Marrocos: Censura é manchete mais uma vez

Marrocos circulou nas manchetes com uma certa frequência no ano passado por questões relacionadas à liberdade de expressão. Em dezembro, ocorreu a proibição da revista Nichane, a única do Marrocos em darija (dialeto marroquino), Aboubakr Jamai foi praticamente forçado a deixar o país para salvar sua revista, Le Journal, de uma multa bem gorda, o mês de maio viu o Marrocos sendo incluído na lista do Backsliders, do Comitê de Proteção ao Jornalista, de países onde a liberdade de expressão tem se deteriorado mais em anos recentes, e agora, por cima de tudo isso, um novo caso surge.

Eatbees [En] escreveu uma postagem extremamente abrangente, detalhando os mais recentes eventos que se sucederam após o discurso à nação feito Rei Mohammed VI, feito no dia 30 de julho, Throne Day [En] (Dia do Trono):

“Following the speech, journalist Ahmed Reda Benchemsi wrote a provocative response that was printed in Nichane. The offending issue was confiscated by the authorities as soon as it reached the stands, but not before a few people got hold of copies. Nichane’s French-language sister publication TelQuel was also seized, before it had even left the presses. No one seems to know whether TelQuel contained a French translation of the same piece (I think this is likely) or something just as offensive to the sensitivities of the Moroccan state.”

“Após o discurso, o jornalista Ahmed Reda Benchemsi escreveu uma resposta provocativa que foi impressa em Nichane. A edição considerada ofensiva foi confiscada pelas autoridades assim que chegou as bancas, mas antes disso algumas pessoas conseguiram colocar as mãos na cópia. A publicação-irmã da Nichane em língua francesa, TelQuel também foi confiscada, antes ainda de ir ao prelo. Ninguém parece saber se TelQuel continha uma tradução em francês do mesmo texto (o que eu acho que seria possível) ou algo igualmente ofensivo a sensibilidade do estado marroquino”

A história, que também saiu na Reuters [En], foi também comentada por Laila Lalami em seu blogue:

“It’s really disheartening to have to write yet another post, about yet another problem in the Moroccan press, but it seems the wheels of censorship never stop.”

“É muito desalentador ter que escrever mais uma postagem, sobre mais um problema na imprensa marroquina, mas parece que as esteiras da censura nunca cessam”

O blogueiro do Francophone, Larbi [Fr] também teve muito o que dizer sobre a situação:

“Entendons-nous, ces journaux , ces journalistes et ces personnalités sont dans leur droit de louer et bénir le Souverain. En démocratie il faut accepter les idées des autres . J’irais même jusqu’à exprimer l’idée que tout n’est pas faux dans ce florilège des éloges. Mais que fait-on dans le Maroc d’aujourd’hui quand on est pas convaincu par le discours du Souverain ou quand on est pas d’accord avec ses propos ? Soyons honnêtes: Il n’existe pas un seul dirigeant politique au Monde, pas un seul chef d’Etat pas un seul être humain qui requiert l’unanimité des avis favorables. Ça serait dans l’ordre du miracle et du surhumain! A fortiori quand il s’agit d’un Chef d’Etat on peut ne pas être d’accord avec ses discours. C’est ce qui fait la différence entre un régime autoritaire et un autre en transition…”

“Vamos deixar claro, essas publicações, esses jornalistas e essas personalidades estão dentro do direito deles de elogiar e venerar o Soberano. Em uma democracia, nós devemos aceitar as idéias dos outros. Eu até vou mais longe em dizer que nem tudo nessa chuva de elogios é falso. Mas o que alguém faria no Marrocos hoje se esse alguém não acreditasse no discurso do Soberano e não concorda com suas propostas? Vamos ser honestos. Não existe uma única liderança política, nem um chefe de estado, nem mesmo um ser humano que que receba críticas unanimamente favoráveis. Seria um super ser-humano milagroso. Quando se trata de um chefe de estado, é possível se discordar do discurso. É essa toda a diferença entre um estado autoritário e um em transição…”

Adel do Netdur’s Public Log, [En] que digitalizou e publicou o artigo considerado ofensivo, teve a dizer:

“King respect!? actually such as crap makes me respect me king less and more angry… here page scanned, small but still readable… enjoy it”

“Respeito ao rei? Na verdade, uma merda dessas me faz respeitar o rei ainda menos e me deixa com mais raiva… aqui está a página digitalizada, pequena, mas ainda pode ser lida… Divirtam-se”


Lastly, GHASBOUBA [En] resumiu seu sentimento, dizendo:

“For Many moroccan this is a shame. What was in the magazines that deserves seizure. What did Nichane say. why Nichane? Well it is probably the only magazine of its kind that can be read and understood by many Moroccans. At least those who can read Arabic.. many city dwellers. From different social classes. Other Magazines in French, Classical Arabic , German, Spanish etc are foreign to the majority of Moroccans and “ we do not know how to read those”. They also are expensive. And you do not want to give half of your daily salary for a magazine.
Moroccans still remember the hot days of USFP, and the long glowing hot speeches of Fath Alla Oualalou criticizing the government and crossing the red lines. Now he is sitting in an air-conditioning big office with the other guys giving orders about and shutting down people. very disappointing to many of us who would like to see a Marrocos where issues of freedom of speech in the folds of the past.”

