- Global Voices em Português - https://pt.globalvoices.org -

Mianmar: Protestos continuam

Categorias: Mianmar (Birmânia), Guerra & Conflito, Protesto

O usuário do YouTube dennisbier09 [1] postou dois vídeos e escreve:

“Este vídeo de duas partes mostra monges e pessoas comuns protestando contra o governo militar em Mianmar (Burma). A filmagem foi feita numa segunda-feira chuvosa à tarde na cidade de Yangon (Rangoon) em 24 de setembro de 2007″.

Awzar Thi juntou fotos dos protestos, enviadas por blogueiros de Mianmar, em Saffron Revolution [2].

Bangkok Dazed da Tailândia está pensando nos seus amigos [3] em Mianmar:

“Eu recebi dois e-mails esta tarde de amigos que moram em Yangon. Um deles descreve a situação atual como “Muito, muito tensa. A nossa escola vai ficar fechada a partir de amanhã. Não sei o que vai acontecer em seguida”. O outro, disse que “Aqui eles começaram a brigar no centro da cidade hoje. Parece mal. Vou escrever mais tarde. Não sei por quanto tempo vamos ter internet … talvez eles cortem logo”. Estou navegando na internet constantemente nos últimos dias, tentando ficar a par da situação. Supostamente Yangon e Mandalay estão sob toque de recolher agora“.

Enquanto isso, o político Lim Ki Siang, da Malásia, está pressionando o seu país e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para fazerem mais a fim de evitar um banho de sangue [4] em Mianmar.

“A Malásia e a ASEAN devem liderar os esforços regionais e internacionais para apoiar uma solução pacífica para as manifestações lideradas pelos monges em Yangon e Mandalay, especialmente porque a ASEAN deu à junta militar nova legitimidade e nova vida ao admitir Mianmar na associação dez anos atrás”.

Em um post anterior [5], o político adverte a China e a Índia, países vizinhos e que apóiam a junta que governa Miamar:

“A China (e em particular os Jogos Olímpicos de Pequim 2008) e a Índia não serão capazes de escapar da repercussão adversa internacional de um banho de sangue em Mianmar, pois serão culpadas por apoiar a junta militar de Mianmar e fazer vista grossa à sangrenta repressão que está ocorrendo no país”.

A blogueira de Mianmar, Yangon Thu fala sobre os acontecimentos. [6] Ela pede aos leitores que assinem um abaixo-assinado para:

“A China influenciar os atos da junta de Mianmar contra os pacíficos manifestantes e também para parar de intervir no trabalho das Nações Unidas pelo povo de Mianmar”.

O blogueiro indiano em The Acron sente que a China, Índia e Tailândia não estão em posição de influenciar o regime de Mianmar:

“Atores externos — tirando a China — não têm influência real. E como Chandra perguntou, quão seriamente podemos esperar que a China peça à junta para implantar a democracia. Então a China se limitará a dizer à junta que não agrave a situação, derramando sangue. Parece a reação do secretário-geral da ASEAN. A Tailândia, que pode ter tido uma posição corajosa em relação à democracia, tem atualmente um governo militar. Então você não vai ouvir muita coisa dos tailandeses tampouco. O governo da Aliança Progressiva Unida (UPA) da Índia — em crise e falando de eleições no ano que vem — provavelmente vai adotar uma abordagem semelhante. Não, a marinha indiana não vai realizar exercícios na costa de Mianmar. O mesmo vale para a frota do Pacífico dos Estados Unidos”.

Bangok Dazed ironiza a posição [3] tomada pelos Estados Unidos. O presidente americano George Bush anunciou mais sanções contra Mianmar:

“Mais sanções? Vai conseguir o que nesta altura dos acontecimentos? Mas isso é típico da diplomacia ‘estilo Bush': chama o país de nação do mal, impõe sanções e não tenta realmente sentar e conversar com ninguém”.

(texto original de Preetam Rai [7])

 

O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online [8]. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português [9], com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista [10]. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui [9]. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui [11].