche en la casa de la familia, la familia siempre generosa con la gente le dejaron quedarse, entre platica y platica le contaron a que se dedicaban y el problema que tenían, y el señor en eso se ofreció ayudarlos la nuera dio a luz esa noche, mientras toda la familia esta en esos acontecimientos, Pancho había terminado de surtir los pedidos para las alasitas, cuando llego la familia a la casa sorprendidos del hecho afirmaron sus creencias en cuanto a las alasitas. Realmente el Ekeko existía y los había visitado.

Meu avô me disse uma dessas histórias, e que é assim: Na noite do dia 24 de janeiro, um casal, juntamente com seus filhos e sua esposa foram apressados. Por um lado, eles eram fabricantes de miniaturas de objetos para serem vistos em Alasitas. Além disso, o filho tinha sofrido um acidente e sua esposa estava para dar à luz precisamente por esses dias. Por essas razões, eles não puderam concluir as encomendas das miniaturas. Uma noite, um homem gordo e velho chamado Pancho bateu na porta deles. Ele perguntou se poderia passar a noite na casa da família, que sempre tinha sido muito generosa com os outros e deixou que o homem pernoitasse lá. Durante a conversa, eles falaram sobre o seu trabalho e os problemas que estavam enfrentando. O hóspede se ofereceu para ajudar. Enquanto a nora dava à luz, Pancho acabava todas as ordens para Alasitas. Quando a família chegou casa, eles foram surpreendidos com que tinha acontecido e reafirmou a sua convicção no Alasitas. Ekeko realmente existia e era o visitante.

Finalmente, ela compartilha palavras adicionais de sabedoria de seu avô sobre tradições em El Alto [es] [8]:

Nuestras tradiciones nos dan mucho fuerza para seguir adelante y afianzar nuestro sentido de vivir. Viéndolo desde el punto de vista cultural no debemos olvidar nuestras tradiciones y costumbres. Mi abuelo siempre decía si sabes de donde bienes sabrás a donde ir.

Nossa tradição nos dá um monte de força para seguir adiante e destacar a nossa forma de vida. Vendo as coisas sob o ponto de vistacultural, temos agora que esquecer sobre nossas tradições e costumes. Meu avô sempre disse, se você sabe onde você vem, você saberá para onde ir.

O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online [9]. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português [10], com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista [11]. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui [10]. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui [12].