“Para muitos marroquinos, isso é uma vergonha. O que tinha de mais nessa revista para ela merecer confiscação? O que Nichane disse? Porque Nichane? Bom, é provavelmente a única revista do tipo que pode ser lida e entendida por muitos marroquinos. Pelo menos aqueles que podem ler arábico… muitos moradores das cidades. De diferentes classes sociais. As outras revistas em francês, árabe clássico, alemão, espanhol etc são estranhas para a maioria dos marroquinos, e “a gente não sabe como ler as mesmas”. Elas também são caras. E você não quer usar metade do seu salário do dia para comprar uma revista.
Os marroquinos ainda se lembram dos dias explosivos USFP (União Socialista das Forças Populares), e os longos e inflamados discursos de Fath Alla Oualalou criticando o governo e atravessando sinais vermelhos. Agora ele está sentado num grande escritório com ar-condicionado com os outros caras, dando ordens para trancafiar as pessoas. Muito decepcionante para muitos de nós que gostariam de ver um Marrocos onde questões de liberdade de expressão seriam algo dos livros de história”.

(texto original de Jillian York)

 

 

O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui.

 

19 comentários

  • ( DOCUMENTAÇÃO PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A., Dr Hugo José Azancot de Menezes e esposa , Maria de La Salete Guerra de Menezes ambos locutores da Radio Ghana).

    RADIO GHANA

    EXTERNAL SERVICE PROGRAMMES

    NOVEMBER, 1962

    “A true of voice of Africa helping us forward in the fight for emancipation, helping in the total emancipation and political union of African States ; a voice raised forever in the cause of peace and understanding between men and between the nations of the world”____Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana.

    The third regular conference of the Supreme Council of the joint African High Command of the Casablanca Powers which opened in Accra on September 27 ended on September 29, 1962 .In the picture above are the delegates for the conference with Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana (sixth from left in the front row). The conference, opened by delegates from Guinea, Mali, the United Arab Republic, Morocco ,Algeria and Ghana. A spokesman of the command said that the atmosphere which prevailed through- out the discussions was “ cordial and inviting”. The spokesman added that the delegates reaffirmed their determination
    Pursue their work relentlessly and reiterated their determination pursue their work relentlessly and reterated their conviction that the joint African High Command had increased in strenger since Algeria`s independence as foreseen by the Casablanca charter. To mark the close of the sessions, the delegates tended a passing-out parade of cadets at the Military Academy at Teshie, near Accra , and afterwards visited the Tema Had our and the volta River Project dam at Akosombo. The Supreme Council agreed to hold its next conference in Algeria January 4,1963.

  • ( Correspondência do Dr França Van-Dúnem para O Dr Hugo José Azancot de Menezes um dos Fundadores do M.P.L.A. Sedeado em Ghana e a trabalhar na Rádio Ghana).

    Utrecht,16 de Julho de 1965

    Meu caro amigo

    Começo por agradecer-lhe a gentileza que teve em escrever-me ,dando-me informes a cerca do lugar de locutor na rádio Ghana.

    Estou interessado pelo lugar e já escrevi ao Director do Ghana Broadcasting Corporation nesse sentido.
    Junto lhe envio uma cópia da carta em questão para que tome conhecimento do seu conteúdo . Gostaria de saber mais pormenores a cerca do lugar e se possível em que modalidade serei contratado. Tratar -se -a de um contrato assinado aqui ou devo esperar pela minha chegada aí para que isso se efective?

    De qualquer maneira era necessário que eu soubesse para quando é o começo para que eu possa, com tempo , pedir a minha demissão do Instituto de Direito Internacional, onde trabalho.
    Enviar-lhe-ei esta carta “ expresse” para que possa tomar nota do conteúdo da carta que enviei ao Director da Rádio Ghana.
    Uma vez mais lhe agradeço por tudo o que possa fazer nesse sentido.

