- Global Voices em Português - https://pt.globalvoices.org -

Garrincha: Vídeo-homenagem nos 25 anos de ausência

Categorias: América Latina, Bolívia, Brasil, Arte e Cultura, Esportes, Mídia Cidadã, Mídia e Jornalismo

Futebol by titi

Imagem: Futebol [1] por titi [2].

Foi por meio de vídeos a forma que muitos brasileiros e amantes do futebol em todo o mundo encontraram para homenagear um dos melhores dribladores da história do futebol, Manuel Francisco dos Santos, mais conhecido como Garrincha [3].

Brian do runofplay tem um tributo em vídeo lincado para sua postagem [4] [en]. Na introdução ele diz:

In case your memory needs refreshing, then, this is Garrincha, the angel with the crooked legs, the joy of the people, a player whose absolute lucidity on the pitch (he is probably the best dribbler in football, despite being born with a curved spine and legs of different lengths) was matched by his absolute disarray off it.

Caso sua memória precise de um refresco, então, esse é o Garrincha, o anjo das pernas tortas, a alegria do povo, um jogador cuja lucidez absoluta em campo (ele que é provavelmente o melhor driblador de futebol, apesar de ter nascido com a coluna torta e pernas de tamanhos diferentes) só se compara com sua total desordem fora dele.

Ele jogou entre 1953-1965 no Botafogo e é ainda lembrado com carinho: ele era conhecido no Brasil como a Alegria do Povo ou o “Anjo de pernas tortas”, por causa das suas deficiências físicas de nascença.

No lavidaendomingo.es [5] [es], Sergio Cortina cita o que Eduardo Galeano disse sobre Garrincha:

Alguno de sus muchos hermanos lo bautizó Garrincha, que es el nombre de un pajarito inútil y feo. Cuando empezó a jugar al futbol, los médicos le hicieron la cruz, diagnosticaron que nunca llegará a ser un deportista este anormal, este pobre resto del hambre y de la poliomelitis, burro y cojo, con un cerebro infantil, una columna vertebral hecha una S y las dos piernas torcidas para el mismo lado.Nunca hubo un puntero derecho como él.

Algum de seus muitos irmãos lhe batizou Garrincha, que é o nome de um pássarinho inútil e feio. Quando começou a jogar futebol, os médicos pioraram a situação: diagnosticaram que este anormal nunca chegaria a ser um esportista, este pobre resto da fome e da poliomelite, burro e cocho, com um cérebro infantil, uma coluna vertebral como um S e as duas pernas tortas para o mesmo lado. Nunca houve um ponta direita como ele.

Podemos ouvir falar de seu jogo, mas é por meio dos muitos tributos em vídeo que os fãs têm disponibilizado [6] que todas as pessoas que nasceram após os tempos de Garrincha, ou que normalmente não acompanham futebol, podem descobrir o jogador incrível que ele era, e ver as cenas de mestre que lhe valeram a fama internacional.

Mauro Maciel escreve no enlasbotas [7] [es]:

Muchos de los amantes del fútbol que no superamos los 45 o 50 años de edad es lógico que sólo sepamos de sus hazañas y sus virtudes de tanto haber sentido nombrar tantas veces su nombre artístico: Garrincha. Compartió el elenco estelar del Brasil campeón en Suecia 58, junto a Vavá, Didí, Mario Zagallo y Pelé.

Es cierto que por aquél entonces el juego se desarrollaba a otra velocidad y se apreciaba más la técnica por sobre la condición física, pero al ver las imágenes de Garrincha y su dominio del balón, parecería que se trata de un niño que ejerce el control absoluto del video juego. El que lo sabe todo, y va por el campo sobrado. Vaya desde aquí un homenaje!

É lógico que muitos dos amantes do futebol que não chegaram ainda na faixa dos 45 ou 50 anos de idade só sabem de suas façanhas e virtudes de tanto ouvir falar o seu nome artístico: Garrincha. Ele fez parte do elenco de estrelas do Brasil que foi campeão na Suécia em 58, junto com Vavá, Didí, Mário Zagallo e Pelé. É certo que naqueles tempos o jogo se desenrolava em outra velocidade e se apreciava mais a técnica do que o preparo físico, mas ao ver as imagens de Garrincha e seu domínio da bola, parecia que se tratava de um menino que exerce controle absoluto de um vídeo-game. Aquele que tudo sabe e que entra em campo dominando. Então vamos fazer aqui uma homenagem!

Do Bolivia futbol club [8] [es], Jorge González Cordero escreve:

“Fue un pequeño mortal que ayudó un país entero a disimular sus tristezas. Lo peor es que las tristezas vuelven y no hay otro Garrincha disponible. Necesitamos uno nuevo que nos alimente el sueño”.

Así escribió a respecto de Garrincha, el mayor poeta brasileño: Carlos Drummond de Andrade.

¿Nunca vieron a Garrincha jugar?

Deléitense:

Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho”. Foi isso o que o grande poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade disse sobre Garrincha.

Nunca viu Garrincha jogar?

Deleite-se:

Aqui está o vídeo que ele escolheu [9], disponibilizado por menezesdan [10]:

Além disso, Diego Valor, jornalista e blogueiro, escreve em primeira mão sobre um encontro com Garrinha [11] [es], quando teve que perseguí-lo para uma entrevista e quando finalmente conseguiu fazê-lo falar, Garrincha se recusou a falar sobre qualquer outra coisa que não fosse seu jogo de futebol. Nada pessoal, histórico ou romântico. Apenas futebol.

E é apenas futebol que os tributos em vídeo feitos em homenagem a Mané Garrincha mostram. Video-clipes e fotos de seus melhores momentos, suas paradas e reviravoltas brincalhonas e cheias de manha, movimentos que por grande parte de sua carreira foram privilégios daqueles que puderam vê-lo jogando pessoalmente, e que muitos apenas puderam imaginar o que os comentadores exaltados narravam no rádio. São 25 anos desde que Garrincha faleceu, empobrecido, esquecido e solitário, em 20 de janeiro de 1983, mas hoje em dia, ao que parece, ele continua vivo e firme na memória dos novos e antigos amantes do bom futebol.

Em seguida, o último episódio de um tributo em três partes feito por Dayhan [12] e chamado ‘Garrincha – A Sad Story Of Some Happiness’ (Uma estória triste de alguma felicidade):