A convenção foi um sucesso. Nos dias seguintes, Sokha começou atacando no The Cambodia Daily quando exigiu que o líder da oposição Sam Rainsy prescrevesse um novo conjunto de padrões partidários. O mais importante nesta lista foi um limite de dois mandatos para o presidente do Partido de Sam Rainsy (SRP), uma medida de segurança já institucionalizada no HRP e imitando o sistema presidencial dos Estados Unidos.
As exigências não passaram sem controvérsias, mas iniciou um debate apaixonado entre o guru dos direitos humanos Sokha e o oportuno advogado das reformas Rainsy. Enquanto Sokha cita as vastas conquistas da convenção para estabelecer a nivelação, Rainsy comentou que conseguiria facilmente derrubar tal evento apenas com seus movimentos de apoio popular. E enquanto Nguon Nhel do Partido do Povo Cambojano (CPP) onstentou sua indiferença ao HRP, Sokha e Rainsy—talvez a oposição mais marcante—continaram sua batalha sem se importar com o domínio estabelecido do CPP.
Sokha ganhou reconhecimento internacional quando foi preso por difamar o regime de Hun Sen em um protesto em 2005. Logo após, ele foi liberado depois de uma onda de condenações da comunidade internacional. Em 2007, ele anunciou suas intenções em voltar para a política enquanto presidente do Centro Cambojano para os Direitos Humanos(CCHR)[KM], uma organização que ele fundou.
Apesar de sua plataforma de combate à corrupção e melhora dos padrões dos direitos humanos, Sokha vem sendo uma figura controversa na blogosfera cambojana (que é, é bem possível, dominada pela classe urbana educada da SRP, enquanto a HRP tem maior aceitação nas áreas rurais mais pobres). O cartonista cambojano muito popular, Sacrava criticou Kem Sokha por supostamente ajudar Hun Sen na Discussão Cambojana (CAMDISC)[EN].
“I’m sorry to say that Lauk Kem Sokha is just another new prop for Hun Sen’s background of its fake democracy. Drop your ego and your illution dream [sic] to win the election by your own team. “
“Sinto muito em dizer que Lauk Kem Sokha é apenas outro acessório de apoio para a falsa democracia de Hun Sen. Desinche seu ego e esqueça seus sonhos de ganhar a eleição com seu próprio time.”
A declaração de Sacrava espelha o sentimento geral da pequena população on line do Cambodja, que o terceiro partido de Kem Sokha divide ainda mais a oposição legitimando, assim, a incumbência da CPP. O comentarista da internet James Sok logo respondeu a Sacrava, expandindo suas críticas aos predecessores da oposição do Cambodja.
“Current Khmer politicians do not believe in national priority. They cannot win the election because: selfish leadership, narrow vision, poor organization, lacking real ideology, no trained membership, no supporting grassroots, lacking diplomatic support.”
“Os atuais políticos do Khmer não acreditam em prioridade nacional. Eles não podem vencer a eleição devido a : liderança egoísta, visão estreita, organização pobre, falta de uma ideologia real, membros sem treinamento, falta de movimentos de apoio popular, falta de apoio diplomático.”
Menos de duas semanas depois dessa troca de comentários, Sokha e Rainsy caíram na sua discussão. Mas um comentarista na KI Media[EN] observou uma relação antiga parecida com a de irmãos entre Sokha e Rainsy e incitou os dois partidos a pararem de brigar.
“I was lucky to be invited by a friend to join a dinner with Sokha. I am the outsider and less interested in politics. However, I wanted to see Sokha in person. So I went. During the dinner Sokha got a phone call. Guess who? Rainsy called Sokha. They talked like brothers.
Now I don’t understand. They both exchanged words. And also you all here at KI comment exchanged words too. Please you all, both sides, get to know your boss a little more and you may find out something. I think they both play some kind of game here.”
“Tive sorte de ser convidado por uma amigo a jantar com Sokha. Sou o forasteiro e o menos interestado em política. Entretanto, queria ver Sokha pessoalmente. Então eu fui. Durante o jantar Sokha recebeu uma ligação. Adivinha quem? Rainsy ligou para Sokha. Eles conversaram como irmãos.
Agora não entendo. Ambos trocam palavras. Vocês aqui nos comentários da KI também trocam palavras. Por favor, ambos os lados, conheçam melhor seus chefes e talvez vocês descubram algo. Acho que os dois estão jogando uma espécie de jogo aqui.”
O blogueiro novato Scott do Scott in Cambodia[EN] comenta algumas preocupações em relação às eleições de 2008 e a situação política atual. Enquanto sempre há discussões entre partidos como HRP e SRP, ele nota, os cambojanos historicamente apela para a violência para progredirem com suas agendas políticas. E, sem consideração à contínua retórica política impregnando o Cambodja, um país com uma história tão tumultuada tem pouca chance de criar mudanças através das cédulas graças à corrupção institucionalizada na política cambojana.
“Most everything looks and seems okay. There are political parties – the CPP is the ruling party with Hun Sen as the Prime Minister, and Funcinpec is its main rival. Than at a distance there is the Sam Rainsy Party and the new Human Rights Party. There is usual and typical bickering between parties like live shells tossed back and forth. But this is a country whose political strife has usually been settled with violence.”
“Quase tudo parece bem. Há partidos políticos – O CPP é o partido que governa com Hun Sen como Primeiro Ministro, e Funcinpec como seu maior rival. Então a distância temos oPartido de Sam Rainsy eo novo Partido dos Direitos Humanos. Existe discussões comuns e típicas entre os partidos. mas esse é um país que lutas políticas são comumente resolvidas com violência.”
As eleições de 2008 podem ser um momento de mudança no sentido em que o HRP pode ajudar a cimentar o poder do CPP ou desafiá-lo.
(Texto original de Geoffrey Cain)
Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui.