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Meio ambiente: Arborizando Nairobi e uma possível apropriação indevida de terras no Monte Quênia

Categorias: Quênia, Desenvolvimento, Meio Ambiente, Blogueiros

Existe uma boa e uma má notícia vindas do Quênia. A boa se refere ao crescimento de áreas verdes na capital Nairobi [1], e a má se refere à apropriação indevida de terras que está acontecendo ao redor do Monte Quênia. Vamos dar uma olhada nessas historias no GV meio-ambiente.

Começando pela boa notícia, Bankelele relata no fórum de liderança, que aconteceu no dia 17 de outubro, o discurso de John Gakuo, secretário executivo de Nairobi intitulado: “John Gakuo: Recuperando a glória de Nairobi.” [2]

Like former Mayor (and now Presidential Candidate) Rudy Giuliani did for New York in the mid 1990’s, John Gakuo, the town clerk of the City Council of Nairobi, is credited with the clean up of the city, making it a cleaner, safer, and a more beautiful place to visit.

Assim como ocorreu com o ex-prefeito (e agora presidenciável) Rudy Giuliani, em relação ao trabalho que desenvolveu em Nova York na metade dos anos 90, John Gakuo, secretário executivo do governo do Nairobi, é reconhecido pelo trabalho eficaz de arrumação da cidade, transformando-a em um lugar mais limpo, seguro e bonito para se visitar.

O relato sobre a cobertura dos aspectos de mudança é exaustivo e trata, entre outras coisas, do sistema de iluminação, dos parques, da equipe de trabalho e das estratégias desenvolvidas pelo Sr. Gakuo [3], na tentativa de transformar Nairobi em uma cidade mais arborizada.

He gave his talk on the challenge of effective resource management and began by saying that resources were not the key to change, noting that some countries with abundant mineral resources, have their citizens living in extreme poverty, while others with less resources, have prudently managed what they have to achieve great things. And that was the theme of his talk – use what you have to get what you want.
The success he has had at city hall has been though effective resource management and he decried leaders who use the ‘we have no money’ excuse for not doing things, noting that they should solve problems in other ways.

Seu discurso tratou dos desafios de uma administração de recursos eficaz e começou dizendo que os recursos não eram a chave para a mudança, chamando atenção para o fato de os cidadãos de alguns países que possuem recursos minerais em abundância, vivem em situação de extrema pobreza, enquanto que outros, mesmo com poucos recursos, vêm administrando com prudência o que possuem para colher bons frutos. E esse é o tema de sua conversa: use o que você tem para conseguir o que quer.
O sucesso que obteve na cidade se deve à administração eficaz dos recursos, e condena líderes que usam o argumento de que “não temos dinheiro” para não realizar coisas, observando ainda que eles deveriam solucionar problemas por outros caminhos.

Para ver os resultados das iniciativas do Sr. Gakuo, vamos ao blogueiro e fotógrafo egm [4], que publicou fotos de Nairobi, que mostram o belo parque central, servindo como uma grande área recreativa para o público e também como um habitat para animais, como se pode ver abaixo.

nairobi park

nairobi park

Egm [5] também forneceu ao Global Voices, fotos que exibem o plantio de árvores nas ruas de Nairobi, pela administração de John Gakuo.

nairobi gakuo

E agora a não muito boa notícia: extraído do blog de Richard Leakey [6], o celebrado paleontologista convida Ali Kaka, diretor executivo da East African Wildlife Society [7] para fornecer dados atualizados sobre o realinhamento da cerca de uma parte oficial da área florestal do Monte Kenya. O post “Fencing and fears of land grabbing at Mt. Kenya [8]” (“Proteção e temores relativos à apropriação indevida de terras no Monte Quênia”) inclui uma fotografia aérea, que mostra a cerca que isola parte da floresta. O que isso significa para os animais e para a área que circunda o Monte Quênia também é tema de preocupação do discurso de Ali Kaka, que afirma:

We estimate the area of forest that is being left out is about 3,000 acres. It is part of the original forest gazettment of the Mt Kenya World heritage site. Implications for conservation are primarily the loss of mature natural forest and threat to vital water catchment for this part of Mt Kenya – major river is the Burguret river with several tributaries that lead into the Burguret will be outside the new fence. For elephants it is important as important salt licks are also outside the fence. It is believed that the elephants on Mt Kenya are limited by nutrients hence their dependence on mineral deposits at various places around the mountain and if they loose access to these this is likely to limit population growth – the theory needs more research but it may explain why they are so dependent on these rich mineral areas.

Estimamos que a área da floresta, considerada oficialmente como patrimônio histórico da humanidade, que está sendo isolada, é de cerca de 3000 acres. A importância de sua conservação diz respeito à perda da floresta natural madura e à ameaça à represa de água nessa parte do Monte Quênia – o rio principal é o Burguret. Uma série de afluentes que levam para sua parte interna estará fora da nova cerca. Acredita-se que os elefantes do Monte Quênia estão limitados pela falta de nutrientes em conseqüência de sua dependência dos sedimentos minerais em vários lugares ao redor da montanha. Se eles perderem o acesso a essas áreas, pode haver uma redução do crescimento populacional – a teoria precisa de mais investigação, mas pode explicar porquê eles são tão dependentes dessas ricas áreas minerais.

Atualizações sobre esse assunto estarão disponíveis no blog de Richard Leakey [9].

Matéria de Juliana Rotich [10].

O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online [11]. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português [12], com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista [13]. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui [12]. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui [14].