Traduzi uma blogada de cyxymu, a propósito da flexibilização de algumas restrições russas no visa de georgianos (possivelmente relacionada ao papel da Geórgia no consentimento da Rússia na OMC). Ter um regime visa é uma situação fora do comum entre a Rússia e a antiga República Soviética,um membro da CIS; entretanto, a situação tem sido essa – com conversas casuais de facilitamento dos requisitos – para georgianos e russos desde o ano 2000, mais ou menos, e tem sido um elemento de apoio da Rússia para as áreas secessionistas da Geórgia, assim como, mais recentemente, uma representação da tensão crescente entre os dois países. Agora, parece que a Rússia permitirá certas categorias de georgianos a receberem visas:
“Only a naive person could believe that the Russian authorities decided to loosen the visa blockade of Georgia just out of kindness. No, with this action they wanted to sweeten the arrival of the delegation from Russia to negotiate Russia’s WTO accession. The blockade is the stick, and the issuance of visas to certain groups of Georgian citizens is a small carrot.
However, Georgia, I think, will continue to insist on the legalization of all border checkpoints on the Russo-Georgian border. Recently Russia has illegally opened checkpoints on the [River] Psou and at the Roksk tunnel, which Georgia has declared closed some time ago. And Georgia demands that Georgian customs officers occupy these checkpoints.
One other disagreement is the Russian ban on the import of Georgian Borzhomi [mineral water] and Georgian wines, based on trumped-up reasons. How can Georgia agree to Russia’s WTO accession without the resolution of these problems? I don’t think Georgia will agree.
I of course do not intend to suggest that WTO membership is so necessary to the Russian people, but it is necessary for the oligarchs, and therefore for Putin, and he pressures Georgia to admit Russia to the WTO because his oligarchs are losing nearly a billion dollars a year.”
“Apenas um ingênuo poderia crer que as autoridades russas afrouxaram o bloqueio visa da Geórgia só por bondade. Não, com essa ação eles queriam adocicar a chegada da delegação russa para negociar a entrada da Rússia na OMC. O bloqueio é a vara e a outorga de visas a certos grupos de georgianos é a pequena cenoura.
Entretanto, a Geórgia, penso eu, continuará a insistir na legalização de todos os pontos de inspeção de fronteiras russo-georgianas. Recentemente, a Rússia abriu ilegalmente alguns pontos de inspeção no rio Psou e no túnel Roksk, que a Geórgia declarou fechado há tempos atrás. E a Geórgia exige que oficiais de alfândega georgianos ocupem estes pontos de inspeção.
Em outro desentendimento, está o banimento da Rússia na importação da [água mineral] georgiana Borzhomi e a vinhos georgianos, baseado em desculpas esfarradas. Como a Geórgia pode consntir a entrada da Rússia na OMC sem uma solução para esses problemas? Não acho que a Geórgia irá concordar.
É claro que não tenho a intenção de sugerir que a participação da Rússia na OMC não seja necessária ao povo russo, mas é necessária às oligarquias e por isso, para Putin, e ele pressiona a Geórgia a aceitar a Rússia na OMC pois suas oligarquias estão perdendo quase um bilhão de dólares ao ano.”
Cyxymu é o blogue mais lido e comentado sobre a Abkhazia que já vi. Creio que seja escrito por um refugiado ( ou, talvez, um indivíduo internamente deslocado) do conflito. O título do blogue é “Memórias de Sukhumi, a guerra e a dor,” o que lhe dá alguma idéia de seu foco, apesar de o autor ter escrito também um pouco sobre o conflito na Osséssia do Sul. Também apresenta freqüentemente fotos de Sukhumi e outros lugares na Abkhazia, junto com reminiscências do autor do blogue ou de outros na seção de comentários, e tem uma consistente comunidade de leitores/comentadores que garantem o diálogo vivo e que muitas vezes adicionam suas próprias e interessantes informações sobre os acontecimentos na Abkhazia.
Tblisi,Geórgia, 13 de agosto, 2006 – foto por Lyndon Allin
(Texto original por Lyndon Allin)
O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui.