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Irã: Parentes lembram execução em massa de 1988

Categorias: Irã, Direitos Humanos, História, Protesto

No dia 31 de agosto completou-se 19 anos de aniversário da execução de milhares de prisioneiros políticos iranianos em 1988 que foram enterrados em uma sepultura coletiva em Khavaran [1]. Amigos e parentes das vítimas visitaram a sepultura onde seus filhos, irmãos, irmãs estão enterrados sem nomes ou placas.

Apesar da pressão por parte de organizações de direitos humanos como Human Rights Watch [2] [En], o governo iraniano nunca reconheceu oficialmente as execuções. A maioria dos executados estava cumprindo sentenças em prisões por causa de atividades políticas, após julgamentos injustos em cortes da revolução. Eles nunca tinham sido, no entanto, condenados à morte.

Grande Aiatolá Montazeri [3] [En] que deveria substituir o Grande Aiatolá Khomeini [4], o fundador da República Islâmica, uma vez criticou esse assassinato em massa e foi, alegadamente, marginalizado pela República Islâmica.

Azadi-B publicou [5] 30 fotos do evento:

This album [6] is powered by BubbleShare [7]Add to my blog [8]

Kooshtar 67 (que significa assassinato de 67 ou 88) diz [9] [Fa] 19 anos se passaram desde que os prisioneiros políticos foram massacrados no verão de 88. A gente ainda espera que um dia comitês de busca pela verdade forneçam informações e que tribunais populares venham a condenar os responsáveis pelo crime.

Azarmehr explica [10] [En] o que aconteceu nas prisões antes das execuções:

“Iran’s political prisoners were called in to face kangaroo courts of three clerics. The prisoners were asked two questions each, “Do you believe in Allah?”, “Are you prepared to renounce your organisation?”. The prisoners had no idea about the consequences of their replies. In fact a ‘No’ to any of the above questions meant immediate execution. Many of the prisoners had already finished their prison sentences but were still not released, some were even brought back after they had been released”

“Os prisioneiros políticos do Irã foram chamados para encarar tribunais arbitrários de apenas três clérigos. Foram feitas duas perguntas a cada um dos prisioneiros: “Você acredita em Allah?”, “Você está preparado a renunciar a sua organização?”. Os prisioneiros não tinham idéia alguma das consequências de suas respostas. Na verdade, um ‘Não’ a qualquer uma das perguntas acima implicaria execução. Muitos dos prisioneiros já tinham cumprido suas sentenças mas ainda não tinham sido liberados, alguns foram trazidos de volta depois de ter sido liberados”.

Royeh Madareh Zendgi publicou [11] uma foto escreveu [12] [Fa] um poema para homenagear as vítimas e os parentes de 1988. O blogueiro diz [12]:

E eu sei que você não esquecerá
O destino de nossos irmãos
Depois de tantos anos
Você se lembrará de uma noite de tempestade
Naquele verão sangrento

*A imagem acima é de um cartaz publicado pela Associação de Prisioneiros Políticos no Exílio para relembrar as vítimas

(Texto original de Hamid Tehrani [13])

 

O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online [14]. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português [15], com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista [16]. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui [15]. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui [17].