    Saudações patrióticas

    Fernando Van- Dúnem

    PS. Acabo de receber a carta porque a sua caixa postal já está fechada. Espero que esta vez terei mais sorte .
    Obrigado

    França Van- Dúnem

  • ( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES ,UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)

    MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
    (M.P.L.A.)
    51.Avenue Tombeur de Tabora ,51
    3.P. 720 – LEOPOLDVILLE

    COMUNICADO A TODA ORGANIZAÇÃO DO M.P.L.A.

    Nas condições particularmente difíceis em que decorre a revolução Angolana, o Congresso do M.P.L.A. Está impossibilitado de intervir normalmente na solução dos problemas da sua competência.

    Para as condições anormais do presente , impõe-se um processo excepcional, salvaguardando -se porém todo respeito à competência do congresso para logo que as condições da nossa luta voltarem ao mínimo de normalidade.

    O comité Director do M.P.L.A. Nas suas sessões de 13 , 21 e 22 de Maio de 1962, com a intenção única de fazer avançar a revolução com o máximo de eficácia e de segurança , decidiu – com plena responsabilidade de que dará conta ao próximo congresso – remodelar o comité Director do M.P.L.A..
    O novo Comité Director do M.P.L.A. é assim constituído:

    MARIO DE ANDRADE

    MATIAS MIGEIS

    HUGO DE MENEZES

    LUIS DE AZEVEDO JUNIOR

    GRAÇA DA SILVA TAVARES

    DEOLINDA D`ALMEIDA

    JOSÉ BERNARDO DOMINGOS

    GEORGES MANTEYA DE FREITAS

    VER. DOMINGOS FRANCISCO DASILVA

    DESIDERIO DA GRAÇA

    JOÃO VIERA LOPES

    JOÃO GONÇALVES BENEDITO

    JOSÉ MIGUEL
    Mário de Andrade continua com as funções de Presidente do M.P.LA.
    Matias Migueis passa a exercer as funções de vice – Presidente do M.P.L.A.
    O posto de Secretario – Geral é substituído por um Secretário cuja composição é a seguinte:

    Graça da Silva Tavares – 1º secretário

    João Viera Lopes – 2º secretário

    Desidério da Graça – 3º secretário

    O novo Comité Director do M.P.L.A. Entra imediatamente em função.

    Léopoldville ,25 de maio de 1962.

    O COMITÉ DIRECTOR

  • INFLUENCIA POSITIVA DE TODO ESFORÇO DE RECONSTRUÇÃO NACIONAL NA OPÇÃO CERTA DE VOTO DO ELEITORADO.

    TENDO EM CONTA O GRAU DE MAIOR ENVOLVIMENTO COLECTIVO DOS PARTIDOS DE MAIOR ASSENTO NO PERIODO CONTURBADO E POSTERIORMENTE RESPONSABILIDADE ÚNICA DE UMA DAS PARTES E RETRACÇÃO DAS OUTRAS NO QUE DIZ RESPEITO A RECONSTRUÇÃO NACIONAL DE TODAS AS INFRAESTRUTURAS E TECIDO SOCIAL ,A TOMADA DE CONSCIENCIA NACIONAL NA RESPONSABILIDADE MÚLTIPLA PASSARÁ DESPERCEBIDO E PODERÁ CONSTITUIR ELEMENTO PENALIZADOR PELO FACTO DA MULTIPLICIDADE DE PROBLEMAS ESTAREM MAIORITARIAMENTE CONCENTRADOS NUMA DAS PARTES.

  • O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

    Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

    Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
    Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
    Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
    Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
    Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
    A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
    Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
    Ainda em 1959 funda o movimento de libertação dos territórios sob a dominação Portuguesa.
    Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
    Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
    De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

    Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
    A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .

    Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
    Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
    De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
    Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

    A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

    Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
    Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

    Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

    Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
    Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

    Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

    Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
    Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo – Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

    Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

    Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

    Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

    Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
    Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

    Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

    Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

    Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
    Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

    A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia
    Angolana e está sepultado no cemitério de Benfica em Lisboa (Portugal).
    Consultar:
    http://www.hugomenezes.no.sapo.pt

  • ALGUMAS IMAGENS SOBRE A FUNDAÇÃO E FUNDADORES DO MPLA EM CONACRY.
    O GRUPO EXTENSO DE FUNDADORES DO MPLA DA GUINÉE E CABO VERDE E DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE.
    DESEJANDO QUE ALGUNS SOBREVIVENTES HONESTOS ASSUMEM A VERDADE.
    CONSULTAR FOTOGRAFIAS:
    http://WWW.HUGOMENEZES.NO.SAPO.PT

  • HENRIQUE MOTA

    Caros amigos!
    Tive o previlégio de conhecer e trocar impressões com o Dr. Hugo Azancot de Meneses, em princípios da década de 90, quando o ilustre senhor, esteve na Base do Kwanda (Soyo), onde eu era funcionário da SONANGOL. Pese embora algum percurso do insigne político, com o qual não concordei, o Dr. Azancot de Menezes, faz parte da minha galeria de ilustres figuras que foram os verdadeiros cabouqueiros da Nação Angolana. Aproveito para saudar os seus descendentes que devem orgulhar-se do seu “mais velho”. Saudações – H.M.

