Du Cabiau à Kinshasa, um belga que mora na República Democrática do Congo, escreve [1] sobre o acidente aéreo da semana passada [2] em Kimbanseke, um bairro pobre e densamente povoado de Kinshasa.
Pelo menos 50 pessoas morreram no acidente e dezenas ficaram feridas. O ministro dos Transportes foi demitido por “ser incapaz de reformar o setor aéreo”.
Du Cabiau à Kinshasa acha que o acidente poderia ter sido evitado:
“Esse acidente era previsível. Dada a quase total ausência de infra-estrutura em terra (estradas, ferrovias…), a maior parte do movimento através do interior da República Democrática do Congo se dá por avião. Para um país tão pobre, o tráfego aéreo é muito intenso. Há dezenas de pequenas empresas privadas e portanto, centenas de caixões voadores. Todos os dias, vemos aviões velhos superlotados decolando e passando bem em cima das casas. Esse acidente não foi o primeiro… e não será o último”.
O blogueiro congolês Alex Engwete [3] observa que é preciso um desastre para que a atenção do mundo se volte para a República Democrática do Congo:
“A rede de televisão CNN mostra imagens de um avião incendiado em Kinshasa. Imagens sensacionais, catastróficas que enlouquecem os gigantes da mídia… e que os tiram de sua sistemática indiferença em relação à R. D. do Congo”.
(texto original de Jennifer Brea [4])
O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online [5]. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português [6], com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista [7]. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui [6]. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui [8].