Na trilha do terremoto no Peru, alguns blogueiros continuam a se perguntar a quem culpar pelo desaparecimento de ajuda e pela natureza sensacionalista da cobertura. Entretanto, outros vislumbram o desastre como uma oportunidade para os peruanos de olhar com olhos críticos para eles mesmos e aos que eles elegem de forma a proporcionar mudanças reais que possam prevenir outro acontecimento desses. Gonzalo del Rosario, do Web-ad-ass [ES] acha que alguns canais de televisão estão fazendo marketing próprio como resultado da cobertura sensacionalista que fizeram.
“yo no me quiero sumar a la televisión y a la radio, y a todos los medios de dominación (porque llamarlos de “comunicación” es mucho para ellos) quienes han llenado toda su programación con informes especiales sobre cómo está muriendo la gente en el sur de mi país. No creo que les importe, jamás les importaron, y si la capital, Lima, no hubiese sido asustada y removida hasta las sienes con aquel sismo de 7.5, creo que poco o nada les hubiera importado.Aunque eso no interesa ahora.Es bueno ver que existe gente que se preocupe de una manera sincera y desinteresada, pero también existen otros oportunistas que sólo lo hacen porque saben que los van a ver, y mientras más muertes filmen, más televidentes tendrán.”
“Não quero ser somado à televisão e ao rádio, e a todos os meios de dominação (porque chamá-los de “comunicação” é muito para eles) que têm enchido toda a sua programação com informes especiais sobre como estão morrendo pessoas no sul do meu país. Não acho que eles se importem, e jamais se importaram, e se a capital Lima não tivesse tremido nas bases com aquele abalo de 7.5 de magnitude, creio que pouco ou nada teriam se importado. Mesmo que isso não importe agora. É bom ver que existe gente que se preocupa de uma maneira sincera e desinteressada, mas também existem outros oportunistas que só fazem porque sabem que serão notados, e quanto mais mortes filmam, mais telespectadores terão.”
Para alguns, existe um sentimento de culpa e reflexão relacionado ao nível de ajuda dispensada nesses tempos de necessidade. Juan Arellano do Globalizado [ES] faz algumas perguntas bem duras.
“Y es cierto, no son sólo los medios, son los blogs, la gente, todos hablamos de lo mismo, iniciativas creadas con otro propósito de pronto sufren accesos o arrebatos “voluntaristas” pero ¿Qué hacemos aparte de hablar? ¿ponernos en la foto para hacer ver que ayudamos? queda bien ¿no? postear desde la comodidad de nuestras casas mientras la gente que se preocupa de verdad también la sufre como los mismos damnificados.”
“É verdade, não é apenas a mídia, mas são os blogues, as pessoas, todos falamos das mesmas iniciativas criadas com outro propósito de repente sofrem acessos ou a ajustes dos “voluntaristas”. Mas o que fazemos além de falar? Colocamos uma foto para dizer que ajudamos? Parece bom, né? Nós escrevemos do conforto de nosso lar enquanto aqueles que se preocupam de verdade também sofrem junto com as vítimas.”
Um recente artigo no Correo Peru [ES] escrito por José Chlimper, critica o governo local por sua ineficiência e corrupção. “O terremoto apenas fez com que isso fosse mais evidente, mais trágico e mais fácil de denunciar à imprensa.” Gran Combo Club [ES] comenta esse artigo, e concorda que isso representa uma oportunidade.
“Comentario: Son ideas que tienen en común el mirar adelante. En mi opinión no se trata de reformar INDECI, sino de que la institución tenga gente capaz y en permanente capacitación. Pero esto sólo es posible limitando la influencia de los políticos. Tampoco se trata de crear un nuevo ministerio, ” el ministerio de prevención”. No es necesaria más burocracia inoperante. Se trata de que lo que existe funcione. Pero bueno, es una propuesta al fin y al cabo, algo que escasea en el mar de demagogia mediática.”
“Comentário: são idéias que têm em comum o olhar adiante. Em minha opinião, não se trata de INDECI, sendo que a instituição conte com gente competente e em permanente capacitação. Mas isso só é possível limitando a influência dos políticos. Também não se trata de criar um novo ministério, “o ministério da prevenção”. Não é necessária mais burocracia inoperante. Se trata de fazer com que o que existe funcione. Bem, trata-se de apenas uma proposta, algo que está faltando no mar de demagogia da mídia.”
Arellano prossegue seguindo a linha de pensamento sobre a oportunidade para o Peru e o papel de todos os cidadãos.
“Y sí pues, no se puede negar que el terremoto ha sido como un catalizador, un agente revelador que ha servido para traer a la luz los grandes problemas del país, que están presentes siempre, aunque los ignoremos. Evidentemente cada cual lo trata de acuerdo a su capacidad, proclividades y/o intereses. Pero a nosotros, en nuestro papel de lectores/espectadores, es que nos toca discernir la paja del trigo. Sin embargo, ¿Todos podremos hacerlo?”
“Não se pode negar que o terremoto foi como um catalisador, um agente revelador que serviu para trazer a luz aos grandes problemas do país, que estão sempre presentes, ainda que os ignoremos. Evidentemente, cada qual trata deles de acordo com o que é capaz e/ou com suas inclinações e interesses. Mas nós, em nosso papel de telespectadores, temos que separar o joio do trigo. No entanto, podemos todos fazer isso?”
Gran Combo Club [ES] escreve sobre o papel dos políticos no desaparecimento da ajuda.
“se están robando la ayuda. Se las agarran con el chofer del gobierno regional del Callao o con los de la municipalidad de la Victoria (ver en Kolumna Okupa: Terremoto en Perú: corrupción y donaciones) pero los peces gordos, los responsables de la imprevisión, la imprudencia criminal de copar y desactivar las instituciones públicas competentes y de los megarobos, no caen, Es lo que manifesté dos días después del 15-8:Desde un punto de vista político, ni nos sorprendamos. Es lo que hacen nuestros políticos en nuestros países, sobre todo cuando debilitan a las instituciones. El copamiento de García ha llevado a esta situación. En 2001 en Arequipa las cosas se hicieron mejor. Todavía quedaba algo de capacidad organizativa en el aparato del estado para responder a las catástrofes. García se la acabó de cargar. No es algo inusitado. Es lo que ocurrió en la Argentina con las inundaciones y con el terremoto de 1970 en el Callejón de Huaylas. La ayuda no llega porque se la roban. Basta ya de no decir las cosas por su nombre.”
“Eles estão roubando a ajuda. São feitos acordos com o motorista do governo regional de Callao ou com os do município de Victoria (veja Kolumna Okupa [ES]), mas os peixões gordos, os responsáveis pela falta de visão, pelo enfraquecimento de instituições públicas competentes e pelos mega roubos, não caem. De um ponto de vista político, não nos surpreendemos. É o que fazem nossos políticos em nossos países, sobretudo quando debilitam as instituições. Garcia nos levou a essa situação. Em 2001, em Arequipa, as coisas transcorreram de forma melhor. Havia ainda alguma capacidade organizativa no governo para responder a catástrofes. Garcia acabou com tudo isso. Não é algo inusitado. Foi o que aconteceu na Argentina durante as inundações e com o terremoto de 1970 em Callejón de Huaylas. A ajuda não chega porque é roubada. Basta de não dar nome aos bois.”
Com tradução para o inglês de Eduardo Avila
(texto original de Juan Arellano)
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