  • O MPLA COMO MARCA

    O MPLA como Marca representa um poder permanente em função de mais do que a sua história e multiplicidade de histórias e perpetuações das suas tradições.
    Um dos factores qualitativos de recriação da sua força consiste na lealdade da corrente regeneradora dos seus aliados.
    Os seus atributos, qualidade e expectativas criadas e uma amálgama de resultados e sua funcionalidade reforçam uma narrativa que impulsiona a sua existência.
    Não há dúvida de que as crenças sagradas, criações, metas e seu prestígio, sua visão e missão, capacidade de inovação reforçam o seu posicionamento.
    A sua suposta notoriedade e fidelização em constante construção criando boas ligações emocionais melhorarão consideravelmente essa marca.
    Sendo assim será que a marca MPLA é um sistema propulsor e fonte de criação de valor?
    Será que a notoriedade do MPLA continua a ser evocada de forma espontânea?
    Para que a marca MPLA se perpetue será necessário que as atitudes das pessoas correspondam a avaliações globais favoráveis.
    Não há dúvida que a força da marca MPLA quase se confundirá a um culto descentralizado e de interacções e laços fortes e experiências partilhadas que criam várias identidades verbais e simbólicas.
    Para falar da antiguidade da Marca MPLA teremos que falar forçosamente do seu núcleo fundador de Conacry dos anos 60.
    A marca MPLA se perpetua pelo seu prestígio devido as associações intangíveis, pelo seu simbolismo popularizado incontornável e grandes compromissos com o passado.
    O MPLA como marca, alem de possuir narrativas de sobrevivência, inclui testemunhos que dão a história, significados mais profundos e grande carácter de emocionalidade.
    A história do nacionalismo e luta de libertação pelos actores de renome a partir da fundação do MPLA em Conacry pelos seis fundadores bem personalizados, como Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade, Hugo José Azancot de Menezes, Lúcio Lara, Eduardo Macedo dos Santos e Matias Migueis perpetuarão essa marca de forma reflectida.
    Poderemos então afirmar que os fundadores de Conacry foram os agentes prioritários e fundamentais da verdadeira autenticidade da marca MPLA.
    A dinâmica da história e a construção de identidades pressupõem estados liminares, pelo afastamento constante de identidades anteriores.
    Desenvolver a cultura da marca MPLA exigirá um constante planeamento e estratégias que permitirão reunir e sentir esta marca global.
    Para terminar apelaria que nas verdadeiras reflexões que a lenda da marca não obscurecesse a lenda dos fundadores verdadeiros artífices.
    Escrito Por:
    AYRES GUERRA AZANCOT DE MENEZES

  • DEMANDE DE COOPÉRATION DANS LA COLLECTE DES TÉMOIGNAGES RESCONSTITUIÇÃO POUR LE VOYAGE ET HISTOIRE POLITIQUE DU DR HUGO DE JOSÉ MENEZES Azancot l`un des fondateur du MPLA.

    Il est extrêmement important de procéder à une enquête de la route du Dr Hugo de Menezes José Azancot Conacry de la Guinée, du Congo Kinshasa, le Ghana, le Congo Brazzaville, en particulier dans des villes comme Dolisie, Kinkala, Boko, où il a travaillé et a fourni très actif en tant que médecin.
    Ce serait une preuve importante de la politique de survivants et les enfants qui pourraient témoigner, par exemple certaines familles de Massamba Debat, Jean Jacques Ngoma et autres.
    Il est temps de briser le monopole de certains historiens fréquentés et de créer des alternatives à la liberté et à la diffusion rapide de l’histoire.
    Il serait nécessaire de construire un courant et porté tous ces faits.
    Il est important que ce cours est d’étendre, du Ghana, où le Dr Hugo José Azancot de Menezes, l’un des fondateurs du MPLA est installé sur le terrain afin de développer une politique de création d’entreprise en collaboration avec Radio Ghana entre 1958 et 1966.
    Il est important pour chacun de vivre avec le Dr Hugo de Menezes José Azancot pourrait aider le groupe à développer des éléments de preuve supplémentaires pour terminer son voyage et biographiques.

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